terça-feira, 6 de maio de 2014

Brasília-DF- Denise Rothenburg

- Correio Braziliense

Prefeitos contra Dilma
Há um objetivo não declarado na intenção dos parlamentares de incluir hoje na pauta da Câmara o projeto que aumenta o piso pago aos agentes comunitários de saúde. É levar os prefeitos à porta do governo federal em busca de mais recursos para pagar essa conta. Hoje, do total repassado pela União, os prefeitos pegam uma parte para fazer frente aos gastos com material, uniformes e pranchetas, por exemplo. Agora, se tudo virar salário, não terão mais esse extra e pedirão um aumento. Em tempo: se o governo não conceder nada aos prefeitos — como tem dito que não fará —, uma das hipóteses é reduzir o número de agentes contratados. Aí, quem brigará com a presidente é o eleitor. Afinal, os prefeitos não têm eleição este ano.

Só em junho
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) não está com a menor pressa em fechar logo o nome do candidato a vice na sua chapa. Mas é voz corrente no partido que ele não tem restrições a José Serra, ao contrário. Considera que o ex-governador de São Paulo seria a chave para transferir votos paulistas em seu favor. Qualquer anúncio, entretanto, só virá nas portas da convenção marcada para 14 de junho em São Paulo.

Jogada de risco
Embora a rejeição de Serra seja elevada, uma vez que ele é conhecido, os tucanos acreditam que vale o esforço. O que não querem é repetir a armadilha que consideram armada para Eduardo Campos, do PSB. Os estrategistas do PSDB dizem que a inclusão de Marina Silva na vaga de vice reduziu a capacidade de movimentação do ex-governador de Pernambuco.

Palpite dos políticos
Dentro do PT, da base aliada e até da oposição, há quem acredite que, até a largada da eleição, Dilma ainda vai recuperar alguns pontos nas pesquisas de opinião, mas não escapará de enfrentar um segundo turno. Dentro do PT, aliás, toda a campanha será montada para trabalhar com as duas etapas. Isso significa que, em breve, os petistas devem começar a reduzir os ataques ao PSB para recuperar, pelo menos,
uma parte do eleitorado

A hora dos discretos
A aposta dos deputados ontem era a de que Luiz Sérgio (PT-RJ) será o indicado para substituir André Vargas na primeira vice-presidência da Câmara. Ele integra a ala majoritária do partido e tem uma vantagem sobre os outros: não tem uma aresta sequer. Até porque, como líder e ministro de Dilma Rousseff, sempre primou por um comportamento discreto.

CURTIDAS
Dilma por Dilma/ O encontro da presidente com os editores de esportes dos jornais do Rio e de São Paulo será o primeiro de uma série que a presidente deseja marcar daqui por diante. Não que tenha tanto tempo para conversas como os oposicionistas, mas abrirá mais espaço na agenda.

Aécio com Eunício/ Aécio Neves conversa hoje com o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE). Não, a pauta não é CPI da Petrobras, a ser instalada hoje. Aécio joga no sentido de fazer da candidatura de Eunício ao governo estadual o seu palanque no estado.

Enquanto isso, no Pros.../ O clima esquentou ao ponto de já se cogitar uma intervenção no diretório provisório no sentido de levar o partido a apoiar a candidatura de Eunício. Até porque, no plano nacional, a relação do partido de Cid Gomes e de Ciro com a presidente Dilma vai muito bem.

"Natural"/ O ministro da Integração Nacional, Francisco Teixeira (foto), confirmou em entrevista no Ceará que existe mesmo um movimento do partido para apeá-lo do cargo. "Isso faz parte do jogo do poder. Sou interino até hoje. Farei o meu trabalho até o dia que a presidente quiser."

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