sábado, 24 de maio de 2014

Dissidente, PP gaúcho referenda hoje apoio a Aécio Neves

• Pré-candidato à Presidência vai ao RS para firmar chapa, que inclui também o Solidariedade

Flávio Ilha – O Globo

PORTO ALEGRE – Pouco mais de um mês depois de costurar o apoio do PP gaúcho à candidatura presidencial do PSDB, o senador Aécio Neves volta neste sábado ao Rio Grande do Sul para sacramentar a chapa que inclui também o Solidariedade (SDD).

O encontro na Assembleia Legislativa marcará o lançamento oficial da candidatura da senadora Ana Amélia Lemos (PP) ao governo do Estado. O cargo de vice deverá ser ocupado pelo deputado estadual Cassiá Carpes (SDD), ficando o PSDB com a vaga ao Senado com a candidatura do deputado federal Nélson Marchezan.

As candidaturas secundárias, entretanto, não serão lançadas no encontro deste sábado. Dissidente do diretório nacional, que deve garantir apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff, o PP optou pela candidatura própria ao governo do Estado porque o partido é um tradicional adversário do PT no Rio Grande do Sul.

Pelos últimos levantamentos eleitorais, a disputa no Estado está polarizada entre Ana Amélia e o governador Tarso Genro – com vantagem para a senadora. Segundo o Ibope, em levantamento divulgado no dia 5 de abril, Ana Amélia tem 38% das intenções de voto contra 31% do atual governador.

O palanque do PP para Aécio é importante porque os tucanos têm uma estrutura precária no Rio Grande do Sul. A sigla tem apenas um deputado federal, além de 21 prefeitos – o Estado tem 497 municípios – e 247 vereadores. Já o PP ostenta 136 prefeituras e 1.179 vereadores.

- A capilaridade do PP no Estado será fundamental para alavancar a candidatura de Aécio –admitiu o presidente do PSDB no Rio Grande do Sul, Adilson Troca.

Apoio ao PSDB já ocorreu em 2010
Nas eleições de 2010 o PP do Rio Grande do Sul já havia apoiado o candidato tucano José Serra à presidência, contrariando orientação do diretório nacional para apoiar a então candidata Dilma Rousseff.

O presidente regional do partido, Celso Bernardi, disse que a coligação reflete a “coerência doutrinária e programática” que caracteriza os dois partidos.

- Vamos fazer uma campanha propositiva, mostrando que é possível o Estado ter um outro caminho que não o do aparelhamento partidário – disse.

Bernardi reconheceu, entretanto, que os “três ou quatro minutos” que serão acrescidos à propaganda eleitoral gratuita do PP gaúcho com a coligação com PSDB e SDD pesaram na decisão. A sigla, sozinha, teria pouco mais de um minuto no horário de propaganda no rádio e na TV.

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