sábado, 18 de janeiro de 2014

Oposição acusa presidente de fazer campanha eleitoral

Daniel Camargos

Três deputados estaduais do PSDB e um do PSB manifestaram repúdio às promessas feitas pela presidente Dilma Rousseff (PT) em visita a Belo Horizonte, ontem. Os tucanos e o socialista abusaram de adjetivos e palavras fortes para reclamar, principalmente, do que eles consideram a repetição de promessas para a ampliação do metrô na capital mineira feita pela petista. Em entrevista coletiva na sede do PSDB, poucas horas depois de Dilma deixar a cidade, eles também se queixaram da presidente estar fazendo campanha eleitoral.

"Quem esteve aqui não foi a presidente Dilma, foi a candidata Dilma", avalia o líder do bloco governista na Assembleia Legislativa, Lafayette Andrada (PSDB). O tucano foi irônico, dizendo que brevemente a presidente voltará para anunciar a duplicação da BR-381. "Aí nós vamos reunir vocês (jornalistas) de novo", disse. Andrada entende que a vinda da presidente Dilma "a capital mineira foi para anunciar uma obra que não começou. "E nem sequer vai começar no governo dela", prevê.

Os tucanos prepararam uma tabela comparando os investimentos do governo federal nos últimos três anos em recursos empenhados para construção e ampliação do metrô em cinco estados: Rio Grande do Sul, Ceará, Pernambuco e Bahia. O estado que mais recebeu repasses, segundo o levantamento do PSDB, foi o Rio Grande do Sul, comandado pelo petista Tarso Genro (PT): R$ 685,4 milhões. Minas recebeu apenas R$ 2 milhões, sendo o menos beneficiado.

"Na véspera da eleição sempre prometem que vão liberar recursos que não serão liberados. É promessa de campanha para deixar o sucessor pagar", atacou o deputado estadual Célio Moreira (PSDB-MG). Para ele, a estratégia da presidente Dilma é de "sempre bater na mentira para virar verdade". O deputado afirma, porém, que não é possível "enganar o povo para sempre".

"Enquanto o metrô de diversas cidades está pronto graças a recursos do governo do PT, a expansão do metrô de Minas não saiu do papel durante 12 anos. Apesar disso, a presidente chegou ao cúmulo de zombar dos mineiros, organizando solenidade para anunciar a liberação apenas de recursos para fazer o projeto. Até hoje, nem os recursos anunciados para o projeto foram enviados", informa o texto distribuído na sede do PSDB.

Para o deputado estadual Rômulo Viegas (PSDB) o governo federal trata os estados e municípios como vassalos. "Estão instalando o feudalismo no país", afirma o deputado. O modo de produção feudal, ao qual o deputado se refere, antecedeu o capitalismo na Europa e era baseado na relação entre suseranos e vassalos. Os suseranos doavam a terra para os vassalos e tinham assim a gratidão destes, que deviam prestar serviços militares. Tudo abençoado pela Igreja Católica, entidade mais poderosa da Idade Média.

O deputado Wander Borges (PSB) avalia que o governo federal precisa entender que está errando. O socialista disse que a União deveria destinar mais recursos para a segurança pública e que a responsabilidade dessa área não deve ficar somente com os governos estaduais.

Além dos ataques verbais, os deputados ostentavam uma folha com o título "Pega na mentira", onde uma linha do tempo mostra, desde o início do primeiro governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2003, até os dias atuais, seis promessas feitas por ele e por Dilma que não foram cumpridas.

Fonte: Estado de Minas

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