Julio Cesar Lima e Angela Lacerda
CURITIBA/RECIFE - A ex-ministra Marina Silva (PSB) disse ontem que não tem "pressa em responder na mesma moeda" ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em Curitiba, ao ser questionada sobre as declarações do ex-presidente, Marina disse que tem muito respeito por Lula e não queria "se precipitar" numa resposta.
"Não sei do contexto e não quero também me precipitar, porque eu não posso controlar o que Lula diz a meu respeito, mas eu quero falar sempre com ele com muito respeito e sem nenhum tipo de pressa em responder na mesma moeda", afirmou a ex-ministra do Meio Ambiente durante a gestão do petista. "Minhas declarações, elas vêm sendo dadas desde 2010", ressaltou.
Marina concedeu entrevista coletiva na sede da Federação das Indústrias do Estado do Paraná, onde deu uma palestra sobre "Desafios do Desenvolvimento Sustentável do Brasil".
Para ela, o próprio ex-presidente manteve as conquistas obtidas pelo Plano Real. "Quanto à ideia da estabilidade econômica, quem me deu a lição foi o próprio presidente Lula quando assinou a Carta aos Brasileiros, em que ele dizia que iria manter as conquistas do Plano Real e todos aqueles compromissos que foram assumidos."
'Questões conjunturais'. No Recife, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), afirmou ontem que "questões eleitorais" não vão afetar a sua relação com o ex-presidente Lula. "Foi assim em 2012, vai ser assim em 2014", disse Campos, ao lembrar que nas eleições municipais o PT de Lula e o seu PSB estiveram em palanques diferentes na disputa pela prefeitura do Recife.
"Tenho uma relação com o presidente Lula que vai além das questões conjunturais e eleitorais", afirmou Campos, que foi ministro de Ciência e Tecnologia do governo do ex-presidente. "Esta relação ficou inteiramente preservada quando tivemos situação de palanques que não eram os mesmos e nem por isso deixamos de ter relação de grande respeito, que continua viva", completou.
Ao ser questionado sobre o fato de Lula ter dito anteontem a líderes do Congresso que Marina Silva representará uma "encrenca" para o seu projeto presidencial, Campos reagiu bem-humorado: "Vai dar tudo certo".
Ele destacou que a própria Marina, no encontro PSB-Rede, na segunda-feira, em São Paulo, deixou clara a necessidade de se guardar as relações de respeito e poder olhar o interesse do País. "Temos 20 anos de janela demográfica para organizar as coisas no Brasil se não quisermos perder este século. E isto exige de nós um debate muito mais profundo do que o debate das brigas eleitorais."
Fonte: O Estado de S. Paulo
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