domingo, 15 de dezembro de 2013

PMDB também está de olho na composição de palanques

Presidente tem que evitar disputa no 1° escalão entre PTB e peemedebistas

Júnia Gama

Para tentar solucionar o xadrez da reforma ministerial, a presidente Dilma Rousseff terá que agir antes que as disputas pelos cargos mais cobiçados provoquem intrigas, com cuidado especial dedicado ao PMDB, principal aliado do governo e do projeto de reeleição. O PMDB está de olho não apenas no seu espaço no primeiro escalão, mas na composição dos palanques estaduais para 2014.

Para atender o desejo do aliado Cid Gomes, Dilma teria que enfrentar o PMDB, que tem altas expectativas em relação à Integração Nacional, ou oferecer um cardápio melhor ao partido do vice-presidente Michel Temer. A equação pode não ser fácil, até porque o PMDB poderá ser instado a ceder também a pasta de Turismo, hoje com Gastão Vieira, que sai para disputar a reeleição como deputado pelo Maranhão.

O Ministério do Turismo é cobiçado pelo PTB, partido que já se comprometeu a participar oficialmente da coligação de Dilma que vai disputar a reeleição, dando à petista preciosos 53 segundos na propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV. Desde que tenha um representante na Esplanada, claro.

O nome já está definido: o do baiano Benito Gama. O PMDB da Câmara, representado por Gastão Vieira na Esplanada, deve chiar para entregar o Turismo ao PTB, porque viu na pasta um caminho mais rápido para alocar recursos de convênios para prefeituras. Foram muitas emendas neste sentido aprovadas em 2013, com frutos para serem colhidos no ano eleitoral.

Mas, para boa parte do comando do PMDB há jogo nessa negociação com a presidente Dilma. O mais importante para dirigentes peemedebistas no ano eleitoral é combater o que chamam de “projeto petista de diminuir o poder parlamentar do PMDB” . A estratégia detectada pela cúpula peemedebista é que o PT investirá alto no incremento de sua bancada no Senado para superar a do PMDB e, assim, diminuir a dependência do governo federal em relação ao partido de Michel Temer.

O partido sabe que, para sua sobrevivência, é fundamental ampliar espaço no Congresso e nos estados. O PMDB não quer perder espaço na Esplanada, mas, resume um cacique do partido: — o jogo agora é outro, ministério não é mais o foco. O jogo é o das alianças nos estados. Eles preferem, em vez de ocupar ministério por mandato-tampão agora, que o PT ceda em alguns estados, apoiando peemedebistas.

Fonte: O Globo

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