terça-feira, 15 de outubro de 2013

OPINIÃO DO DIA – Carlos Siqueira: fundamentalismo

"É estranho ser tratado como inimigo. Diferentemente deles, não vemos o PT como inimigos. Essa visão (de isolar o PSB nos Estados, defendida por Lula) é fundamentalista e autoritária."

Carlos Siqueira, secretário nacional do PSB, O Estado de S. Paulo, 14 de outubro de 2013

Aécio: "Dilma se afastou de Minas"

Pré-candidato ao Palácio do Planalto, senador afirma que presidente é bem-vinda, embora ela não apresente respostas às demandas do estado

Vera Schmitz

Brasília – Provável adversário da presidente Dilma Rousseff nas eleições de 2014, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) disse ontem que a petista se afastou de Minas Gerais nos últimos anos e não resolveu os principais problemas do estado. Ex-governador do estado, Aécio afirmou que a presidente é "bem-vinda" a Minas – "como é natural da hospitalidade mineira"–, mas em sua visita de ontem a Itajubá (MG) não levou "respostas para importantes demandas do estado que estão sob responsabilidade do governo federal". Dilma esteve no Sul de Minas para participar da inauguração da fábrica de transformadores Balteau Produtos Elétricos.

Em nota, o tucano criticou o tom de campanha adotado por Dilma durante a visita e afirmou que a presidente, e não a candidata, poderia estar "apresentando respostas" às demandas de Minas se não tivesse se afastado por tantos anos do estado. "Ainda assim, cada visita é uma oportunidade para que ela conheça melhor os desafios e as conquistas dos mineiros. Faltou, por exemplo, um reconhecimento maior da presidente à parceria do governo de Minas na implantação deste importante investimento em Itajubá, um financiamento conjunto do BDMG (Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais) e do BNDES", afirmou.

A unidade da Balteau inaugurada ontem foi construída por meio de financiamento conjunto do governo federal, que cedeu R$ 5 milhões por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), e do estado, que financiou R$ 30 milhões do investimento total de R$ 50 milhões pelo BDMG, fato lembrado pela presidente em seu discurso.

CONSELHO Depois de ter criticado o governo Dilma mais cedo, durante visita ao Recife, a ex-senadora Marina Silva comentou a fala da presidente em Minas. Segundo ela, Dilma "deu um conselho de professora". "Acho que ela dá um conselho muito bom porque aprender é sempre uma coisa muito boa. Difícil são aqueles que acham que já não têm mais o que aprender e só conseguem ensinar", completou Marina, ao lembrar ter sido alfabetizada aos 16 anos e que valoriza aqueles que se dispõem a estudar. A ex-senadora aproveitou para afirmar que o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), com quem fez aliança, "tem muita consistência" nas conversas que têm e "experiência de governo".

Em sua primeira agenda pública Na capital pernambucana após se aliar a Campos, Marina afirmou que a única marca deixada pela presidente Dilma foi a de mostrar que seu modelo de governabilidade está esgotado. Para ela, a presidente está refém do fisiologismo a cada dia e não conseguiu mudar. "Eu acho que ela cumpriu este papel: de dizer que esse modelo se esgotou não tem mais para onde ir", declarou.

Candidatura à vista
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, admitiu ontem a possibilidade de se lançar candidato à Presidência da República e disse que deve analisar o assunto em "médio prazo". Em palestra no Rio de Janeiro, ele disse que não enfrentará qualquer disputa eleitoral enquanto estiver na Corte, mas afirmou que ainda tem tempo para refletir sobre o assunto. Aos 59 anos, o ministro revelou que deve deixar o STF antes dos 70, quando seria obrigado a se aposentar.

Fonte: Estado de Minas

Para Aécio, presidente se afastou de Minas

Por Raquel Ulhôa

BRASÍLIA - O senador Aécio Neves, presidente nacional do PSDB e provável candidato a presidente da República em 2014, divulgou nota com críticas à passagem da presidente Dilma Rousseff por Itajubá, sul de Minas Gerais, pelo fato de ela não ter apresentado soluções para demandas do Estado e por não ter demonstrado reconhecimento à parceria do governo do Estado na implantação da fábrica de transformadores que ela foi inaugurar na cidade.

Na nota, Aécio não responde à declaração feita pela presidente sobre a necessidade de seus prováveis adversários na eleição "estudarem muito". Em tom irônico, o senador diz que a presidente _"e não a candidata"_ se afastou muito de Minas Gerais, seu Estado natal.

E continua: "Se não tivesse se afastado por tantos anos de Minas, a presidente, e não a candidata, talvez estivesse apresentando respostas a essas demandas. Ainda assim, cada visita é uma oportunidade para que ela conheça melhor os desafios e as conquistas dos mineiros. Faltou, por exemplo, um reconhecimento maior da presidente à parceria do Governo de Minas na implantação deste importante investimento hoje em Itajubá, um financiamento conjunto do BDMG e do BNDES".

A presidenta esteve em Itajubá para inaugurar uma fábrica de transformadores e afirmou, em entrevista a emissoras de rádio locais, que a parceria entre o governo federal e as indústrias de tecnologia do Sul do Estado está sendo frutífera.

Fonte: Valor Econômico

'Marca do governo é o retrocesso', diz Marina

Angela Lacerda

RECIFE - A ex-ministra Marina Silva disse ontem, no Recife, que a marca do governo da presidente Dilma Rousseff tem sido o retrocesso. Ao visitar a terra natal de Eduardo Campos (PSB), governador de Pernambuco e novo aliado, Marina criticou o modelo de governabilidade da gestão petista e o que chamou de atraso na política ambiental. "Por enquanto, a marca tem sido a do retrocesso ou do risco do retrocesso," Para a ex-ministra, o modelo de governabilidade no governo Dilma "chegou ao limite e hoje ele é a denúncia mais contundente de que isso não pode continuar". Marina lembrou que o número de ministérios na administração da petista chegou a quase 40. "Para manter a base, mais ministérios vão sendo criados, isso é insustentável", disse. "Ela (Dilma) cumpriu esse papel de dizer que esse modelo se esgotou, não tem mais para onde ir."

Após ter o registro de seu partido, a Rede Sustentabilidade, negado pela Justiça Eleitoral por não atingir o número mínimo de assinaturas exigidas, a ex-ministra se filiou ao PSB e embarcou no projeto presidencial de Campos. Na visita à capital pernambucana, Marina concedeu entrevista coletiva e iria ministrar palestra sobre sustentabilidade na Faculdade de Administração da Universidade Estadual de Pernambuco. Ela depois participaria de um jantar com o governador na residência de Campos, no bairro de Dois Irmãos.

Na coletiva, a ex-ministra do Meio Ambiente disse que "é preciso que algo aconteça para que" o País "não perca as conquistas que já teve em função desse atraso na política".

Questionada sobre eventuais contradições do presidente nacional do PSB, que critica a "velha política", mas no seu governo teria adotado práticas semelhantes, Marina destacou a disposição de Campos para trilhar um novo caminho. "Isto é um processo e não me sinto de modo algum constrangida", disse. Em relação às questões ambientais afirmou que entre alguns poucos Estados que iniciaram esforços por agenda de sustentabilidade estão o Acre e Pernambuco.

"Estamos fazendo um trabalho pioneiro e os pioneiros sempre pagam um certo preço porque vão à frente sem saber se tem sol, chuva ou ventos fortes", observou. "Os colonizadores vão depois e fazem muitas perguntas, se fez sol, chuva, se tem água. Mas não fariam essas perguntas se não fossem os pioneiros".

Marina reiterou que aliança da Rede Sustentabilidade com o PSB é programática - e não pragmatica. "Quando a gente perde ganhando a gente sai maior do que entrou e quando a gente ganha perdendo vai para o governo mas não consegue fazer o que gostaria de fazer porque é sequestrado por essa velha política."

Economia. Ela disse que o País enfrenta dificuldades na economia em parte por causa da conjuntura internacional, mas também em razão de "alguma negligência que vem sendo praticada, em função da ansiedade política do governo, que está fragilizando a economia". A ex-ministra reafirmou a defesa do tripé superávit primário, câmbio flutuante e metas de inflação, além da autonomia do Banco Central. Ela garantiu que a aliança da Rede Sustentabilidade com o PSB do defende a manutenção das conquistas dos governos FHC e Lula.

