sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Panorama Político - Ilimar Franco

O papel do Senado
O Senado passou a ser o sustentáculo da governabilidade da presidente Dilma. A rebelião da base governista na Câmara só não resulta em maiores estragos, porque os aliados do Senado seguram o rojão. No governo Lula, um Senado hostil derrubou a cobrança da CPMF. Agora, um Senado bom moço impede a aprovação de leis que aumentam as despesas ou reduzem as receitas.

Colocar um freio na Câmara
Essa semana, na sessão do Congresso que analisou o veto da presidente Dilma à criação de novos municípios, foi o Senado quem salvou o governo da derrota. A Câmara votou pela derrubada do veto, como havia feito no primeiro turno, mas o Senado que também votara para derrubá-lo, tirou o quórum no segundo turno. Resultado: vale o veto. Isso já tinha ocorrido no veto à lei das isenções do IPI. O Congresso aprovou texto dizendo que as isenções seriam em cima da receita da União, mas não sobre a de Estados e Municípios. Dilma vetou. A Câmara votou para derrubar o veto. Os senadores aliados sumiram do plenário. Conclusão: veto mantido.

“O governo Dilma todo ano anuncia cortes que não acontecem. O mercado e a sociedade esperavam reduções mais drásticas”
Antonio Imbassahy
Líder do PSDB na Câmara (BA), sobre o corte de R$ 44 bi no Orçamento, sendo no mínimo R$ 20,3 bi em investimentos

Oremos!
Ao ser cobrada pela falta de atenção do governo por um partido da base aliada, a ministra Ideli Salvatti (SRI) se saiu com essa: "Olha, se você rezar e acender uma vela pode ser que ajude a resolver". Risos nervosos tomaram conta da sala.

Correndo atrás
Depois de reunir-se com o presidente do Senado, Renan Calheiros, o Advogado-geral da União, Luís Adams, fez petição ao ministro Marco Aurélio Mello (STF) para que os supersalários sejam pagos via depósitos judicias. Como a decisão de pagar é liminar, alega que a decisão pode ser reformada. Nesse caso, seria mais fácil reaver os recursos.

Entregando a mercadoria
O PMDB da Câmara desconfia que a passividade da bancada do partido no Senado, na votação de vetos da presidente Dilma, está relacionada com a distribuição de cargos, como a nomeação de Mário Póvoa para diretor interino da Antaq.

Barrados no baile
A reunião promovida pelo presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB), com os partidos aliados foi um chororô. Só o PT e o PCdoB não foram chamados para a festa. Uma frase de um dos líderes governistas resumiu o clima de ressentimento do encontro: "A base é convidada para os eventos da presidente só para bater palmas. Ela e a turma do PT no palanque inaugurando e a gente olhando e aplaudindo".

O bordejo
Apesar das queixas, ninguém na base aliada pensa em romper com o governo ou abandonar a reeleição da presidente Dilma. O líder do PR, Bernardo de Vasconcelos, definiu o sentimento de todos: “Nós queremos voltar com a Dilma!”.

Pressão e ansiedade
Diante do não de Bernardinho, o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), diz que está mais do que na hora do candidato tucano ao Planalto, Aécio Neves, anunciar seu apoio à candidatura do vereador Cesar Maia ao governo do Rio.

SERÁ MESMO? Os dirigentes de oito partidos aliados, que se reuniram anteontem à noite, adotaram como lema: "Um por todos e todos por um!".

Fonte: O Globo

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