domingo, 9 de fevereiro de 2014

"O PSB não pode errar em São Paulo"

No maior colégio eleitoral do Brasil, líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque, ressalta que um palanque paulista será estratégico para a campanha de Eduardo Campos

Gabriela López

Pode-se dizer que a formação do palanque em São Paulo representa o maior desafio para governador-presidenciável Eduardo Campos (PSB) nesta fase de costuras. Primeiro porque é o maior colégio eleitoral do País (em 2012, eram 31 milhões de pessoas aptas a votar lá, 22% do eleitorado nacional) e onde ele ainda é desconhecido. Segundo porque o socialista precisará vencer a resistência da Rede Sustentabilidade a apoiar à reeleição do governador tucano Geraldo Alckmin.

Vice-presidente nacional do PSB e líder do partido na Câmara dos Deputados, Beto Albuquerque (RS) é enfático ao comentar a formação do palanque paulista. "Em São Paulo, o PSB não pode errar", cravou o socialista.

Apesar de exaltar que o diálogo com a Rede será feito até se chegar a um entendimento, o parlamentar ressalta que, no momento de decidir, terá de ser observado "quem tem razão". "Porque não estamos aqui para contar uma bonita história", alerta Albuquerque.

Circula nos bastidores a informação de que os socialistas vão recorrer a pesquisas para convencer a ex-senadora e líder da Rede, Marina Silva, de que o melhor caminho é apoiar o PSDB. Uma sondagem que os socialistas já têm em mãos teria apontado que 46% dos eleitores de Marina também votam no governador Geraldo Alckmin.

"Marineiros" defendem que o discurso de "nova política", endossado por Eduardo Campos e Marina Silva, devem se reproduzir nos Estados.

A questão do palanque de São Paulo impacta em outro fator: o lançamento da candidatura do governador Eduardo Campos a presidente, provavelmente com Marina na vice. Interlocutores dos dois grupos acreditam que não é viável realizar o evento sem o arranjo paulista definido, até porque o ato pode ocorrer no Estado, onde serão os da presidente Dilma Rousseff (PT) e do senador-presidenciável Aécio Neves (PSDB).

Tanto Beto Albuquerque quanto o coordenador nacional de Organização da Rede, Pedro Ivo, classificam como natural a possibilidade de Rede e PSB subirem em palanques diferentes em alguns Estados. Eles argumentam que os partidos diferentes, embora aliados. A separação pode ocorrer, por exemplo, no Maranhão, onde o PSB quer apoiar a candidatura de Flávio Dino (PCdoB) ao governo, enquanto a Rede prefere se aliar à deputada estadual Eliziane Gama (PPS).

Beto Albuquerque nega que a divisão fragilize o palanque nacional. "Se enfraquecesse, Dilma estava ralada, porque ela não tem um Estado do Brasil onde a base do governo esteja unificada", compara.

"São dois partidos que têm trajetória próprias e têm um projeto nacional, mas têm aliança estaduais diferentes. Na medida do possível, vamos marchar unidos. Onde não der, vamos estar cada um com o projeto mais próximo dos seus anseios", completa Pedro Ivo.

Fonte: Jornal do Commercio (PE)

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