"Para manter a base, mais ministérios vão sendo criados, isso é insustentável (...) É preciso que algo aconteça para que esse país não perca as conquistas que já teve em função desse atraso na política (...) Por enquanto, a marca tem sido a do retrocesso" Marina Silva ex-ministra do meio ambiente

Fonte: O Estado de S. Paulo

Dilma manda rivais estudarem; Marina vê retrocesso no país

Presidente afirma que candidatos precisam apresentar propostas; ex-senadora ironiza conselho da 'professora'

Dilma pede que rivais 'estudem', e Marina responde com ironia

Após petista sugerir 'preparo' a adversários, ex-senadora faz crítica aos que 'acham que não têm mais o que aprender'

Em Minas, presidente afirma que não está de 'salto alto'; Aécio diz que ela se afastou do Estado por muitos anos

Diógenes Campanha, Daniel Carvalho e Gabriela Guerreiro

ITAJUBÁ (MG), RECIFE e BRASÍLIA - Líder nas pesquisas de intenção de voto para 2014, a presidente Dilma Rousseff disse ontem que não está de "salto alto" em relação à eleição, mas recomendou que seus prováveis adversários na disputa "estudem" para ter propostas para o país.

"Acredito que as pessoas que querem concorrer ao cargo têm de se preparar, estudar muito, ver quais são os problemas do Brasil, ter propostas. Eu passo o dia inteiro fazendo o quê? Governando", afirmou Dilma a emissoras de rádio da região de Itajubá (MG), onde cumpriu agenda oficial.

Em resposta à petista, a ex-senadora Marina Silva (PSB), segunda colocada nas pesquisas para o Planalto, retrucou, horas mais tarde, no Recife.

"Ela [Dilma] deu um conselho de professora. Eu acho que ela dá um conselho muito bom porque aprender é sempre uma coisa muito boa. Difícil são aqueles que acham que já não têm mais o que aprender e só conseguem ensinar", disse Marina.

A fundadora da Rede Sustentabilidade afirmou ainda, ao citar "conquistas" dos governo FHC e Lula, que a marca da gestão de Dilma "por enquanto é a do retrocesso".

Segundo o Datafolha, Marina é a mais competitiva rival de Dilma na corrida presidencial, oscilando de 28% a 29% das intenções de voto, enquanto a presidente pontua de 37% a 39% nos cenários em que a ex-senadora aparece.

Ontem, a presidente desembarcou no Sul de Minas para a inauguração de uma fábrica de transformadores de corrente elétrica. Antes, deu entrevista a rádios locais.

Ao ser indagada sobre o resultado do Datafolha, que apontou que ela venceria no primeiro turno uma disputa contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o governador Eduardo Campos (PSB-PE), Dilma disse que a eleição ainda não a preocupa.

"Tudo o que as pessoas que estão pleiteando a Presidência da República querem é ser presidente. Eu sou presidente e, para mim, não é problema a eleição agora. A eleição vai ser uma questão que eu vou tratar oportunamente."

A presidente afirmou que "há indefinições" sobre quem serão os candidatos, mas disse considerar "todos os pleitos extremamente legítimos".

No PSDB, o ex-governador de São Paulo José Serra ainda acredita que possa disputar a Presidência, embora Aécio tenha o respaldo da maioria do partido.

No PSB, Marina, nome mais bem posicionado da oposição nas pesquisas, pode ocupar a cabeça de chapa se Campos, presidente do partido, sair do páreo.

"O meu problema é governar, não é ficar preocupada com quem vai ser candidato", disse Dilma. "Apesar de achar que ninguém pode subir no salto alto, o meu problema não é salto alto. Meu problema é o seguinte: não dá para fazer as duas coisas simultaneamente. Eu tenho que governar", completou Dilma.

A presidente também exaltou os programas Mais Médicos e Minha Casa Melhor.

Mineiros

À tarde, Aécio também respondeu a Dilma, mas optou por tratar das questões do interesse de Minas, Estado que governou de 2003 a 2010.

O senador disse que a presidente é "bem vinda" em terras mineiras, mas em sua visita de ontem não levou "respostas para importantes demandas do Estado".

Em nota, o tucano disse que a presidente, e não a candidata, poderia estar "apresentando respostas" às demandas de Minas "se não tivesse se afastado por tantos anos" do Estado.

Dilma é nascida em Belo Horizonte (MG).

Aécio reclamou ainda do que chamou de "falta de reconhecimento" da presidente ao apoio dado pelo governo estadual, comandado pelo aliado Antonio Anastasia (PSDB), em parcerias para investimentos anunciados ontem no sul do Estado.

Fonte: Folha de S. Paulo

Campos fica com maior parte dos votos de Marina

A Folha errou no domingo ao dizer que Dilma era a maior beneficiada

Segundo o Datafolha, o governador de PE herda 32% dos eleitores da ex-ministra; a petista capta outros 22%; Aécio, 16%

Ricardo Mendonça

SÃO PAULO - A Folha errou na edição do último domingo ao dizer que a maioria dos eleitores de Marina Silva (PSB) migram para a presidente Dilma Rousseff (PT) quando a ex-ministra do Meio Ambiente é substituída pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), na pesquisa Datafolha.

Segundo os dados corretos do instituto, 32% dos eleitores de Marina optam por Campos quando ela não está entre os concorrentes.

No cenário mais provável da disputa, é Campos, portanto, o maior herdeiro das intenções de voto de sua nova aliada, Marina Silva.

O segundo maior contingente dos eleitores da ex-ministra, 23%, votam em branco, nulo ou em nenhum dos candidatos oferecidos no cartão de resposta da pesquisa.

Candidata à reeleição, Dilma fica com 22% dos eleitores marineiros, não com 42%, como diziam a reportagem e o infográfico de domingo.

Já o senador tucano Aécio Neves (MG) herda 16% dos eleitores de Marina, não 21%.

O mesmo exercício pode ser feito no cenário em que o ex-governador de São Paulo José Serra aparece como candidato do PSDB no lugar de Aécio Neves.

Neste caso, Serra passa a ser o maior herdeiro dos eleitores de Marina. O tucano fica com 33% dos que manifestavam voto na ex-ministra. Campos vem logo atrás com 28%. Outros 18% optam pelo voto em branco, nulo ou em nenhum candidato. Dilma fica em último lugar com 17%.

A leitura equivocada de uma das tabelas produzidas pelo Datafolha gerou o erro da reportagem da Folha na página A4 do domingo.
No texto e nos gráficos daquela edição, os índices apresentados como migração de eleitores de Marina eram, na verdade, as intenções totais de voto de cada candidato.

Na pesquisa realizada sexta-feira, o Datafolha ouviu 2.517 eleitores em 154 municípios do país, o que resulta numa margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Potencial

Marina filiou-se ao PSB, sigla presidida por Campos, depois de fracassar sua tentativa de montar o partido Rede Sustentabilidade a tempo de disputar as eleições de 2014.

Com isso, ela e o governador de Pernambuco não poderão concorrer ao mesmo cargo no ano que vem.

A pesquisa de sexta mostrou que mais da metade dos eleitores (52%) não ficou sabendo da filiação de Marina ao PSB. Como entre eles há eleitores da própria Marina, seu potencial de transferência de votos para Campos é ainda maior.

O instituto também perguntou se Marina agiu bem ou mal ao ingressar no PSB. Para 37%, agiu bem. Outros 17% disseram que agiu mal. O maior grupo (47%) não soube responder.

Quando aparece como candidata no lugar de Eduardo Campos, Marina chega a ter 29% das intenções de voto.

Nessas situações, Dilma não alcança mais da metade das preferências, e a eleição teria que ser decidida no segundo turno.

Fonte: Folha de S. Paulo

‘A marca do governo é a do retrocesso, o modelo esgotou’

Letícia Lins

RECIFE- A ex-senadora Marina Silva (PSB) assumiu ontem um discurso mais agressivo em relação à presidente Dilma Rousseff ao afirmar que a marca do governo da petista é a do "retrocesso" e que a gestão atual trata a economia com negligência "em função da ansiedade política". Marina defendeu a permanência das conquistas econômicas e sociais instituídas nos governos dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva.

Segunda colocada na pesquisa Datafolha de intenção de voto à Presidência, mesmo sem candidatura definida, Marina voltou a defender — como fizera em São Paulo na semana passada — a manutenção do tripé geração de superávit primário, câmbio flutuante e metas de inflação, que estaria ameaçado.

