quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Aécio pede apoio do PPS à sua candidatura ao Planalto

Gabriela Guerreiro, Márcio Falcão

BRASÍLIA - Provável candidato do PSDB ao Palácio do Planalto em 2014, o senador Aécio Neves (MG) fez um apelo nesta quarta-feira (4) ao PPS para que o partido apoie sua candidatura à Presidência da República. Em reunião com a bancada do PPS na Câmara, Aécio disse que o partido é o que tem "maior proximidade" com o PSDB --e deixou explícito que espera o apoio da sigla de oposição.

O PPS está dividido em três posições. Um grupo defende o apoio Aécio, outro que a sigla migre para candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB) --corrente liderada pelo presidente do PPS, Roberto Freire (PE). Há ainda uma terceira parte dos integrantes que considera mais prudente que a sigla defina apenas em março quem apoiará na corrida presidencial, sem descartar a possibilidade de candidatura própria.

O PPS realiza congresso neste final de semana, em São Paulo, em que vai discutir os rumos do partido em 2014. No encontro com a bancada, Aécio foi mais uma vez informado de que as três correntes serão debatidas no congresso do partido e que a tese de candidatura própria é a que menos tem apoio interno.

Aécio disse que vai "respeitar o tempo" do PPS, mas que sua obrigação é batalhar pelo apoio formal do partido.

"Respeitarei qualquer que seja a decisão do PPS, mas a nossa tradição de caminhar juntos é longa e faz bem ao Brasil e à democracia. Deixei aqui minha palavra de apreço aos companheiros de bancada, temos proximidade o PSDB com o PPS que talvez não tenhamos com nenhuma força partidária", disse Aécio ao sair do encontro.

Defensor do apoio a Campos, Freire não participou do encontro, mas estava no plenário da Câmara no momento em que Aécio conversava com a bancada. O governador de Pernambuco já recebeu apoio dos diretórios do PPS em São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Aécio tem aval dos diretórios de Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Freire defende que no encontro do fim de semana o PPS já saia com uma diretriz para as eleições de 2014. "Eu defendo que saia agora a indicação até porque o partido fica mais instrumentalizado para articular as alianças estaduais", disse.

O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), prefere que o partido só se posicione sobre a corrida presidencial no ano que vem, numa pré-convenção em março. Segundo ele, a oposição não pode estar dividida. "A nossa linha é a mesma: derrotar o governo".

O PPS chegou a oferecer legenda ao ex-governador José Serra, que estava desgastado no PSDB, e também à ex-senadora Marina Silva --que não conseguiu emplacar a criação de seu partido, a Rede de Sustentabilidade. Serra continuou no PSDB e corre por fora para tentar se viabilizar como presidenciável pelo PSDB. Marina se filiou ao PSB, no movimento mais surpreendente da pré-campanha até agora, e não descarta ser vice na chapa de Campos.

Propostas
Aécio apresentou à bancada do PPS parte de suas propostas que vão integrar seu futuro plano de governo, como medidas para a retomada do crescimento e redução da pobreza. Com ataques ao PT, Aécio disse que os dois partidos de oposição devem estar juntos para "encerra o ciclo de governo que tão mal vem fazendo ao Brasil".

"Vamos esperar que o PPS tome sua decisão sem nenhum tipo de pressão, mas eu não poderia deixar de externar minha posição", disse o tucano.

Sobre o possível apoio do PPS a Campos, Aécio afirmou que a decisão do governador de Pernambuco de se opor ao governo federal deve ser "saudado" --mesmo que ele seja seu adversário em 2014. "Eu tenho relação pessoal com Eduardo que talvez ultrapasse duas décadas, chegue a três décadas. No momento em que figuras como o Eduardo vem militar no campo oposicionista, isso tem que ser saudado. É sinalização clara que esse ciclo de governo do PT está caminhando para o seu final."

O tucano disse que não pretende usar o mensalão petista em sua campanha, mas rebateu mais uma vez José Dirceu e José Genoino, que se consideram "presos políticos" por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal).

"Sequer faremos a campanha em cima dessa questão. O que houve foi a finalização do julgamento que foi feito com base em várias razões. O que existiu foi um crime, segundo o STF, cometido a partir de provas apresentadas. Alguns foram condenados, outros absolvidos. A questão clara é que no Brasil de hoje, felizmente, não temos presos políticos. Temos políticos presos", afirmou Aécio.

Fonte: Folha de S. Paulo

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