sábado, 5 de abril de 2014

Aécio diz que Dilma prepara bomba-relógio e que tarifas vão subir após as eleições

Para Aécio, o governo do PT focou suas medidas de controle da inflação nos preços controlados e, na hora que eles estourarem, a inflação vai chegar próximo de 10%

Juliana Cipriani, Leonardo Augusto – Estado de Minas

O senador Aécio Neves, pré-candidato do PSDB à Presidência da República, acusou nessa sexta-feira o governo da Presidente Dilma Rousseff (PT) de não ter aumentado os preços dos combustíveis, energia e transporte, medidas que considera necessárias para manter a economia do país, para não ser impopular, e afirmou que as tarifas fatalmente vão subir depois das eleições. “A presidente prepara uma bomba-relógio para depois das eleições, com reajuste de energia em razão de uma medida desastrada que ela tomou no setor e também do preço de combustíveis, porque a Petrobras está caminhando para a insolvência se não houver uma recuperação da gestão da empresa”, afirmou.

Segundo o senador, a Petrobras perdeu metade do seu valor, e a Eletrobras, mais do que isso. Para Aécio, o governo Dilma focou suas medidas de controle da inflação nos preços controlados e, na hora que eles estourarem, a inflação vai chegar próximo de 10%. “O que orienta a ação do governo hoje é a ação do calendário eleitoral. E quanto mais você demora na administração pública a tomar uma medida necessária o custo lá na frente é muito maior. O custo será muito maior para o Brasil com o adiamento de algumas medidas que já deveriam ser tomadas, mas não tomaram porque são impopulares”, disse.

Nesta semana, Aécio disse que, se eleito, estaria disposto a tomar medidas impopulares. Questionado sobre quais seriam essas ações ontem, durante a posse do novo governador de Minas Gerais, Alberto Pinto Coelho (PP), ele afirmou que uma delas seria “transparência e rigidez” na política fiscal. “A inflação tem que ser focada no centro da meta e não no teto, como hoje. O governo do PT foi leniente com a inflação”, afirmou. O tucano repetiu que, se eleito, pretende cortar pela metade o número de ministérios e proibir o contingenciamento de recursos para a área da segurança pública.

Segundo o pré-candidato, Dilma foi eleita por dois pilares que não se sustentaram. O primeiro, de que faria a economia continuar a crescer, e o segundo, sua fama de boa gestora. De acordo com ele, o legado da Copa do Mundo prometido pelo governo federal não virá. “Apenas 23% das obras anunciadas pelo governo e, portanto, comprometidas pelo governo não estão prontas. Porque o governo não quis? Não, porque o governo é incapaz”, afirmou.


Aécio disse que a “grande gestora” Dilma não visitou Minas Gerais, mas a presidente candidata. O tucano disse não ter dúvidas da probidade da petista, mas que, pelos indicadores da economia, sociais e de infraestrutura, há um enorme questionamento de que ela não estava preparada para assumir um país da complexidade do Brasil. O tucano voltou a criticar as visitas da presidente, que volta a Minas Gerais mais uma vez na segunda-feira.

Segundo Aécio, em poucos meses do ano, ela já veio mais ao estado do que nos 40 anos em que ficou fora. “Ela é sempre bem-vinda. Gostaria apenas que pudesse vir aqui não apenas lançando e anunciando, mas inaugurando e entregando obras, já que está no 12º ano de um governo do qual participou intensamente como ministra e agora como presidente”, disse.

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