— No que diz respeito à política econômica, temos que reconhecer que as dificuldades mundiais têm a ver com a crise. Mas têm a ver com alguma coisa que vem sendo praticada em função da ansiedade política, a partir do segundo governo de Lula e, sobretudo, no atual governo que, no meu entendimento, está fragilizando a política econômica. Tudo que conquistamos foi em função de termos compromisso com a meta da inflação, mas o seu teto está sendo extrapolado — disse a ex-senadora, em entrevista coletiva.

Marina também saiu em defesa da autonomia do Banco Central, mas sem institucionalização, por temer que o Congresso Nacional desvirtue as suas funções:

—Na realidade, no Brasil, a autonomia do Banco Central já pertence a leis que se estabelecem a partir de um consenso político, social e cultural. Imagine se com esse Congresso que nós temos, colocarmos em discussão uma questão como essa, e um grupo decidir que não teremos autonomia? Estaremos diante da fragilização de um dos instrumentos da nossa política macroeconômica, o que não é desejado. A sociedade brasileira não permite que a autonomia, mesmo informal, seja perdida.

Marina criticou ainda a atuação do BNDES, que considera estar voltada ao benefício de meia dúzia de empresários:

— A gente vê o BNDES sendo utilizado de maneira inadequada, para eleger alguns ungidos, que são os que recebem dinheiro. Só para o empresário Eike Batista, foram mais de R$ 9 bilhões, praticamente jogados na lata do lixo. Imagine esse dinheiro sendo dado a jovens empreendedores, a quantidade de oportunidade que poderíamos ter em termos de geração de novos empregos e novos negócios!

Para Marina, a gestão de Dilma retrocede na área de sustentabilidade, não só no meio ambiental, mas na política.

— A marca do governo Dilma tem sido a do retrocesso. Não gostaria que a presidente tivesse essa marca. Ela cumpriu o seu papel, mas o modelo se esgotou, não tem mais para onde ir — disse Marina, repetindo o discurso de Eduardo

Campos no programa de rádio e televisão do PSB.

A ex-senadora afirmou que o governo Dilma, mesmo com 39 ministérios, não hesita em criar novas pastas para manter fiel sua base política:

— E isso é insustentável.

Questionada sobre a ampla aliança de Eduardo Campos em Pernambuco, que tem 14 partidos em sua base, inclusive forças conservadoras, Marina disse não se sentir constrangida. Ela definiu a aliança com o socialista como "um trabalho pioneiro" que vinha sendo minado "por todos os lados". Ela afirmou que o PSB e a Rede estão em busca de uma nova governabilidade, baseada na sustentabilidade e não "na distribuição de pedaços do Estado"

Marina acha que o salto nas intenções de voto em Eduardo Campos na última pesquisa do Datafolha já é consequência do impacto provocado pela união da Rede e do PSB:

— A sociedade está mudando. Tenho esperança que o movimento esteja à altura desse novo sujeito político. Chega de política de curto prazo para alongar o prazo dos políticos.

Dirigentes da Rede começam a defender que o novo partido só volte a pedir sua formalização junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) após a eleição do ano que vem. A medida, levantada na reunião da Executiva Nacional, no domingo, objetiva garantir que eventuais mandatos conquistados por simpatizantes da Rede por outras legendas, em 2014, possam ser transferidos para o novo partido sem o risco de processo por infidelidade partidária.

Fonte: O Globo

Senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) avalia aliança como "antológica"

Em discurso ontem, no Senado, o peemedebista Jarbas Vasconcelos destacou como um episódio "antológico" da História - "daqueles com H maiúsculo" - a aliança fechada pelo PSB do governador-presidenciável Eduardo Campos com Marina Silva e a Rede Sustentabilidade. Ao comentar pela primeira vez o acordo político, Jarbas, que estava no exterior quando a aliança foi fechada, destacou que, independentemente do resultado que venha a obter na eleição presidencial do próximo ano, a união ficará marcada na política.

"Este ciclo de poder do PT está chegando ao fim. O Brasil não acabará por causa disso. É chegada a hora do nosso País se permitir um salto qualitativo, para que possamos construir uma nova lógica governamental, sob outros parâmetros políticos e de gestão pública. Tudo na natureza é assim: nasce, cresce, vive e, um dia, morre, abrindo caminho para a renovação. É o ciclo da vida", argumentou Jarbas, destacando que, com Eduardo e Marina, o País tem condições de dar este "salto qualitativo" na política.

O senador destacou como um simbolismo "muito grande" desse episódio o fato de tanto o governador como a ex-senadora do Acre terem sido ministros do governo Lula, e com atuações elogiosas. Para ele, os dois falam e falarão com credibilidade sobre o que avançou e deve ser mantido e sobre o que deve ser urgentemente mudado no planejamento governamental.

Fonte: Jornal do Commercio (PE)

PT continua na gestão Casagrande (PSB)

BRASÍLIA - Apostando no racha do PSB para enfraquecer a pré-candidatura do governador Eduardo Campos (PE) à Presidência da República, o PT conta com a neutralidade do governador socialista Renato Casagrande, do Espírito Santo, na disputa pelo Palácio do Planalto. Com essa condição, a Executiva estadual petista decidiu ontem manter o apoio à reeleição de Casagrande, de cuja administração faz parte.

Campos, que foi ontem a Vitória, onde conversou com o governador, resolveu fazer vista grossa por enquanto. Nos bastidores, aposta que, adiante, o governador pedirá votos para ele, enquanto os petistas creem que ele se empenhará na reeleição da presidente Dilma Rousseff. "Não vamos apressar o governador Casagrande, porque ele tem uma situação estadual própria. Não precisa ter pressa, e não há uma receita sobre a questão dos palanques regionais", disse o líder do PSB na Câmara, deputado Beto Albuquerque (RS), que também esteve ontem em Vitória.

A decisão do PT de apoiar a reeleição de Casagrande acontece quatro dias após o ex-presidente Lula orientar Dilma e o presidente do PT, Rui Falcão, a priorizar alianças nos Estados com partidos que apoiem a reeleição da presidente. Lula desaconselhou divisão de palanques com Campos, como se desenhava no Espírito Santo.

"A neutralidade do governador foi a principal reivindicação para mantermos apoio à sua reeleição. Nossa prioridade no Estado é a reeleição da presidente Dilma", disse o presidente do PT capixaba, Dudé.

Fonte: Jornal do Commercio (PE)

Cabral já negocia e pede que PT não deixe cargos no governo

Apelo foi feito por telefone a Rui Falcão pouco antes de reunião de petistas

Cássio Bruno

O governador Sérgio Cabral (PMDB) pediu ao presidente nacional do PT, Rui Falcão, que os petistas não entreguem neste momento os cargos que ocupam no governo do Rio de Janeiro. A conversa entre Cabral e Falcão ocorreu por telefone na última sexta-feira, momentos antes da reunião para discutir a saída do PT da administração estadual. O contato feito pelo governador foi revelada pelo próprio Falcão aos petistas, na presença do senador Lindbergh Farias, pré-candidato ao Palácio Guanabara em 2014, e de deputados da legenda, antes do início da reunião da executiva regional do partido. Cabral apoia a pré-candidatura do vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB).

Segundo petistas presentes ao encontro, Cabral argumentou que não era o momento para o PT entregar os cargos. O motivo seria o de não prejudicar a aliança nacional com o PMDB e, consequentemente, a reeleição da presidente Dilma Rousseff. No telefonema, segundo informou Falcão aos petistas, Cabral teria até falado em apoiar Lindbergh. No entanto, publicamente, Cabral sempre negou essa possibilidade.

Falcão revelou o telefonema de Cabral a um grupo fechado de petistas. Todos combinaram não comentar o assunto em público. Além de Lindbergh, estavam a deputada federal Benedita da Silva, o secretário de Assistência Social e Direitos Humanos do governo Cabral, Zaqueu Teixeira, e os deputados estaduais André Cecili-ano, Inês Pandeló e Gilberto Palmares, entre outros. Pelo menos cinco petistas confirmaram a conversa, entre eles Zaqueu e Inês Pandeló.

— O governador quer preservar a aliança. E isso (o telefonema) é um sinal claro. Achei normal. O PT está no governo há sete anos e não há sete dias. O governador quer manter a relação com o PT azeitada — disse Zaqueu.

Inês Pandeló também considerou o fato normal: — Acho natural o governador fazer o seu pedido. Agora, é justo que o PT lance a candidatura própria do Lindbergh — afirmou a deputada.

