Brasília-DF - Denise Rothenburg

- Correio Braziliense

O coordenador

O ex-presidente Lula assumiu de vez a coordenação política da pré-campanha da presidente Dilma Rousseff. Além de conversar com Gilberto Kassab para cobrar o apoio do PSD, o líder petista é hoje o principal fiador da aliança entre ela e o PMDB. Já houve duas reuniões em que foram repassadas as relações estado por estado. No Ceará, onde um grupo do PT planeja acompanhar o que for definido pelo governador Cid Gomes (Pros), Lula promete apoio a Eunício Oliveira (PMDB-CE).

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Mas nem todos os projetos peemedebistas terão Lula como patrocinador. No Rio de Janeiro, por exemplo, a impressão é a de que estará firme e forte no palanque do senador Lindbergh Farias (PT). Hoje, em Mato Grosso do Sul, Lula almoça com o senador Delcídio Amaral (PT), pré-candidato a governador. Tudo para ter a certeza de que estão terminadas as conversas com o PSDB.

Boca fechada & moscas

A aposta geral de grupos políticos é a de que ninguém vai querer chamar Paulo Roberto Costa para depor no Congresso. Há quem diga que ele tinha tantos padrinhos e donos no cargo de diretor da Petrobras que terminará fora das CPIs. O futuro dirá se essa avaliação se confirma.

Joio & trigo

Ao trocar todas as peças na primeira vice-presidência da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP) terminou tirando dali servidores concursados da Casa do mais alto gabarito, que exerciam funções institucionais e nada tinham a ver com André Vargas (sem partido-PR). Por exemplo, o chefe da assessoria jurídica, Marcos Vasconcelos, e o chefe de gabinete, Lourimar Rabelo, ambos com doutorado e longos anos de serviço legislativo. Sabe como é, leitor, foi assim, como jogar a água do banho fora com a criança junto.

E tome tempo...

Com o processo da Operação Lava-Jato subindo para o Supremo Tribunal Federal, o deputado Júlio Delgado (PSB-MG) calcula que ficará difícil receber rapidamente as informações sobre o deputado André Vargas (sem partido-PR) para integrar a análise em curso no Conselho de Ética da Casa. É que, quando ele relatou o caso de José Dirceu, foram mais de 15 dias de espera para o envio da documentação ao Congresso.

...Para terminar o mandato

Demorando 15 dias, a Casa dificilmente julgará André Vargas antes das eleições. E, depois da disputa, muitos políticos são bem capazes de não ter o mesmo ímpeto em cassar o mandato de ninguém. Se brincar, Vargas ainda terminará esta Legislatura no papel de deputado.

CURTIDAS

Separação/ Do jeito que vai, PSB e PSDB correm o risco de brigar de vez em Minas Gerais. Veja o que disse o deputado Júlio Delgado sobre o presidente do PSDB regional, Marcus Pestana: "Ele que cuide do PSDB, porque o PSB tem comando", afirmou.

Boa causa/ À frente da Procuradoria da Mulher do Senado, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) lançou na Casa a campanha #Devolvamnossasmeninas  em favor da libertação de mais de 200 estudantes nigerianas sequestradas no país africano há mais de um mês. Pelo menos 16 senadores aderiram à iniciativa. A parlamentar aproveitou a visita de especialistas da ONU Mulher ao Senado para fazer foto com cartaz no qual está escrita a frase da campanha.

Enquanto isso, em São Paulo.../ Eduardo Campos recebe o apoio do PRP e do PHS nesta sexta-feira.

E em Salvador.../ O "Data-táxi" dá Aécio. De quatro taxistas que atenderam um cidadão no fim de semana, quatro disseram votar em Aécio Neves. Pode ser coincidência, mas empolgou a oposição local.

Além da política/ O diplomata Alexandre Porto lança hoje, na Livraria Cultura do Casa Park, o romance Sergio Y. vai à América, da Companhia das Letras. O texto convida o leitor a uma reflexão sobre a sexualidade no mundo contemporâneo.