quarta-feira, 23 de abril de 2014

PSDB oficializará candidatura de Aécio à Presidência no dia 14 de junho em SP

Gabriela Guerreiro – Folha de S. Paulo / EBC

BRASÍLIA - O PSDB decidiu nesta terça-feira (22) lançar no dia 14 de junho, em São Paulo, a candidatura do senador Aécio Neves (MG) à Presidência da República, de olho no apoio do governador Geraldo Alckmin (PSDB) e da ala da sigla ligada ao ex-governador José Serra (PSDB).

A cúpula do partido lançou hoje a pré-candidatura do tucano durante reunião da executiva nacional do PSDB em que representantes dos 27 diretórios estaduais do partido lançaram manifesto em apoio ao nome de Aécio.

No documento, os tucanos afirmam que o candidato do PSDB representa o "desejo de mudança" da maioria dos brasileiros após "anos de um regime de improviso, compadrio e ineficiência". O manifesto também diz que o país está "cansado de desvios, mazelas e escândalos de corrupção em série".

A escolha de São Paulo para o lançamento oficial da candidatura de Aécio tem como objetivo fazer crescer o nome do tucano junto ao eleitorado do Estado –que é o maior colégio eleitoral do país. Será a primeira vez depois de cinco eleições que o PSDB lançará ao Palácio do Planalto um candidato que não é de São Paulo.

Aécio disse que o Estado foi escolhido por sua "importância" na construção política do partido, além de ser uma homenagem a Alckmin. O nome do tucano enfrenta resistências da ala serrista da sigla, embora oficialmente o diretório de SP apoie a sua candidatura.

Mesmo sem definir o nome do vice em sua chapa, o senador afirmou que terá o apoio do DEM e do Solidariedade, mesmo que um tucano seja escolhido para o posto.

"A data [para escolha do vice] é o tempo da convenção. Há várias especulações, nomes qualificados. A vantagem que eu vejo de partidos que estarão conosco, como o DEM e o SDD, todos colocam a candidatura como a questão mais relevante. Claro que expectativas podem existir, mas todos que conversam comigo dizem para resolver da forma que for melhor para a vitória. Vamos decidir consensualmente ouvindo os partidos da aliança", afirmou.

Palanques
A executiva nacional do PSDB se reuniu hoje em Brasília para tentar solucionar problemas de palanques estaduais para Aécio.

O senador diz já ter soluções em 80% dos Estados, com exceção de casos como o Rio de Janeiro –onde parte do PMDB quer apoiar Aécio, mas o ex-prefeito César Maia (DEM) quer o apoio do tucano para a sua candidatura ao governo do Estado.

Em um aceno a Maia, Aécio disse que a aliança formada pelo PSDB com o DEM e o PPS no Estado é que vai definir quem cederá palanque ao tucano. "Independente dessa estrutura de apoio formal, você tem aliança que reúne PSDB, DEM e PPS, inclusive com alianças proporcionais definidas com a possibilidade de acrescentar o PV. Esse conjunto vai definir o candidato ou a possibilidade de aliança com o PMDB", disse Aécio.

Outro Estado ainda indefinido é o Rio Grande do Sul, onde Aécio diz estar em conversas "muito adiantadas" para ter o apoio da pré-candidata ao governo Ana Amélia Lemos (PP) ao seu nome.

No Nordeste, onde a presidente Dilma Rousseff teve ampla maioria nas últimas eleições, Aécio disse que o cenário é mais favorável à oposição especialmente em Estados como a Bahia e o Ceará –onde o ex-senador Tasso Jereissatti (PSDB) decidiu lançar-se ao Senado para também reforçar o palanque do tucano.

"No Sul e no Centro-Oeste, se repetirmos o resultado das últimas eleições, nós ganhamos. Não há porque não achar que isso não possa se repetir. No Nordeste, a nossa situação é muito melhor do que era nas últimas eleições. Ganhamos musculatura em praticamente todos os Estados. Nenhum dos outros candidatos tem esse diferencial, incluindo a presidente Dilma. Cumprimos nosso dever de casa até aqui", disse Aécio.

Segundo o senador, o PSDB terá candidatos próprios em pelo menos dez Estados (Goiás, Santa Catarina, Paraná, Minas, Alagoas, Paraíba, Pará, Distrito Federal, Rondônia e Espírito Santo). Em outros Estados, como Bahia e Mato Grosso, o PSDB terá candidatos nas alianças regionais encabeçadas por siglas como DEM e PDT.

"Eu achei que as finalizações ocorreriam em maio, mas no final de abril há 80% dos palanques já resolvidos, a maioria contra o PT. Os outros vão depender de alguns ajustes", afirmou.

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