Na última sexta-feira, em entrevista coletiva, Falcão disse que a eleição de Lindbergh para o governo do Rio "é prioridade total para o PT" Em seguida, Falcão divulgou que, no encontro com a executiva, ficou decidido que o PT do Rio fará uma reunião do diretório em 25 de novembro, quando decidirá o dia da entrega dos cargos no governo Cabral. No primeiro escalão, além de Zaqueu, o PT ocupa a Secretaria de Meio Ambiente, com Carlos Mine. O partido continua no governo do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB).

Procurado pelo GLOBO, Cabral e Falcão negaram a conversa. Lindbergh não quis se pronunciar sobre o assunto.

Lindbergh defende a "saída imediata" do PT do governo Cabral. O senador tem o apoio de deputados federais como Alessandro Molon e Jorge Bittar. A tentativa de deixar a administração do PMDB já foi adiada por duas vezes, a pedido do ex-presidente Lula. Falcão e Lindbergh tiveram ainda uma conversa a sós. O presidente nacional do PT desautorizou o senador a falar sobre apoio no estado ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos, pré-candidato à Presidência pelo PSB. Na semana passada, Lindbergh não descartou a intenção de haver um palanque duplo para Dilma e Campos no Rio.

Fonte: O Globo

Questão de tom - Merval Pereira

O que pode definir esta eleição presidencial é a capacidade da dupla Eduardo Campos/Marina Silva de assumir a condição de oposicionista no primeiro turno, mas, sobretudo, num eventual segundo turno, caso quem vá para a disputa com a presidente Dilma Rousseff seja o candidato do PSDB, Aécio Neves. Isso porque, no caso de a dupla Campos/Marina chegar ao segundo turno, o apoio tucano será praticamente automático, a não ser que algum percalço durante a campanha o inviabilize, o que é improvável.

Há diversos fatores diferentes nesta eleição para a de 2010, a começar pela situação econômica do país. Mesmo que a economia não se deteriore a ponto de por si só derrotar a candidatura governista, não estaremos em situação nem mesmo próxima à da última eleição presidencial, quando o PIB cresceu 7,5%. O então presidente Lula gozava de um prestígio popular tão grande que lhe permitiu tirar da cartola uma ilustre desconhecida para eleger presidente. Mesmo assim, Dilma foi menos votada que Lula em todas as regiões do país, com exceção do Sul, onde manteve o mesmo patamar de 44% dos votos, e foi para o segundo turno.

Até mesmo nas regiões onde teve votações avassaladoras, garantindo a vitória, Dilma teve menos votos: Lula teve 77,2% no Nordeste, e Dilma, 70,6%; e, no Norte, Lula teve 65,5% contra 57,4% de Dilma. É verdade que Dilma venceria Serra mesmo descontados os votos de Norte e Nordeste, mas a diferença seria de apenas 0,25%. No Norte e no Nordeste, Dilma tirou vantagem de nada menos que 11.777.817 votos.

Há, porém, diferenças sensíveis no quadro atual a favor da oposição. O PSDB espera tirar de três a quatro milhões de votos de diferença em Minas, onde Dilma venceu por diferença de 1.797.831. Minas pode ser para Aécio quase como São Paulo foi para Fernando Henrique nas duas eleições em que venceu Lula no primeiro turno, tirando vantagem de cerca de cinco milhões de votos em 1994 e 1998. Essa diferença a favor dos tucanos, porém, vem caindo em São Paulo: Alckmin venceu em 2006 por 3,8 milhões, e Serra, em 2010, por 1.846.036. Além disso, em 2014 o PT estará fortalecido por ter vencido a prefeitura de São Paulo.

Até mesmo no Norte e no Nordeste a situação de Dilma deve ser mais difícil, pois a oposição está mais bem representada em estados como Amazonas, Pernambuco e Bahia.

Nesses três estados, Dilma teve quase seis milhões de votos de diferença a seu favor, o que pode não acontecer em 2014. Desde 1994 a diferença entre o vencedor e os demais contendores tem ficado na base de 5% dos votos no primeiro turno, seja quando PH venceu direto, seja quando as oposições levaram a eleição para o segundo turno.

No segundo turno, fosse qual fosse o candidato, o PSDB teve cerca de 40% de votos, sendo que, em 2010, essa marca subiu para cerca de 45%. Com diferença crucial: em todas as eleições, candidatos adversários como Ciro Gomes e Garotinho aderiram a Lula no segundo turno, contra o PSDB, e, na eleição de 2010, Marina Silva ficou neutra, tendo feito uma campanha que dificilmente poderia ser tachada de oposicionista.

A mudança de postura de Marina desta vez e seu acordo com Campos indicam que os dois estão dispos: tos a assumir candidatura oposicionista, colocando-se mais próximos do PSDB nas questões econômicas. Ontem Marina disse que a marca do govemo Dilma é o retrocesso na economia e defendeu o tripé econômico dos governos de FH, mantido por Lula até a saída do ministro Antonio Palocci: equilíbrio fiscal nas contas públicas, câmbio flutuante e metas de inflação.
Segundo a aliada de Campos, a política econômica de Dilma vem sendo praticada "com alguma negligência em função da ansiedade política". A questão é que os dois temem ser tachados de "traidores" de Lula, como já estão sendo tratados pelos petistas. E Dilma vem recuperando sua popularidade em ritmo suficiente para se manter como favorita.

Os pontos-chave
1
O que pode definir essa eleição presidencial é a capacidade da dupla Campos/Marina de assumir a condição de oposicionista
2
Há diversos fatores diferentes nesta eleição, a começar pela situação econômica do país. Não estaremos em situação nem mesmo próxima àquela de 2010
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A questão é que os dois temem ser tachados de "traidores1" de Lula, como já estão sendo tratados pelos petistas

Fonte: O Globo

Faca de dois gumes - Eliane Cantanhêde

Enquanto Marina Silva já chegou na campanha de Eduardo Campos enxotando os ruralistas, Lula não poupa energia atraindo a direita para Dilma. Trata-se do pragmatismo de Lula versus o dogmatismo da ex-senadora.

Ao chutar a canela do deputado Ronaldo Caiado, líder ruralista e do DEM, Marina afugentou o poderoso, organizado e rico setor rural brasileiro. Ao menos cinco entidades nacionais e dezenas de regionais saíram em defesa de Caiado, contra Marina --o que, a esta altura, é contra Campos. Ele deve estar arrancando os últimos cabelos que lhe restam e gastando muita lábia para reduzir as perdas.

Já Lula e Dilma estão bem com a direita e o agronegócio. Têm o apoio da senadora Kátia Abreu, presidente da CNA (Confederação Nacional da Agricultura), e conquistaram José Batista Júnior, do frigorífico JBS-Friboi, e Maurilio Biagi, do PR, cotado até para ser vice do petista Alexandre Padilha em São Paulo. Sem contar o megaempresário Josué Gomes da Silva, filho do vice de Lula, José Alencar, com enorme potencial político.

O Planalto e o PT sentiram o golpe da aliança de Marina com Campos, um lance político genial. Entretanto, já nos primeiros movimentos e manifestações de Marina, a turma começou a respirar um tanto aliviada e muitos petistas até se divertiram imaginando as agruras de Campos para minorar os estragos causados pela ousada neoaliada.

Cercada por uma aura de pureza e boas intenções, uma das fundadoras do PT e ex-ministra do governo Lula, Marina é uma faca de dois gumes para o PSB: certamente traz votos e dá robustez à dissidência governista, mas precisa se conter para não se transformar num Itamar Franco de Eduardo Campos.

Vice de Fernando Collor, Itamar tinha grandes qualidades, mas reclamava de tudo, ameaçava renunciar dia sim, dia não e, no fim, foi parar na primeira fila dos que puxaram o tapete do então presidente. Ah! E assumiu a Presidência no lugar dele.

Fonte: Folha de S. Paulo

Os temores da hora - Denise Rothenburg

A resposta da presidente Dilma sobre ninguém poder ir de "salto alto" para a eleição foi um recado direto ao PT e aos auxiliares que repetem a todo instante que ela tem tudo para vencer no primeiro turno. Até porque o fantasma das manifestações e a insatisfação dos aliados não foram dissipados

Com a agenda eleitoral para lá de antecipada, todo e qualquer movimento é acompanhado com uma lupa por parte do governo federal. As manifestações dos trabalhadores no Dia do Professor não fogem à regra. Esse tema, invariavelmente, é motivo de empurra-empurra por parte das autoridades. O governo federal joga a responsabilidade para o estado que transfere o que pode aos municípios. E a qualidade do ensino continua em baixa assim como os salários dos mestres.

