sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Novo ministro da Educação é réu de processo

BRASÍLIA - O secretário executivo do Ministério da Educação e futuro ministro da pasta, José Henrique Paim, é réu em ação civil pública que tramita desde 2006 na Justiça Federal em São Paulo, acusado de improbidade administrativa. Ele foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por supostas irregularidades em convênio firmado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), do qual era presidente.

O convênio, no valor de R$ 491 mil, foi assinado em 2005 com a ONG Central Nacional Democrática Sindical (CNDS). Destinava-se a alfabetizar jovens e adultos. Auditores do TCU detectaram irregularidades como ausência de documentos na prestação de contas e falta de provas de pagamentos efetuados.

Um contrato anterior, no valor de R$ 532,2 mil, havia sido firmado em 2004, mas a ONG não prestou contas dele no prazo legal. Além disso, professores que trabalhavam para a CNDS denunciaram que não estavam sendo pagos pelas aulas que davam. O fato levou o MPF a recomendar ao FNDE que não assinasse novos contratos com a ONG.

A recomendação, no entanto, não foi seguida e o Fundo assinou outro contrato com a CNDS no ano seguinte. Pouco tempo depois, a ONG fechou as portas e seus dirigentes desapareceram, retardando o trabalho da Justiça, que tenta notificá-los para prestarem depoimento. Por isso, Paim segue como réu em um processo que corre há quase oito anos. Conhecido como "o homem que controla a máquina" no ministério, Paim é gaúcho de Porto Alegre e estava filiado ao PSDB até o início dos anos 90. Ele presidiu o FNDE de 26 de janeiro de 2004 a 29 de março de 2006.

Em 2009, o TCU acolheu as alegações de Paim de que ele foi "induzido a erro" quando assinou o convênio. A defesa do futuro ministro destaca que no convênio "constavam, de forma explícita, declarações de regularidade emanadas dos diversos setores envolvidos no trâmite".

Segundo o MEC, a defesa de Paim "fundou-se nas mesmas razões apresentadas ao TCU e que foram integralmente acatadas pelo tribunal". Assim, o ministério aguarda no momento "a prolação de sentença" que eximirá o ex-presidente do FNDE de "qualquer responsabilidade".

Exoneração
Chefe de gabinete do ministro Manoel Dias (Trabalho), Rodrigo Minotto (PDT) foi exonerado do cargo ontem, a pedido.

A saída de Rodrigo Minotto ocorre em um momento de denúncias que atingem a pasta, feitos por uma empresária, à revista IstoÉ, informando que o ex-ministro Carlos Lupi recebeu R$ 200 mil para acelerar a emissão do registro de um sindicato e que o atual ministro, Manoel Dias, iria fazer a liberação. Ambos negam as acusações.

Segundo a assessoria de imprensa do ministério, porém, a saída de Minotto já estava previamente combinada e ocorreu para ele se dedicar à disputa das eleições desse ano em Santa Catarina, onde deve ser candidato a deputado.

O irmão do ex-chefe de gabinete, Roger Tibúrcio Minotto (PDT), foi apontado em uma auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) como responsável por fraudes cometidas em convênio firmado pela pasta com uma ONG ligada ao partido.

O substituto de Minotto, André Roberto Menegotto, também é filiado ao PDT.

Fonte: Jornal do Commercio (PE)

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