domingo, 22 de junho de 2014

Aliados se distanciam do PT nos Estados

• PMDB, PSD, PP, PR e PDT estarão do lado oposto ao de candidatos petistas na maioria dos palanques regionais

• Principal parceiro na chapa de Dilma, PMDB enfrentará o PT em 16 Estados e apoiará rivais da presidente em 8

Patrícia Britto – Folha de S. Paulo

SÃO PAULO - Os principais partidos que prometem apoiar a reeleição da presidente Dilma Rousseff estarão em palanques opostos aos do PT na maioria das disputas estaduais deste ano.

A Folha levantou as pré-candidaturas já anunciadas para governador, vice-governador e senador de PMDB, PSD, PP, PR, PDT e PTB, aliados do Palácio do Planalto com as maiores bancadas na Câmara dos Deputados.

Em todas essas legendas, a quantidade de candidatos que disputarão votos contra um petista supera a de nomes que deverão compor chapa com a sigla.

O PMDB lidera em número de candidaturas contrárias ao PT. No cenário atual, em 16 Estados há um peemedebista em uma chapa majoritária oposta à chapa petista.

É o que ocorre em Estados de peso eleitoral como São Paulo, Bahia, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

Em oito Estados, além de disputar contra o PT local, o aliado apoiará um dos prováveis adversários de Dilma.

No Acre e na Bahia, peemedebistas estarão em coligação que dará palanque para Aécio Neves, que concorre à Presidência pelo PSDB.

Em Pernambuco, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul, o partido dará palanque para Eduardo Campos, pré-candidato pelo PSB.

No Piauí e em Roraima, o PMDB integra alianças tanto com PSDB quanto com PSB.

Maior partido da base governista, o PMDB confirmou neste mês, com 59% dos votos na convenção, o apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff.

O PDT já confirmou em convenção nacional o apoio a Dilma, mas terá candidatos disputando contra petistas em sete Estados e estará no mesmo palanque em três.

No Distrito Federal, o deputado Reguffe (PDT) será candidato a senador na chapa de Rodrigo Rollemberg (PSB), que dará palanque para Eduardo Campos.

Entre os dirigentes de partidos, a lógica do "cada um por si" nos Estados é justificada pelas especificidades locais. O apoio a outro presidenciável é visto como natural, sobretudo quando o aliado encabeça a chapa contra um petista.

É o caso do PMDB, de Nelsinho Trad (MS), e do PP, de Ana Amélia Lemos (RS).

"Respeitamos as alianças regionais, mesmo que elas sejam com partidos de oposição. Mas o partido está com Dilma", diz Mário Negromonte, vice-presidente do PP.

O PDT é a exceção, pois defende apoio a Dilma mesmo em casos de aliança com partidos de oposição.

O presidente do PDT, Carlos Lupi, critica a intenção de Reguffe de apoiar Campos. "Ele não vai fazer campanha para ninguém [para presidente]. No máximo, que faça a campanha dele. Nacionalmente, estamos com o PT."

O PSD, que tem lançado dúvidas sobre o apoio prometido a Dilma, disputará contra o PT em ao menos dez Estados e estará junto em dois.

O PP compõe duas chapas com o PT e está contra em 12. Deverá dar palanque para Aécio em cinco Estados. Em Pernambuco, a sigla está com Campos.

Já o PR estará com o PT em três Estados e será seu adversário em cinco.

Além disso, deve dar palanque para Aécio Neves no Acre e para Eduardo Campos no Rio Grande do Norte.

Deserção
O PTB, que havia prometido apoio a Dilma mas a trocou por Aécio Neves, já dava sinais de fragilidade na aliança e deve compor palanques com os petistas somente em Pernambuco e no Piauí.

Os maiores problemas entre os dois partidos estão em Minas Gerais, Estado de Aécio, e no Pará, onde Duciomar Costa (PTB) caminha para fechar aliança com o PSB e pedirá votos a Campos.

Na Paraíba, Wilson Santiago (PTB) avança em acordo para sair candidato ao Senado na chapa tucana. Afirma, porém, apoiar Dilma.

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