O temor do governo federal, entretanto, é que esses movimentos dos professores terminem por provocar um movimento parecido com aquele de junho, quando os jovens tomaram as ruas. Em Brasília, a mobilização daquela temporada chegou a reunir 30 mil na Esplanada. Coincidentemente, foi também o período de avaliação mais baixa da presidente Dilma Rousseff. Agora, ela se recupera, mas o fantasma das mobilizações ainda assusta os Três Poderes.

Quem acompanha o dia a dia, percebe que existe uma insatisfação latente nos supermercados, nos pacientes dos hospitais, nos cidadãos que diariamente utilizam transporte coletivo ou perdem horas no trânsito. Há uma avaliação do governo que as pessoas abandonaram os movimentos de rua por causa da violência que tomou conta das manifestações, não porque têm a sensação de que tudo está melhor. Daí, a preocupação de que a massa retome seu poder de mobilização ao perceber um estopim forte, como ocorreu por causa do aumento do preço das passagens de ônibus em São Paulo, espalhando-se por todo o país. Por isso, hoje, o governo tentará mostrar tudo o que tem feito em relação ao tema educação. Vem aí a lembrança do Alfabetização na Idade Certa, do Prouni, do Ciência sem Fronteiras, que leva milhares de jovens brasileiros a estudar no exterior. Pelo menos, no que se refere à mobilização de rua, percebe-se que o governo não está de “salto alto”.

Enquanto isso, no Congresso…
A resposta da presidente ontem em Itajubá sobre as eleições do ano que vem, a respeito de “salto alto” foi vista por muitos como um recado dela ao próprio partido. Dilma, que já havia sido ríspida com o marqueteiro João Santana por causa da entrevista em que ele se referiu à oposição como “anões”, passou uma determinação geral ao governo para que deixem os comentários sobre as eleições de lado e tratem de trabalhar em prol do projeto de governo. Embora ela não repita a frase de Eduardo Campos — “para ter 2014 é preciso ganhar 2013” —, a presidente tem plena consciência de que só chegará à reeleição se governar a contento ou, ao menos, passar a ideia de que está nesse caminho.

Na avaliação de assessores palacianos, quem está mais de “salto alto” hoje é o próprio partido da presidente. Aliás, desde que Dilma apresentou vários pontos de melhoria de intenção de voto, os petistas ampliaram seus movimentos em defesa da candidatura própria para governos estaduais. Até mesmo em Minas Gerais, onde o PMDB esperava ter a vice, ou contava com o apoio a um dos seus, os petistas agora pensam em deslocar Josué Alencar, filho do ex-presidente José Alencar, para o Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comercio de forma a atrair mais empresários para a campanha de Dilma.

O PMDB, entretanto, já fez chegar que, se Dilma escolher Josué, será na quota pessoal. Isso, somada à perspectiva de a presidente arrumar um lugar no primeiro escalão para o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, estará reaberta a temporada em que os ministros peemedebistas chegam mais pelas mãos da própria Dilma do que pelo partido. Obviamente, será mais um fator para jogar parte do PMDB no colo do senador Aécio Neves ou no do governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Ambos estão hoje na estrada, prontos para acolher aqueles que o PT desprezar. E, diante de uma base tão grande e do fantasma das ruas, alguma coisa a oposição certamente colherá.

E na Comissão Mista…
Finalmente, está prevista para esta semana a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), ainda que não se feche um acordo sobre o Orçamento Impositivo para as emendas dos deputados e senadores. A LDO é um “dever de casa” em atraso desde julho deste ano. E é necessária para a apreciação do Orçamento de 2014, que já está no Congresso. Pelo andar da carruagem, chegaremos ao Natal sem o Orçamento do ano que vem aprovado. Tristeza.

Fonte: Correio Braziliense

O espólio de Marina - Tereza Cruvinel

O espólio de Marina Silva é de pelo menos 40 milhões de votos. Conquistá-los tornou-se meta
de todos os candidatos. As migrações agora identificadas ainda são precoces e voláteis

No cenário da pesquisa Datafolha em que a ex-senadora Marina Silva seria candidata a presidente, ela alcança 29% de preferência, única situação em que a disputa iria para o segundo turno. Considerando o eleitorado de 2012, que foi de 138 milhões, Marina teria deixado um espólio de pelo menos 40 milhões de votos ao sair da corrida. A pesquisa apurou alguns movimentos migratórios, mas eles ainda são precoces e voláteis, seja pela proximidade dos fatos que excluíram a ex-senadora da disputa, seja pela distância da eleição. Mas a conquista destes eleitores tornou-se agora meta fundamental para todos os candidatos. Especialmente para Eduardo Campos, que Marina buscou beneficiar com a formação da coligação informal entre o PSB e a Rede, ainda não legalizada.

Os diferentes cenários propiciaram leituras favoráveis a todos, mas, passando os números pela peneira fina das circunstâncias partidárias, o que sobra é o cenário mais provável, em que a oposição teria dois candidatos, Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), possibilitando a reeleição da presidente Dilma Rousseff em primeiro turno. Por isso mesmo, Dilma tratou de declarar ontem que não está de salto alto, que todas as postulações são legítimas, mas que ela mesma está tratando é de governar. Um esforço para neutralizar a derrapada de seu marqueteiro João Santana, que previu uma “autofagia entre os anões” na véspera da união Marina–Eduardo. E foi exatamente Dilma, segundo o Datafolha, que neste primeiro momento recebeu a maior fração do espólio de Marina: 42%, contra 21% herdados por Aécio e 15% por Campos. Tal dispersão mostra que a senadora tem baixa capacidade de transferir votos, indicando um candidato, traço forte do ex-presidente Lula. Restariam ainda 22% de votos marinistas, se tal divisão fosse definitiva. Mas não é. Há eleitores de Marina ainda mal informados sobre seu movimento, ou ainda em fase de assimilação da aliança. Logo, a pescaria está apenas começando. Por isso mesmo, a ex-senadora tratou ontem de bater duro em Dilma. Lembrou os legados de Fernando Henrique e Lula, mas disse que a marca do governo Dilma é o retrocesso.

A disputa pelo espólio é o que também explica a aparente ambivalência de Marina e Eduardo Campos, quando dizem que o cabeça de chapa será escolhido em 2014. O candidato será ele e isso foi devidamente pactuado na noite da aliança. “Para nós, é importante que Marina continue sendo vista como eventual candidata, enquanto sua imagem vai sendo colada à de Eduardo, impulsionando a migração de seus eleitores. Não temos pressa, isso virá naturalmente”, diz o deputado Beto Albuquerque, um dos artífices da coalizão informal, lembrando que, só com o primeiro lance, Eduardo saltou de 8%, na pesquisa anterior, para 15%.

De fato, ele é o herdeiro legitimado, mas a figura do dono de eleitor ficou na República Velha. E tudo indica que o eleitorado de Marina é heterogêneo, o que favorece a dispersão. Os ex-petistas que estavam com ela por decepção com o partido podem refluir para Dilma. Boa parte fez isso em 2010, no segundo turno. Os que são organicamente ligados à questão da sustentabilidade devem ser mais propensos a segui-la para onde for, embora tenham críticas às praticas do governo Eduardo Campos em Pernambuco nesta área. Os que, na pesquisa, migraram para Aécio, talvez estejam buscando o candidato com mais chances de derrotar Dilma e o PT. Mantendo-se na segunda posição, Aécio poderia ampliar a herança. Sobre este cardume heterogêneo e agitado pelo movimento recente das águas, todos agora vão lançar anzóis e redes.

Que diz o procurador?
Munido de alguns exemplares de jornais, inclusive o do Correio que trazia a matéria sobre a validação da assinatura de um motor para a criação do Solidariedade, o deputado Francisco Escórcio foi à tribuna da Câmara ontem cobrar um posicionamento do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, diante dos tantos vícios já confirmados na criação de partidos. Acresceu mais uma denúncia, a de que Bruno Dantas Nascimento, ex-integrante do Conselho Nacional de Justiça, identificou uma assinatura sua que não fez e foi validada para um dos partidos. “Creio que o procurador não deixará de pedir a anulação dos atos do TSE que viabilizaram estes partidos”, disse o deputado. Restaria ao TSE um problemão: como ficariam os deputados que se filiaram às novas siglas, agora que o prazo de refiliação já passou?

