quarta-feira, 12 de março de 2014

Eduardo Campos: dizer que ‘Brasil não aguenta mais’ é análise sobre rumos do governo

Pré-candidato voltou a citar fraco desempenho da economia brasileira ao analisar gestão de Dilma

Letícia Lins

RECIFE - O pré-candidato do PSB à sucessão presidencial, Eduardo Campos, afirmou nesta terça-feira que, no governo Dilma Rousseff, as conquistas que ocorreram na gestão anterior de Luiz Inácio Lula da Silva estão desaparecendo e que o desempenho da economia está muito abaixo da herança deixada pelo ex-presidente. O governador de Pernambuco participou da solenidade de inauguração da nova fábrica da Ambev no estado, que conta com investimentos de R$ 725 milhões e gerou mil empregos diretos e 42 mil diretos. A indústria fica na cidade de Itapissuma, na zona da mata, tradicionalmente ocupada pela agroindústria canavieira.

Ele disse não ter fórmulas mágicas a apresentar para o país, e voltou a repetir que ‘desse jeito não dá’, em alusão à reeleição da presidente:

- O que todos sabemos, é que desse jeito não dá - repetiu o ataque do fim de semana, no entanto, frisou que suas palavras não são ataques, mas "análises" sobre os rumos do governo. Negou, também que esteja partindo para ofensiva contra a presidente, em quem votou na última sucessão presidencial.

- Não se trata de falar da pessoa da presidente. Em várias palestras em São Paulo, deixei sempre claro e registrado o meu respeito. À pessoa dela, a ela como Presidente da República, em que votei inclusive. Mas não posso deixar de ter o direito democrático de afirmar minha divergência com a condução do país. Se você acha que é normal o Brasil estar com baixo crescimento, a inflação subindo, e os juros subindo junto, se isso vai nos levar a algum canto, não vai - disse.

- O Brasil não aguenta mais quatro anos de encolhimento da indústria, não aguenta mais quatro anos da juventude vendo que não há perspectiva para uma boa credibilidade, não aguenta mais quatro anos de um sistema que eleva de um lado a inflação da comida e dos aluguéis, e que mantém artificialmente a inflação oficial, a partir da segurada dos preços administrados, e o crescimento abaixo nos nossos vizinhos, abaixo da média do que deixou o presidente Lula e ao mesmo tempo o juro voltando a subir.

‘Não tem ataque’
Campos novamente falou em ‘fórmulas mágicas’ para atacar o desempenho do governo Dilma.

- Essa situação nos obriga a chamar o Brasil a um debate, onde todas as forças políticas devem colocar sua posição. Ninguém é dono da verdade. Ninguém está aqui com fórmulas mágicas para apresentar. Mas o que sabemos é que desse jeito não dá. Tem que ser de um outro jeito - alfinetou.
Insistiu que suas posições não significam ataques.

- Não tem ataque. Fiz só uma análise para vocês, sobre a participação da indústria no PIB brasileiro. Isso não é um ataque, é constatação objetiva que economistas de várias tendências já fizeram.

Precisamos cuidar da indústria brasileira. Estamos com problema no balanço de pagamentos e tivemos um déficit, só entre os produtos industrializados de mais de R$100 bilhões. Se isso não for importante, o que então vai ser importante? É saber quem é o próximo ministro da justiça, se o Presidente do Senado ou da Câmara vão ser do PMDB? Isso vai mudar a vida do povo? O debate tem que ser colocado no Brasil - finalizou.

O governador participa, nesta terça-feira, de mais quatro visitas ou inaugurações a indústrias que contam com incentivos do estado.

Fonte: O Globo

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