sexta-feira, 23 de maio de 2014

Brasília-DF - Denise Rothenburg

- Correio Braziliense

O que se move por pesquisa
Todos os pré-candidatos a presidente saíram felizes com a nova pesquisa do Ibope. Isso porque todos subiram. E para os partidos médios que não terão candidatos ao Planalto e que, invariavelmente, se pautam por essas consultas, começa a pintar que a maioria deixará seus minutos de tevê para Dilma porque seguro morreu de velho. O PTB fechou oficialmente o apoio à reeleição. O PP e o PSD seguirão o mesmo caminho, uma vez que Gilberto Kassab já declarou com todas as letras que assumiu "um compromisso com a presidente Dilma". O jogo, entretanto, não é tão fechado assim. Como a oposição também está em viés de alta, a divisão permanece consolidada. Dentro do PSD e do PP todos estão liberados nos estados para tomar o caminho que desejarem, conforme já foi dito nesta coluna há cerca de um mês.
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Como os adversários de Dilma também cresceram, com destaque para o senador Aécio Neves (PSDB-MG), que alcançou a casa dos 20%, ninguém vai apostar todas as fichas na presidente. No Rio Grande do Sul, por exemplo, onde o PP da senadora Ana Amélia Lemos já fechou com Aécio, ela pretende colocar o tucano no programa de tevê em que se apresentará como candidata ao governo estadual. "Se não puder fazer isso, que liberdade é essa? É para inglês ver", diz ela, interessadíssima em já começar a gravar algumas imagens com o senador. Se nos demais estados onde Aécio e Eduardo conquistaram palanques de aliados de Dilma essa decisão de Ana Amélia se repetir, é bem capaz que eles apareçam bem mais que a petista. É aí que o estica-e-puxa nesses partidos vai aumentar.

O pêndulo I
Ao dar a relatoria da CPMI da Petrobras para o PT na Câmara e a presidência para o PMDB do Senado, o governo acredita que terá controle total sobre os trabalhos de investigação do colegiado e que poderá isolar o líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ). Ocorre que não será bem assim. Eduardo indicou ele mesmo para a CPI e, ainda, os deputados Lúcio Vieira Lima (BA), Sandro Mabel (GO) e João Magalhães (MG), todos hoje rezam o mesmo terço do líder.

O pêndulo II
Em reunião, os quatro deputados do PMDB que integrarão a CPMI decidiram votar sempre unidos e, na dúvida, consultarão a bancada para que a deliberação seja conjunta. Isso dá ao grupo forçar para proteger ou atacar o governo, dependendo da ocasião. Afinal, na hora em que os relatórios da Lava Jato começarem a despencar por ali, vai ter muita gente querendo proteção.

Apreensão geral
Depois de o site Uol divulgar que o juiz teria informado ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, a respeito de recibos de depósitos em favor do senador Fernando Collor (PTB-AL), baixou no meio político o receio de que alguém na Justiça ou na Polícia Federal queira se vingar vazando partes do inquérito que ainda não foram totalmente apuradas.

Cada um com seu cada qual
Pré-candidato a presidente, Eduardo Campos jogará nas costas do deputado Júlio Delgado (PSB-MG) o rompimento da aliança com o PSDB em Minas Gerais e nas costas do deputado Márcio França (PSB-SP) a aliança com o tucano Geraldo Alckmin em São Paulo.

CURTIDAS
Plateia exclusiva/ Apenas a senadora Vanessa Graziotin (PCdoB-AM) acompanhou todo o depoimento de Nestor Cerveró na CPI da Petrobras do Senado. A maioria das cadeiras que os telespectadores viram ocupadas era de jornalistas e funcionários da empresa.

Farinha pouca, meu pirão primeiro/ Candidato a deputado federal, Rogério Rosso, do PSD, continua suas conversas com todos os partidos, sem fechar com este ou aquele candidato a governador. Uma decisão ele já tomou: irá fechar com quem lhe der as melhores chances de obter uma vaga na Câmara dos Deputados.

Imagina na eleição.../ Dia desses, o ex-deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) participava de uma feira no interior da Bahia, quando o locutor o chamou para subir numa mula. Geddel montou sem precisar de ajuda. O locutor, surpreso, anunciou o fato, "olha só, nosso senador!!!!".

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