Duas ausências
Classificando pela primeira vez os entrevistados segundo a tendência ideológica, o Datafolha concluiu que direita e esquerda têm aproximadamente o mesmo tamanho no Brasil. Entretanto, na disputa presidencial em curso, até agora, não apareceu um candidato autodeclarado de direita. Dilma Rousseff, Aécio Neves e Eduardo Campos–Marina Silva habitam, todos, o centro do espectro, com inclinações para um lado e outro, em função das alianças. Continua faltando, também, um candidato esquerdista no elenco. “Existe esta lacuna mas não irei preenchê-la. Vou ajudar o PSol a ampliar sua bancada na Câmara”, diz o deputado Chico Alencar, já cogitado para o papel.

Boletim
Na queda que sofreu há alguns dias, o ex-presidente José Sarney fraturou uma vértebra. Mas isso só foi descoberto ontem, quando acompanhava dona Marly em uma cirurgia de joelhos. Ontem mesmo, ele passou a usar um colete de aço. Serão 60 dias com restrição de movimentos físicos. Não políticos, com certeza.

Fonte: Correio Braziliense

Lula paga preço por não ser candidato - Raymundo Costa

Lula recebeu a fatura do PT. O ex-presidente não é candidato no lugar de Dilma Rousseff, mas em contrapartida ajudará o partido a se fortalecer nas eleições de 2014. O resultado disso é que o PT terá mais candidatos a governador, inclusive em Estados onde antes Luiz Inácio Lula da Silva julgava imprescindível apoiar um nome aliado.

O melhor exemplo dessa acomodação interna do PT é o Rio de Janeiro. Desde seus tempos de governo Lula defendia o apoio do PT Luiz Fernando de Souza, o Pezão, vice do governador Sérgio Cabral e nome também admirado por Dilma por combinar um perfil técnico com o de político. O PT terá candidato próprio no Rio.

Na última sexta-feira, o presidente nacional do PT, deputado Rui Falcão, esteve no Rio e conversou longamente com o senador Lindbergh Farias, o nome do partido ao Palácio das Laranjeiras. Está tudo acertado. Lula não será obstáculo. O que precisa é acertar o desembarque ordenado do PT.

Nas conversas que Falcão teve com Lindbergh e os petistas do Rio chegou a ser cogitada a imediata entrega dos cargos. Rui foi contrário porque é favorável à saída "civilizada". Quer deixar claro ao PMDB que sai do governo porque terá candidato e não por ser contra o maior partido aliado da candidatura de Dilma.

Prova disso é que o PT planeja entregar os cargos de que dispõe no governo do Rio, mas deve se manter na administração do prefeito Eduardo Paes, também pemedebista e candidato a governador em 2018, passada a Olimpíada do Rio. O próprio Lindbergh resolveu antecipar seus planos e se candidatar agora, mesmo contra a vontade de "meu padim Lula", por achar que a Olimpíada será um sucesso e que em 2018 "Eduardo Paes será um avião".
Lindbergh apostou alto e levou. A menos que a conjuntura volte a mudar, o governador Sérgio Cabral perdeu o principal apoio de que dispunha no PT para lançar Pezão como o candidato único da base governista no Estado.

Na realidade, as novas expectativas do PT contam com a possibilidade de Dilma ter o apoio de até quatro palanques no Rio de Janeiro. Além do palanque de Lindbergh, os de Pezão (PMDB), de Anthony Garotinho (PR) e o do ministro Marcelo Crivella (Pesca e Aquicultura), que também ensaia uma candidatura, pelo PRB. As pesquisas indicam um cenário eleitoral bastante embolado no Rio.

Ainda nesta semana, Rui Falcão terá uma sequência de encontros partidários. Na agenda, PMDB, PDT e PR, em Brasília, e o PCdoB, na sexta-feira, em São Paulo. Pequeno, o PCdoB é um aliado que pode provocar um estrago na relação do PMDB com o PT.

Com seu candidato no Maranhão, o presidente da Embratur Flávio Dino, bem à frente nas pesquisas de opinião, o PCdoB acha que chegou a hora de o PT jogar Sarney ao mar e apoiá-lo nas eleições de 2014. Este é um assunto ainda não resolvido, Lula preferiria o apoio a Sarney. Mas no panorama visto da ponte de comando do PT, a aliança do PT com o "PMDB de Renan Calheiros e José Sarney" ainda queima nas chamas dos protestos de junho.

A conversa de Rui Falcão com o PMDB tem tudo para ser a mais delicada. Mas o presidente do PT também carrega seus contenciosos na pasta. Uma delas é a candidatura de Geddel Vieira Lima, um dos vice-presidentes da Caixa Econômica Federal (CEF) e integrante da cúpula do PMDB, ao governo estadual da Bahia.

Falcão deve informar o PMDB que o PT terá candidato próprio na Bahia, mas que considera a candidatura de Geddel Vieira Lima "um direito dele". Assim como é direito do PT lançar um candidato contra o PMDB no Rio. Só não aceitará que o ex-ministro monte no Estado um palanque para o candidato a presidente da República do PSB. Leia-se o governador de Pernambuco e presidente do partido, Eduardo Campos, e/ou a ex-senadora pelo Acre Marina Silva (Rede Sustentabilidade, temporariamente hospedada no partido de Campos).

Em Minas Gerais, Lula também tinha outras alternativas, mas fechou com o PT, cujo candidato será mesmo o ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior). A expectativa do PT é que o PMDB aceite entrar na chapa com o candidato a vice e apresente, pelo que manifestaram líderes pemedebistas, algum nome "histórico" do partido. Isso excluiria o empresário Josué Gomes da Silva, filiado recentemente.

A exigência de um nome histórico do PMDB para compor a chapa sugere que Josué Gomes possa substituir Fernando Pimentel na Indústria e Comércio Exterior. Isso depende da presidente Dilma Rousseff. E o PMDB tem pelo menos uma tríade de pretendentes que já investiu muito e trabalha pela própria candidatura ao governo.

Resta São Paulo, o maior colégio eleitoral do país, com cerca de 35 milhões de votos. Em outras épocas, Lula chegou a sugerir o lançamento de um nome de partido aliado. O PT vai concorrer com candidato próprio, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e com o apoio mais fácil de Lula do que ocorreu no Rio de Janeiro.

Em São Paulo os aliados manifestam preocupação com a possibilidade de o PT, se vencer a eleição, ficar com todos os postos de maior Orçamento da República: o governo federal, o governo de São Paulo e a Prefeitura de São Paulo. Trata-se de uma conjugação que o eleitor se recusou a fazer nas eleições recentes. Quando Marta Suplicy era prefeita, o presidente era Fernando Henrique Cardoso; quando José Serra (PSDB) assumiu, Lula era o presidente - e no mandato dos dois os tucanos ocupavam o governo paulista.

Embora Lula ainda seja reticente quando trata do assunto com outros partidos da base, ele também trabalhou para transformar Padilha em candidato. A estratégia do PT para São Paulo é a mesma adotada no Rio e onde houver disputa entre os partidos da base: a saturação de candidatos aliados, para isolar e sufocar a oposição nos Estados. Num eventual segundo turno todos devem convergir para a candidatura majoritária de Dilma. É a engenharia a que se dedica agora o mestre de obras Rui Falcão.

Fonte: Valor Econômico

Panorama político - Ilimar Franco

Um estilo de fazer política
Depois de descartar a aliança com o PMDB no Rio, o PT se prepara para deixar o PMDB no Maranhão. Nos dois estados, a historia é a mesma. Os petistas querem o apoio dos governadores Sérgio Cabral e Roseana Sarney à reeleição da presidente Dilma. Mas nas eleições locais, querem derrotá-los. Como diz um peemedebista: "Com um aliado desses não é preciso adversários".

Economia de milhões
A decisão da presidente Dilma de usar o serviço de comunicação via e-mails do Serpro vai gerar uma economia de centenas de milhões de reais ao país. O custo anual ficará seis vezes mais barato do que os atuais contratos. Hoje, o Ministério das Comunicações passará a adotar como seu navegador padrão o "Firefox". As empresas tradicionais do setor tinham como principal vantagem vender segurança. Se elas não podem oferecer o sigilo, o governo decidiu então pagar menos pelos serviços. As empresas americanas estão atônitas. Temem que a medida seja adotada de forma generalizada no país. As empresas privadas estão pagando a conta da bisbilhotice do governo de seu país.

