quarta-feira, 23 de abril de 2014

Aécio cobra investigação

Presidenciável tucano reitera a necessidade de apurar desmandos na Petrobras. PSDB escolhe data para oficializar candidatura

Paulo de Tarso Lyra – Correio Braziliense

O senador Aécio Neves (PSDB-MG), pré-candidato tucano à Presidência, voltou a defender a instalação de uma CPI para investigar a Petrobras, mesmo que a decisão da ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber seja por uma investigação mais ampla, envolvendo também o suposto cartel do metrô de São Paulo e as suspeitas de irregularidades nas obras do Porto de Suape e da Refinaria de Abreu e Lima, ambos em Pernambuco. "A CPI da Petrobras não é uma demanda das oposições, como os governistas gostam de dizer. É uma demanda da sociedade brasileira, que está indignada, aviltada com todos esses desmandos, com todos esses desvios", afirmou Aécio, após a reunião da Executiva do PSDB que definiu 14 de junho como data para lançar a candidatura ao Planalto.

Para Aécio, as recentes informações de que a Petrobras se recusou a vender de volta 50% da refinaria de Pasadena para a Astra Oil só reforçam a ausência de governança na principal empresa do país. "O que estamos percebendo é que a Petrobras era administrada quase como uma quitanda, com excesso de poder dos diretores, que tomavam decisões não se sabe se em benefício da companhia ou em benefício dos parceiros da companhia", criticou.

O presidenciável tucano lembrou ainda as recentes declarações do ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli, dizendo que a presidente Dilma Rousseff também tem que assumir a responsabilidade pela compra da refinaria de Pasadena, no Texas: "Todas essas novas denúncias demonstram a necessidade urgente de termos uma CPI para investigar o que vem sendo feito com a maior empresa brasileira".

Aécio afirmou também que, caso a ministra Rosa Weber aprove a instalação de uma CPI ampla — a decisão é esperada para hoje —, ele defenderá a indicação dos integrantes do colegiado para evitar que governistas comandem os trabalhos. "Não pode ser uma comissão simplesmente para adiar as investigações, para fazer teatro."

A reunião da Executiva Nacional do PSDB ontem serviu para referendar o nome de Aécio Neves como pré-candidato ao Planalto em outubro. A convenção nacional do partido está marcada para 14 de junho, em São Paulo. "É uma deferência ao governador Geraldo Alckmin e uma prova da importância de São Paulo no cenário político nacional", declarou Aécio Neves.

Eleições
No encontro de terça-feira, foi feito um balanço dos palanques estaduais e, segundo Aécio, em 80% dos estados, haverá candidaturas competitivas, tanto do PSDB, quanto de partidos aliados. "Teremos um exército de companheiros para levar as ideias da nossa candidatura, baseadas na eficiência e na ética, algo que está em falta no governo federal", anunciou.

Pelos cálculos do PSDB, um bom resultado em São Paulo, em Minas Gerais, na Bahia e no Ceará tornam Aécio extremamente competitivo. "Na Bahia, temos uma chapa forte, com cheiro de vitória, e no Ceará, por enquanto, temos a confirmação de Tasso Jereissatti para o Senado e conversas com o PR para o governo estadual", explicou Aécio. "Se repetirmos o resultado que tivemos em 2010 no Sul e no Centro-Oeste, teremos grandes chances de sermos eleitos", completou.

Aécio, contudo, ainda não definiu quem será o vice na chapa. Na semana passada, o pré-candidato do PSB ao Planalto, Eduardo Campos, confirmou a indicação da ex-senadora Marina Silva (PSB). "O tempo para a definição é o tempo da convenção", disse o tucano. Ele não descartou a possibilidade de ter uma mulher como companheira de chapa — como é o caso de Eduardo/ Marina e Dilma Rousseff/ Michel Temer. "Seria, com certeza, algo até mais agradável, mas estamos pautando essa escolha com base em propostas, não por uma questão de gênero ou regional", assegurou.

"A Petrobras era administrada quase como uma quitanda, com excesso de poder dos diretores, que tomavam decisões não se sabe se em benefício da companhia ou em benefício dos parceiros"
Aécio Neves, pré-candidato do PSDB à Presidência da República

Socialista começa giro pelo país
O pré-candidato do PSB ao Planalto, Eduardo Campos, disse ontem que, com o apoio das ruas, conseguirá maioria no Congresso caso seja eleito presidente da República. Segundo o ex-governador de Pernambuco, o eleitor não vai reeleger "muita gente que está no Congresso atrasada, fisiológica e patrimonialista". Ele também voltou a criticar o Executivo federal. "Eu vi esse governo com tanta base, tanto partido, tanto ministério, passar um ano todo sem votar." O socialista esteve ontem em Florianópolis, primeira parada de um giro por seis estados. A ex-senadora Marina Silva (PSB), que será vice na chapa de Eduardo, não participou do evento.

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