sábado, 3 de maio de 2014

Brasília-DF: Denise Rothenburg

- Correio Braziliense

PT em busca da limonada
O encontro do PT ontem em São Paulo definiu, pelo menos, três linhas de discurso para a largada imediata da campanha da reeleição de Dilma Rousseff. A primeira providência é tentar tirar o caráter de troca de governo, daquele sentimento de mudança detectado nas pesquisas. O ensaio para ver se o eleitorado vai aceitar esse suco de limão foi o discurso do presidente do PT, Rui Falcão: "As pesquisas atestam que o eleitorado deseja mudanças, deseja continuar mudando. Deseja superar, conservando. Ou seja, quer que Dilma continue a mudar o Brasil como vem fazendo", escreveu em seu discurso, que seria lido ontem à noite no ato político.
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As outras duas iniciativas serão dirigidas diretamente aos principais adversários, uma para cada um. No caso do presidente do PSDB, Aécio Neves (MG), a ideia é tratá-lo como "volta ao passado", sem compromisso com as políticas sociais — algo de que o senador vem se prevenindo ao assegurar, inclusive, que o Bolsa Família não só será mantido como deve se transformar em um programa de Estado.
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Para o caso de Eduardo Campos, a estratégia é desqualificá-lo como protagonista principal de um governo bem-sucedido em Pernambuco e tratá-lo como uma cópia fajuta dos programas petistas. Não por acaso, Rui Falcão se referiu à aliança de Eduardo com Marina Silva como uma mistura de "tapioca com açaí" que pode causar indigestão.

Segunda chamada
Em menos de quatro meses, o PT fez dois atos políticos para dizer que Dilma Rousseff é mesmo a candidata do partido à Presidência da República. Quando se chega a esse ponto, lembram os políticos mais atentos, é sinal de que algo está fora da ordem.

Imagina depois da Copa...
O governo está quase em pânico por causa da imagem que o país passará na abertura da Copa, quando a transmissão de dados deve ser prejudicada pelas deficiências crônicas de infraestrutura para esse tipo de serviço na área do Itaquerão, em São Paulo. O que mais preocupa é a voz corrente entre os empresários de que, se o país não consegue uma boa infraestrutura para abertura de uma competição mundial tão importante, definida há sete anos, imagine em outros casos. Não é à toa que, enquanto presidiu a Embratur, Flávio Dino sempre dizia que sua preocupação central era com a impressão dos estrangeiros que viriam para a Copa da Fifa, e não com os jogos em si.

Vargas e Marquezelli
Os grandes partidos não estão com a menor vontade de mexer agora com Nelson Marquezelli por causa de pagamento a manifestantes, conforme demonstrou a reportagem de André Shalders, do Correio. Por enquanto, a ordem é concentrar atenções em André Vargas, do Paraná.

Assediado/ O senador Aécio Neves (PSDB-MG) não deixa de trocar ideias com o colega do PMDB Eunício Oliveira, do Ceará, no plenário da Casa. Ontem, porém, foi a vez do socialista Eduardo Campos telefonar para o senador cearense e ficar por quase uma hora ao telefone. Como Eunício está com uma forte gripe, trocaram receitas de chá e impressões políticas. Essas pontes fazem sentido, uma vez que o governador do estado, Cid Gomes (Pros), resiste a apoiar o líder na corrida pelo governo do Ceará.

Esqueceram dele.../ Ao anunciar as autoridades presentes e convidá-las para compor a mesa, a mestre de cerimônia do encontro do PT não incluiu o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha. Ao ser chamada por quem já estava sentado, ela corrigiu a gafe. Padilha, então, entrou sob efusivos aplausos e palavras de ordem do tipo "Padilha, guerreiro do povo brasileiro!".

... E dela também/ A mestre de cerimônias também chamou outra que havia sido esquecida, a senadora Gleisi Hoffmann. Gleisi é do Paraná, assim como o doleiro Alberto Yousseff e o deputado e ex-petista André Vargas. É bom lembrar que Padilha tem passado maus bocados tentando explicar que não tem envolvimento com Yousseff e o laboratório Labogen.

Empate triplo/ Já vazou para o mercado o resultado da revisão de pontuação técnica da concorrência para escolha da agência de comunicação que atenderá à Empresa Brasileira de Planejamento e Logística, a EPL — uma conta de R$ 9 milhões. A Informe, que estava com 95 pontos, ganhou um recurso depois da troca de um dos membros da comissão, e empatou com a CDN e a FSB. O resultado oficial da análise da proposta técnica sai na próxima semana.

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