“O charme de Marina Silva estava no fato de ser a candidata antiestablishment. Com a aliança (com Eduardo Campos), perde o encanto."

Francisco Dornelles
Senador (RJ) e presidente do Honra do PP

Manda para o expresso!
O e-mail dos servidores do governo, inclusive da presidente Dilma, terá o endereço: nome dapessoa@expresso.gov.br. O termo faz referência ao programa desenvolvido pelo Serpro. Em 2014, todos terão que migrar para este e-mail.

O alerta
Ao votar contra o Orçamento Impositivo, o líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), alertou para "o risco de comercialização das emendas individuais" da saúde. Avalia que medida destinada a fortalecer a atuação parlamentar, pode se transformar em possibilidade de corrupção e de escândalos no Congresso.

Um acordo possível
Ministérios da Saúde, de Relações Institucionais e Casa Civil se reúnem amanhã para tentar acordo sobre a PEC que dá aos agentes comunitários da saúde piso salarial e plano de carreira. O governo é contra, mas busca reduzir os danos.

A filosofia das mudanças
Quando dezembro vier, a presidente Dilma deve substituir ao menos 12 ministros que serão candidatos no ano que vem. Sua intenção é montar uma equipe para tocar 2014, sem compromisso de ficar, no caso de reeleição. Por isso, quer evitar nomear políticos, porque a tendência desses é a de tentar permanecer num eventual segundo mandato.

Entre os aliados de Alckmin
O presidente do Solidariedade, Paulo Pereira da Silva, entrou em campo para minar a candidatura de Walter Feldman ao governo paulista. Ofereceu palanque para Eduardo Campos (PSB) e apoio a Márcio França a vice de Geraldo Alckmin (PSDB).

Novo comando
O presidente do Solidariedade, deputado Paulo Pereira da Silva (SP), decidiu não acumular a função com a de presidente da Força Sindical. Depois de 13 anos à frente do sindicato, vai se licenciar. Assumirá o cargo Miguel Torres.

O ministro Aldo Rebelo (Esportes), que sai do cargo em dezembro, definiu que seu sucessor será o secretário-executivo, Luís Fernandes.

Fonte: O Globo

Painel -Vera Magalhães

Cada um na sua
Sérgio Cabral reuniu a cúpula do PMDB fluminense anteontem para discutir a defesa feita pelo PT do nome de Lindbergh Farias para o governo do Rio em 2014. Peemedebistas se irritaram com a fala de Rui Falcão de que a candidatura própria é prioridade, e garantem que não haverá palanque duplo para Dilma Rousseff no Estado. Ficou definido também que, assim que o PT desembarcar do governo Cabral, a sigla buscará outras alianças --inclusive com o PSDB de Aécio Neves.

Com aval? O grupo do governador do Rio observou ainda que a manifestação de Falcão em apoio ao senador petista ocorreu um dia após ele se reunir com Dilma e Lula em Brasília para discutir cenários eleitorais.

Caso a caso O presidente do PT vai se reunir nos próximos dias com a cúpula da sigla no Pará. O partido pretende acelerar a articulação de um apoio à candidatura de Helder Barbalho (PMDB), filho do senador Jader Barbalho, ao governo estadual.

Na sombra Petistas preveem que Lula deverá ampliar sua exposição na campanha de Dilma para "neutralizar" Eduardo Campos (PSB). O partido está certo de que o ex-aliado evitará criticar abertamente o ex-presidente.

Comigo... Ricardo Lewandowski diz que nunca foi alertado --nem pelo Ministério Público nem pela presidência do STF-- de que o PCC tentava infiltrar um assessor em seu gabinete, em 2010. O ministro reitera não conhecer os envolvidos no episódio.

... não Promotores afirmam que, informados sobre a tentativa da organização, procuraram o então presidente do Supremo, Cezar Peluso. Segundo eles, o ministro avisou seu colega, que desistiu da contratação.

Proteção Para Lewandowski, os juízes brasileiros estão muito vulneráveis e, por isso, ele defende a implementação de um plano de segurança para a magistratura, em âmbito nacional.

Torcida Temendo fracasso do leilão de Confins (MG), governistas esperam que o Tribunal de Contas da União acate recurso que permita a participação mais ampla de consórcios que já administram outros aeroportos.

Alhures Lula viaja nos próximos dias a Portugal para discursar no evento que marca 25 anos da Odebrecht no país. Também participa do lançamento do livro do ex-primeiro-ministro português José Sócrates, com prefácio escrito pelo brasileiro.

Todos... Após divulgação de ameaças de criminosos do PCC a Geraldo Alckmin (PSDB), o governador paulista foi à celebração do dia de Nossa Senhora Aparecida, no fim de semana, sob forte aparato de segurança.

... os homens Já o petista Alexandre Padilha (Saúde), que intensificou suas viagens a São Paulo, foi à Basílica acompanhado de prefeitos e vereadores da região.

De leve Aécio Neves (PSDB) participa no dia 25 de encontro com prefeitos no noroeste de São Paulo. Será sua primeira incursão no Estado desde que o paulista José Serra decidiu ficar no PSDB.

Boca do caixa A ministra Marta Suplicy (Cultura) costurou pessoalmente com a presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo e com o presidente da Febraban a inclusão do vale-cultura no acordo de convenção coletiva da categoria.

Visita à Folha José Américo (PT), presidente da Câmara Municipal de São Paulo, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Jamir Kinoshita e Eugênio Araújo, assessores de imprensa.

Tiroteio

"Vinicius Carvalho assumiu o Cade para favorecer o PT. Cadê a ética? Cadê a isenção? Cadê o compromisso com o interesse público?"

DO DEPUTADO CARLOS SAMPAIO (SP), líder do PSDB na Câmara, após pedir ontem o afastamento do presidente do órgão por suas ligações com petistas.
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Contraponto

Ninguém é perfeito

Eleito presidente da Câmara em 1991, o então deputado Ibsen Pinheiro (PMDB-RS) recebia cumprimentos de políticos e aliados no plenário quando percebeu que, no meio da fila, estava Ulysses Guimarães. Ao vê-lo, Pinheiro deixou seu lugar, foi até o aliado e disse:

--Dr. Ulysses, estou furando a fila porque eu estou na cadeira que o senhor tanto dignificou.

--É, mas eu não cheguei aí como você chegou, por unanimidade -- respondeu Ulysses.

--O que lhe faz falta são os meus defeitos. É preciso ter defeitos para obter unanimidade --brincou Pinheiro.

Fonte: Folha de S. Paulo

Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo

Pesquisas e cenários
A pesquisa DataFolha deste fim de semana confirmou as expectativas do Palácio do Planalto de que a saída do ex-governador paulista José Serra(PSDB) e da ex-senadora Marina Silva (PSB) da disputa aumentaria as chances de reeleição da presidente Dilma Rousseff já no primeiro turno. Entretanto, manteve a impressão de que o cenário eleitoral de 2014 não está consolidado. Ainda mais porque o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Buenos Aires, surpreendentemente, assumiu a condição de reserva no jogo.
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O mesmo pode se dizer da situação no PSDB, onde Aécio Neves administra a gana de Serra, que ainda sonha com a candidatura presidencial. A disputa interna no partido está decidida, porém, o que não está resolvido é a sucessão do governador tucano Antonio Anastasia, em Minas Gerais. Aécio pode até perder a eleição para presidente da República, mas não pode perder simultaneamente o governo do estado. Esse é o maior problema de sua candidatura.
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Neste contexto, onde todos têm incertezas, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), até que saiu ganhando. O salto que deu nas pesquisas, com o apoio de Marina Silva, consolidou sua presença no jogo. A fundadora da Rede continua sendo uma sombra, mas a aliança entre ambos ainda tem mais de aglutinação do que do que se possa deduzir apenas pelas contradições entre o PSB e a Rede. Em apenas uma semana, Campos escapou do cerco que lhe havia sido imposto pelo Palácio do Planalto e deixou de ser um projeto regional. Agora é uma alternativa de poder, como as demais.

Os números
Segundo o DataFolha, o cenário eleitoral é o seguinte: Dilma Rousseff (PT), 42% de intenções de votos; Aécio Neves (PSDB), 21%; Eduardo Campos (PSB),15%; Branco/Nulo, 16%; e não sabe, 7%.

