Brasília-DF - Denise Rothenburg

- Correio Braziliense

E Aécio passa o rodo

Desde que foi oficializado candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves tem se dedicado a recolher aliados dentro dos partidos que compõem a base de apoio do governo. Além de tirar o PTB do palanque de Dilma Rousseff e colocar no seu próprio, ele conquistou o PMDB da Bahia, do Piauí, do Rio de Janeiro, com a chapa Aezão e, de quebra, ainda provocou uma confusão no PP, onde a aliança com o PT terminou em motivo de disputa judicial — provocada pelos aliados de Aécio.

Esses últimos movimentos deixaram o PT preocupado e foram, inclusive, o motor da rápida decisão de Dilma em trocar o ministro César Borges dos Transportes para Portos antes que esse assunto virasse mais uma notícia negativa na pré-campanha — que nas últimas 48 horas assegurou o PSD, o Pros e, ainda que aos trancos e barrancos, conquistou a cúpula do PP. Para petistas atentos ao cenário político, está claro que Aécio dará mais trabalho do que imaginava o ex-presidente Lula. Dilma que se cuide.

Contramão

Não é só o PMDB e o PSD que fecham com Dilma, mas colocam coletes salva-vidas de outras legendas com o objetivo de preservar algum espaço. Às vésperas da convenção que oficializará o nome de Eduardo Campos à Presidência da República, o senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) fez justamente o oposto do combinado com o comandante socialista. Fechou o palanque com o PMDB de Jackson Barreto, que anunciou aos quatro cantos que fará campanha para a presidente-candidata Dilma Rousseff. Valadares fez o mesmo com Anthony Garotinho na campanha de 2002 pelo PSB. Reincidente, portanto. Essa briga só termina depois da eleição.

Reviravolta na Paraíba

Como se não bastassem as duas CPIs da Petrobras sob o seu comando, o senador Vital do Rêgo Filho (PMDB-PB), o Vitalzinho, acaba de virar candidato a governador. A decisão em torno da candidatura foi justamente por ser um dos mais próximos à presidente Dilma Rousseff, portanto, mais fácil de segurar o PT, que ameaçava romper com os peemedebistas.

Reviravolta na CPMI

Vitalzinho, entretanto, não deixará a CPI Mista da Petrobras às moscas. Na próxima quarta-feira, ele colocará em votação os pedidos de quebra de sigilo, inclusive dos ex-diretores da estatal Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró. Se o governo não abrir o olho, quem já contou os votos afirma que a oposição pode ter sua primeira vitória no colegiado de deputados e senadores.

O dia do PTB

Fracassou a pressão do governo federal para tirar os petebistas do palanque do tucano Aécio Neves. "Está pacificado. A maioria dos estados preferiu o PSDB e vamos fechar essa aliança nas próximas horas", garante o presidente do partido, Benito Gama, comentando a convenção nacional hoje em Salvador.

"Escondidinho"/ É assim que os políticos estão se referindo à convenção que oficializa amanhã a candidatura de Eduardo Campos à presidente da República. Sabe como é, em dia de Brasil em campo contra o Chile, Campos ficará em segundo plano independentemente do resultado.

Eles vêm/ O senador Jarbas Vasconcelos virá a Brasília para a convenção que lançará Eduardo Campos e Marina Silva à Presidência da República. O mesmo deve fazer o senador Pedro Simon (PMDB-RS), outra referência peemedebista ue vê na dupla a grande ovidade na política.

Eles foram/ O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (foto), candidato à reeleição, tem se mantido discreto nos jogos da Copa do Mundo em Brasília. Ele vai ao estádio em todas as partidas, mas sem qualquer estardalhaço ou mesmo imagens no telão. Ontem, por exemplo, durante o jogo Portugal e Gana, ficou ao lado de Jerôme Valcke, o número dois da Fifa, que, aliás, não tem reclamado de mais nada em relação ao Brasil.

Por falar em Portugal.../ O craque Cristiano Ronaldo não deixou seus patrícios muito felizes. Afinal, perdeu três lances que os conhecedores de futebol chamam de "gols feitos". As autoridades portuguesas presentes ao estádio saíram decepcionadas. Em termos de sorriso bonito, no entanto, o jogador bateu um bolão.