quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Painel - Vera Magalhães

Feliz ano velho
Um grupo de deputados governistas vai adiar o fim do ano legislativo e fará romaria a Brasília hoje na última tentativa de ver empenhadas suas emendas parlamentares. A reclamação generalizada é que o governo não cumpriu os acordos para liberação de recursos. As siglas com as maiores bancadas, como PMDB e PSD, são as que abrigam mais descontentes. Os líderes pretendem fazer plantão nos ministérios hoje e amanhã para assegurar que parte dos pleitos seja atendida.

Retrospectiva No PSD, deputados se queixam que o apoio antecipado dado à reeleição de Dilma Rousseff não se traduziu em melhor tratamento por parte do governo.

Bola pra frente Gilberto Kassab administra as insatisfações, localizadas sobretudo em Estados como Rio Grande do Norte, Goiás e Santa Catarina, mas garante que elas não vão mudar a decisão de fazer aliança com Dilma.

Mapa Os ministérios que concentram os maiores "papagaios" de emendas, segundo líderes governistas, são Cidades e Integração Nacional. Os partidos não querem Ideli Salvatti (Relações Institucionais) como interlocutora.

Boas festas Gleisi Hoffmann teve um demorado almoço com Carlos Gabas na última segunda-feira. Não foi divulgado o tema da conversa natalina. O secretário-executivo do Ministério da Previdência é um dos cotados para substituir a petista, que deixará a Casa Civil para concorrer ao governo do Paraná.

Crise 1 Dilma ordenou ao Tesouro Nacional que libere em janeiro os recursos para a compra de terras no Mato Grosso do Sul para transferir índios que ocupam fazendas na terra indígena de Buriti, nos municípios de Sidrolândia e Dourados.

Crise 2 O clima na região é tenso, com fazendeiros promovendo leilões de gado para sustentar milícias e evitar novas invasões de índios. O valor total das indenizações ainda está sendo levantado pelo Ministério da Justiça, mas a estimativa é que seja de pelo menos R$ 50 milhões.

Ho ho ho Cobrada pela imprensa capixaba por nunca ter ido ao Espírito Santo antes da viagem que fez anteontem, a presidente tentou capitalizar a visita em plena véspera de feriado: "Duvido que algum outro presidente esteve aqui no dia de Natal".

Terceira via Apesar da movimentação de políticos que tentam a indicação para o Tribunal de Contas paulistano, o prefeito Fernando Haddad (PT) tem dito a interlocutores que não descarta um técnico ou representante da sociedade civil no órgão.

Embolado A vaga no TCM é disputada pelo secretário João Antonio e pelos vereadores Arselino Tatto (PT) e Roberto Tripoli (PV).

No front De um auxiliar de Haddad, reagindo à crítica de alas do PT ao prefeito por comprar briga com aliados do governo Dilma: "É duro para um petista entender que Paulo Skaf e Kassab são amigos e devem ser poupados. Então quem é o inimigo?''.

Vazio Nenhuma montadora apresentou propostas no pregão realizado na semana passada para a compra de 94 carros para a Assembleia Legislativa de São Paulo. A primeira disputa já havia sido cancelada porque só houve uma oferta. O edital de licitação deve ser alterado.

Defensiva O Ministério da Justiça planeja oferecer treinamento a jornalistas para reduzir os riscos de ferimentos na cobertura de manifestações. A expectativa é que os black blocs voltem a atuar durante a Copa.

Em alta As estatísticas de roubos deverão aumentar em São Paulo em 2014, quando Geraldo Alckmin (PSDB) disputará a reeleição. Motivo: a Delegacia Eletrônica passou a admitir registros de assaltos pela internet. Hoje, menos de 40% das vítimas registram esse tipo de ocorrência.

TIROTEIO

"O PMDB do Rio quer apoiar a reeleição de Dilma. Mas, se o PT não retirar a candidatura de Lindbergh Farias, isso será impossível."
DE JORGE PICCIANI, presidente do PMDB do Rio, que descarta a possibilidade de apoiar o petista ou de aceitar que Dilma tenha palanque duplo no Estado.

CONTRAPONTO

Rena do nariz vermelho

Na última votação do ano na Câmara, na terça-feira passada, que criava 94 novos cargos comissionados para o Pros e o Solidariedade, o líder do PSOL, Chico Alencar (RJ), protestou por não poder pedir verificação nominal de votos, já que a bancada não tem seis deputados.

--A votação simbólica esconde quem aprovou este trenó da alegria. O PSOL ainda não tem número para pedir os votos no painel, mas em 2015 isso vai acabar!

O líder do PPS, Rubens Bueno (RJ), único a acompanhar o PSOL contra os novos cargos, brincou:

--Vocês vão crescer sim, Chico. Mas não se deixe levar pelas ilusões do Papai Noel...

Fonte: Folha de S. Paulo

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