ICMS// A unificação da alíquota do ICMS continua na agenda do Senado. Os senadores Delcídio Amaral (PT-MS), Armando Monteiro (PTB-PE), Luiz Henrique (PMDB-SC) e Dornelles (PP-RJ) tentam buscar uma proposta de consenso. Querem propor também a criação de fundos de compensação e desenvolvimento regional, a fim de ressarcir e estimular estados que vierem a ter perdas com a redução das alíquotas.

Rede de intrigas
Os líderes do PSB fazem um esforço danado para administrar os conflitos internos com a Rede, de Marina Silva. O partido tem receio de que o governador Eduardo Campos não venha a ser o cabeça da chapa. Segundo o líder na Câmara, o gaúcho Beto Albuquerque (foto), as divergências entre os dois partidos podem até continuar, mas o foco da aliança são as convergências. “O PSB vem construindo a candidatura do Eduardo animadamente. O gesto da Marina para nós é mais importante do que as análises”, minimiza.

Saúde à míngua
“Ainda faltam dois meses e meio para terminar o ano e o Ministério da Saúde não tem dinheiro para fechar as contas de 2013. Precisa de pelo menos R$ 9 bilhões para novembro e dezembro”, informou o deputado Darcísio Perondi (foto), PMDB-RS, presidente da Frente Parlamentar da Saúde. Segundo o parlamentar, não há recursos para pagamento dos hospitais, das UTIs, dos remédios e dos profissionais que atendem ao SUS. “Isso mostra a fragilidade do orçamento e tudo aquilo que os deputados e senadores que defendem a saúde vêm afirmando há muito tempo. Os recursos federais para a saúde são absolutamente insuficientes”, explicou.

Receitas
Para Darcísio Perondi, a solução para o problema é a aprovação do projeto de lei de iniciativa popular, que obrigará a União a investir o equivalente a 10% de suas receitas correntes brutas na saúde. Se for aprovado, o orçamento da saúde contaria em 2014 com mais R$ 46 bilhões

Dívida/ A Câmara dos Deputados deve apreciar hoje o projeto de lei complementar que trata da dívida de estados e municípios com a União. O projeto propõe que o indexador das dívidas a partir de janeiro de 2013 seja IPCA mais 4% ao ano ou taxa Selic (o que for menor no período). Atualmente, estados e municípios pagam IGP-DI mais 6%, 7,5% ou 9%, dependendo do contrato com a União. Pelo texto, a União fica autorizada a recalcular o estoque da dívida, anterior ao primeiro dia de 2013, com base
na taxa Selic.

Ajuda/ Quem está se rindo à toa é o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), que rolará a dívida da capital paulista, uma das maiores do país. Os governos que tiverem pago mais que a variação da Selic desde a assinatura do contrato terão o estoque da dívida reduzido. O Tesouro sempre foi contra essa mudança, mas agora jogou a toalha.

Reforma/ O grupo de trabalho da reforma política da Câmara, coordenado pelo deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), encerrará seus trabalhos nesta semana. As decisões do grupo serão sistematizadas em uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) e em projetos de lei que tramitarão normalmente na Câmara.

Hospitalidade
O presidente do PSDB, Aécio Neves, reagiu às declarações da presidente Dilma Rousseff se vangloriando dos investimentos federais no Sul de Minas. “A presidente Dilma é sempre muito bem-vinda a Minas, como é natural da hospitalidade mineira, mesmo não tendo, mais uma vez, trazido respostas para importantes demandas do nosso Estado que estão sob responsabilidade do governo federal. Se não tivesse se afastado por tantos anos de Minas, a presidente, e não a candidata, talvez estivesse apresentando respostas a essas demandas”, disparou. Segundo o tucano, houve parceria do governo de Minas com o governo federal em Itajuba, o que não foi reconhecido por Dilma.

Fonte: Correio Braziliense

Política – Claudio Humberto

• ‘Xerife’ antidrogas cobra ação contra PCC-Farc
Em férias com a família e agentes federais que o protegem 24h, o juiz Odilon de Oliveira festejou a maior investida em 20 anos do Ministério Público paulista contra a gang PCC, envolvendo 175 suspeitos até de tramar a morte do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Responsável pela prisão de dezenas de traficantes, ele alerta que o MP deve incluir na investigação os narcoguerrilheiros das Farc, que atuam na fronteira.

• Narcoterrorismo
O juiz atribuiu ao PCC os ataques à capital paulista às vésperas da eleição de 2006, dizendo que o grupo atua com a guerrilha do Paraguai.

• Comando Sul
Odilon critica o governo federal por “subestimar” o “Exército do Povo Paraguaio” (EPP) e ter asilado mais de 400 ex-guerrilheiros das Farc.

• O inimigo em casa
O EPP comanda sequestros, assaltos a bancos e ataques brutais a brasileiros no Paraguai. Um de seus líderes estaria refugiado no Brasil.

• Eixo do mal
Fragilizadas, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia delegaram ao PCC o tráfico de armas e drogas com Bolívia e Paraguai.

• Boquinha federal no exterior tem até datilógrafo
A profissão está extinta, mas a “boca” em dólares e euros faz o pé-de-meia de dezenas de funcionários federais lotados em embaixadas e consulados do Brasil mundo afora, conforme levantamento da coluna no catálogo 2013 dos servidores lotados no exterior do Itamaraty. Contratados em “caráter excepcional” por uma lei de dezembro de 2006, exercem funções reservadas à carreira diplomática, sem vagas abertas para o cargo nem o perfil exigido, como fluência no idioma local.

• Tem de tudo
Entre os 577 removidos para o serviço exterior há dez artífices, três datilógrafos, desenhista, oficial de cartografia, e até enfermeira.

• Trem da alegria
É de 2008 a maioria das remoções de servidores federais dispensáveis no exterior, como um engenheiro em Portugal e médica na Alemanha.

• Aprende, Obama!
Já tem servidor o futuro e-mail do governo contra espionagem: naosoueu.gov.br.

• Decifra-me
No discurso no dia da garotada, Dilma tascou: “Sempre que você olha uma criança, há sempre uma figura oculta, que é um cachorro atrás, o que é algo muito importante”. É bom ela ficar de olho nos calcanhares.

• Frustração
Apreciador incurável de doces, o vice Michel Temer saiu frustrado de almoço na Embaixada de Portugal, onde famosos doces portugueses foram substituídos pelo alemão “strudel de maçã”, e o bacalhau por filé.

• Ficha suja
O líder da bancada gaúcha na Câmara, Alceu Moreira (PMDB-RS), está inscrito no Cadastro Nacional de Pessoas Condenadas por Improbidade Administrativa do Conselho Nacional de Justiça.

• Se colar, colou
Operação da PF em Curitiba (PR) apreendeu 500 mil selos falsos dos Correios numa gráfica que faturava R$ 3 milhões. Não espanta serem selos, mas precisarem deles num país com 123 milhões de celulares.

• Espeto de pau
A Promotoria do Meio Ambiente de Jacareí (SP) investiga casas de um loteamento em área de preservação às margens do rio Paraíba, entre as quais a do promotor de cidadania do município, José Luiz Berdinarski.

• Para poucos
Responsável pela agenda de Aécio Neves (PSDB-MG), João Almeida soube pelos jornais do casamento dele com a modelo Letícia Weber. “Surpreendeu tanto quanto a união de Marina Silva com Eduardo”.

• Valorizando passe
Depois de levar um chega-pra-lá da ex-senadora Marina Silva, o DEM planeja levantar a bola de Ronaldo Caiado (GO), cotando-o inclusive para disputar a Presidência em 2014. O PSDB aposta em acordo.

• Ligando as turbinas
O prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB), se reuniu com a bancada federal para discutir emendas e projetos de infraestrutura para 2014, que poderão entrar no Orçamento Geral da União.

• Pergunta na passeata
Quando os Black Blocs vão sair às ruas defendendo os direitos humanos dos “manos” do PCC?

Fonte: Jornal do Commercio ( PE)

Chuva cinzenta - Graziela Melo

Cinzenta
Está
A tarde,
A alma
A vida


No ar
Um certo
Ar

De despedida...


E
A chuva
Que pinga
Respinga,

Fria
Triste,

Contemplativa!!!

Persistente,
Insistente,
Renitente...

Solitária

Meditativa!!!

A Alma
É um cão
Sem dono,

Sarnento,
Magro,
Faminto,

Sem teto
Sem afeto

E cheio
De feridas...