domingo, 13 de abril de 2014

Para oposição, revelações sobre repasse a políticos reforçam CPI exclusiva

Humberto Costa, do PT, diz que é preciso saber se recurso é de origem ilícita

Vinicius Sassine – O Globo

BRASÍLIA — Para o líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), a revelação sobre a intermediação de Paulo Roberto Costa com a finalidade de repassar dinheiro a políticos reforça a necessidade de funcionamento da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras. O governo vem atuando para evitar a investigação e, se não for possível, para ampliar o foco da apuração, estendendo a CPI para assuntos relacionados ao cartel do Metrô de São Paulo e ao Porto de Suape (PE), uma forma de colocar na linha de tiro os pré-candidatos à Presidência Aécio Neves (PSDB-MG) e Eduardo Campos (PSB-PE).

– A CPI é para investigar o loteamento político da Petrobras. Esse episódio só reforça essa necessidade – afirmou o senador.

Segundo o tucano, a estatal "foi toda entregue a políticos" nas gestões de Lula e de Dilma Rousseff, até a chegada de Graça Foster à presidência da empresa, no começo de 2012.

– A Transpetro, por exemplo, é um feudo do PMDB há 11 anos. As indicações políticas existem para facilitar o acesso a doadores de campanha. Tem muita gente com medo da CPI, existe um temor generalizado de políticos e grandes empresas. O mensalão é brinquedo de criança perto disso – citou.

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), afirmou que não mudou a posição em relação à CPI, apesar da existência de novos documentos que apontam para o repasse de dinheiro de empreiteiras a políticos e partidos.

– É preciso ver se é recurso com origem ilícita, se tem a ver com algum contrato. Pode ser só uso de influência para conseguir recurso de campanha. Isso só mostra que os sistemas de financiamento de campanha no Brasil estão equivocados – observou o petista.

Para Costa, a CPI serviria apenas como um "palco de disputa política":

– As pessoas vão ficar caladas, não vão depor. Essa questão tende a se partidarizar, a se politizar.

Quem estiver com o nome lá (em listas de recebedores de dinheiro), não vai querer investigação. Os órgãos de fiscalização já estão atuando.

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