quinta-feira, 26 de junho de 2014

Brasília-DF - Denise Rothenburg

- Correio Braziliense

Kassab na ponte aérea PT-PSDB
O gesto do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, de oferecer a vaga de senador ao PSD, arrisca dar samba e levar o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab a ficar no barco de Dilma Rousseff com um colete salva-vidas tucano. Embora, enquanto ainda estava em Brasília, Kassab tenha dito que decidiria sobre a candidatura de Henrique Meirelles ao governo do estado, a perspectiva de parceria com o PSDB paulista voltou à baila e, nesse caso, o candidato ao Senado pode ser o próprio Kassab.

Internamente, há quem diga que Kassab mirava essa vaga há tempos, só não sabia o que fazer para chegar a ela. Com o desenrolar do jogo, essa bola terminou no seu pé. Esse ângulo só não será perfeito se houver algum curto-circuito com José Serra, que, em princípio, volta à condição de candidato a deputado federal. Em tempo: a vice de Aécio Neves — outra vaga aberta — está praticamente nas mãos de Aloysio Nunes Ferreira. As próximas horas dirão se Serra volta para esse tabuleiro da mesma forma que Kassab voltou aos planos do PSDB.

A mina é a Petrobras I
Analistas viram com certa desconfiança o fato de a União contratar diretamente a Petrobras para explorar megacampos do pré-sal pelo sistema de partilha. A aposta do mercado, que inclusive fez baixar o valor das ações, é a de que a empresa está descapitalizada e terá de repassar a outras capitalizadas para realizar o serviço de exploração. Ou seja, na prática, transferirá a terceiros os campos sem licitação para conseguir pagar os R$ 2 bilhões à União. A conferir.

A mina é a Petrobras II
Em tempos eleitorais, há quem esteja desconfiado de que todas as negociações em torno desses novos campos cedidos à Petrobras devem ser acompanhadas com uma lupa. Sabe como é, depois das operações que vieram à tona, todo cuidado é pouco.

Mastruz com leite
O senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) comentava todo feliz com alguns aliados que está fechado o acordo para que Tasso Jereissati, do PSDB, seja candidato ao Senado na sua chapa ao governo do Ceará. Logo, o vice de Aécio Neves na campanha presidencial virá de São Paulo.

Fechados com Dilma, mas...
Terminada a convenção do PSD, muitos voaram para cuidar das alianças estaduais com o PSDB, de Aécio Neves. O secretário-geral do partido, Saulo Queiroz, de Mato Grosso do Sul, nem esperou terminar o evento. Antes de Dilma chegar, já tinha saído.

CURTIDAS
Clube do Bolinha/ Política é mesmo um terreno em que a maioria dos ditados remete ao mundo masculino, ao ponto de a presidente Dilma brincar com os deputados do PP: "Apesar de eu não ter bigode, o trato ao fio do bigode foi cumprido".

Por pouco/ O líder do PP, Dudu da Fonte (foto), saiu da convenção de seu partido preocupado depois da briga com o deputado Luiz Carlos Heinze (PP-RS). A outros parlamentares comentou: "Se ele resolve me acertar, eu estaria em desvantagem por causa do tamanho".

Um olho na política, outro na Copa/ Assim que chegou à CPI da Petrobras, o relator, deputado Marco Maia (PT-RS), soltou esta pérola: "Informação de utilidade pública: a Argentina ganhou da Nigéria". Os oposicionistas, que esperavam há quase uma hora para começar a reunião, ficaram possessos.

Quem diria.../ Os políticos, de um modo geral, sempre elogiaram a capacidade do ex-senador Antonio Carlos Magalhães de escolher bons técnicos. Pois agora, o ex-carlista César Borges, que foi fiel seguidor do ex-senador, terminará ministro de Portos por obra e graça do PT, em acerto com o governador Jaques Wagner. São as voltas que a política dá.

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