terça-feira, 13 de maio de 2014

Grevistas e operários protestam

• Professores e rodoviários cruzam os braços no Rio de Janeiro. Em Suape (PE), trabalhadores demitidos se revoltam

- Correio Braziliense

A semana começou com protestos de categorias profissionais no país. No Rio de Janeiro, professores e rodoviários entraram em greve. Em Pernambuco, trabalhadores da petroquímica de Suape depredaram ônibus e pararam o trânsito. A exemplo do que ocorreu na última quinta-feira, quando houve manifestações simultâneas em pelo menos oito cidades, os brasileiros continuam indo às ruas para ameaçar greve ou pedir políticas públicas de qualidade.

No Rio, terminou sem acordo uma audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), na tarde de ontem, entre patrões e rodoviários. A categoria decretou greve de 48 horas, a partir de hoje, colocando a população em alerta — na última quinta-feira, houve depredação de mais de 400 coletivos e muito tumulto durante uma paralisação dos trabalhadores. Terminado o encontro na Justiça, o grupo fez uma passeata pelo centro da capital fluminense. Eles interditaram a pista central da Avenida Presidente Vargas, por volta das 18h, quando o trânsito no local se intensifica.

Os grevistas não aceitam o aumento de 10% oferecido pelo sindicato das empresas de ônibus (Rio Ônibus), durante uma negociação em abril. Eles reivindicam um reajuste de até 40%. Para evitar mais protestos violentos, como os registrados na semana passada, o governo municipal garantiu que policiais militares estarão na saída das garagens dos quatro consórcios de ônibus e em alguns terminais estratégicos. A ideia é garantir que os profissionais que não aderirem à greve possam trabalhar. As medidas se integram a um plano de contingência que a prefeitura do Rio apresentou ontem.

O Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe) decidiu não comparecer hoje à audiência no Supremo Tribunal Federal (STF), marcada pelo ministro Luiz Fux. O objetivo do encontro era tentar evitar a greve que começou ontem. O ministro interviu para tentar garantir o cumprimento do acordo firmado entre o Sepe e os governos estadual e municipal em outubro do ano passado, e que, segundo a categoria, não vem sendo honrado. As secretarias municipal e estadual de educação do Rio confirmaram a presença dos secretários na reunião.

Mas, segundo Suzana Gutierrez, uma das coordenadoras do sindicato, a ida à audiência precisava ser aprovada em uma assembleia, e a próxima reunião dos docentes e funcionários das escolas estaduais e municipais será na quinta-feira. "Ir ou não é uma decisão que a categoria deve tomar, e nossa próxima assembleia é só no dia 15. Não tínhamos como marcar uma assembleia extraordinária para decidir isso porque, num momento de greve, só uma assembleia pode marcar outra", afirma Suzana. Ela informou que a categoria manterá os braços cruzados.

Depredações
Em Pernambuco, um grupo de trabalhadores da petroquímica de Suape interditou por mais de cinco horas uma via que dá acesso ao Complexo Industrial de Suape. Houve ataques a quatro ônibus e depredação de um quinto coletivo em Ipojuca, região metropolitana do Recife. Cerca de 300 operários participaram dos atos.

A polícia e os manifestantes entraram em confronto. Seis pessoas acabaram detidas. De acordo com líderes do protesto, a manifestação foi feita porque parte dos trabalhadores da Emtep, uma empresa que presta serviços à petroquímica, foi demitida na semana passada sem ter recebido as verbas indenizatórias. Os que não foram demitidos reclamam que o salário de maio está atrasado.

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