quarta-feira, 5 de março de 2014

Venezuelanos protestam antes de festa

Milhares voltam às ruas de diferentes cidades contra problemas que vão desde a alta inflação até a insegurança

Hoje, parada militar e cerimônia em Caracas irão marcar o primeiro aniversário de morte de Hugo Chávez

Das agências de notícias

Milhares de venezuelanos foram às ruas em diferentes cidades do país ontem, véspera do primeiro aniversário de morte de Hugo Chávez, para se manifestar contra o governo e em homenagem às 18 pessoas que morreram em uma série de protestos iniciada no mês passado.

Em Sucre, onde governa a oposição, estudantes marcharam do parque Miranda a Petare, a maior favela da região de Caracas, contra a insegurança e a deterioração econômica do país. Outro ato de destaque ocorreu em San Cristóbal, no Estado de Táchira, perto da Colômbia.

Desde fevereiro, os motivos levantados nos protestos vão desde a inflação --a mais alta da América Latina-- até a falta de produtos básicos. A eles se uniram líderes oposicionistas como Henrique Capriles e Leopoldo López, preso atualmente. A mulher dele, Lilian Tintori, participou dos atos de ontem.

Relatório da UCAB (Universidade Católica Andrés Bello) divulgado ontem afirmou que foram realizadas 331 prisões em protestos ocorridos de 12 a 28 de fevereiro. Na maioria dos casos, os juízes alegaram proibição de manifestação, algo que não está previsto na lei venezuelana.

Homenagens
Hoje, o governo de Nicolás Maduro, herdeiro político de Chávez, realizará uma parada militar por Caracas e uma cerimônia no mausoléu onde estão os restos mortais do presidente, que morreu vítima de câncer.

Conforme a Folha informou anteontem, o assessor de assuntos internacionais do Planalto, Marco Aurélio Garcia, deve ir a Caracas participar dos eventos e se encontrar com representantes do governo, porém sem o intuito de exercer mediação entre os chavistas e a oposição.

Em Genebra, o chanceler venezuelano, Elías Jaua, confirmou ontem que o país não quer mediação internacional para a crise. "Os problemas que temos podem ser resolvidos entre os venezuelanos."

Fonte: Folha Online

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