Últimos índices de rejeição do prefeito mostram que nem mesmo os milhões gastos em propaganda estão conseguindo mascarar a realidade dos cariocas
Não é segredo para ninguém que o projeto da atual prefeitura é tornar o Rio de Janeiro uma cidade de negócios, pensada para megaeventos. Basta observar os grandes projetos de mobilidade urbana e as políticas de segurança pública para reparar que todos eles se concentram nos arredores dos complexos esportivos e rede hoteleira da Copa e das Olímpiadas. Educação, Saúde, uma rede de transporte funcional e cultura para quem mora aqui parecem ser objetivos secundários.
Os últimos índices de rejeição do prefeito mostram que nem mesmo os milhões gastos em propaganda estão conseguindo mascarar a realidade dos cariocas. A novidade é que nem os turistas foram poupados nos últimos dias de 2013 e nas primeiras horas de 2014.
Quem chegava ao Rio pela rodoviária era recebido por taxistas que ignoravam não só o taxímetro, mas também o novo código disciplinar para o serviço, cobrando valores fechados de, no mínimo, R$ 100 por corrida. Quem veio de avião foi recebido num aeroporto com calor insuportável causado por problemas na refrigeração. Quem procurou se refrescar em nossas praias acabou frustrado com águas impróprias para banho em grande parte da orla.
Já no Réveillon das areias de Copacabana, cenas de selvageria vitimaram moradores e turistas. Arrastões, roubos de carteiras e celulares levaram dezenas de pessoas às delegacias do bairro. Lá, os documentos achados estavam jogados no chão, num desleixo inadmissível.
No meio de tudo isso, um tiroteio em plena Copacabana deixou 12 feridos. As míseras 300 cabines de banheiro público para os mais de dois milhões de presentes provocaram previsíveis filas quilométricas. Na volta pra casa, mais fila no metrô e, para aqueles que necessitam de outro transporte público, muita paciência e sola de sapato.
Definitivamente, esta não é a cidade que queremos.
Paulo Pinheiro é médico e vereador pelo Psol
Fonte: O Dia
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