quinta-feira, 12 de junho de 2014

Discurso pós-torneio na ponta da língua

- Correio Braziliense

O time da campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff já está com o discurso amarrado caso a Copa do Mundo no Brasil dê certo. A despeito das possíveis vaias à presidente durante a abertura do torneio hoje, o mote político-eleitoral vai passar pelo mesmo clima de ufanismo que tem dado o tom dos pronunciamentos presidenciais nas últimas semanas. A ideia é mostrar que, apesar das dificuldades, o país conseguiu se preparar para o Mundial.

"Se tivermos sucesso na organização desses jogos, o país vai viver um período de ressaca geral", disse um dos integrantes do núcleo da campanha dilmista. Para ele, o êxito do Mundial não passa pela vitória do Brasil dentro das quatro linhas, algo que é considerado como imponderável, mas pelo que acontecer fora de campo. Os estrategistas da campanha descartam situações comuns, como um assalto a turista, ou atrasos em voos.

"Estamos falando de afundamento de aeroportos, de ondas de saques, de desabamento de estádios, coisas que manchariam a imagem do Brasil", listou.

O discurso já está engatilhado e bate de frente com os pessimistas que ela tanto tem criticado nos últimos dias. Serão usadas frases como "por I que os brasileiros não acreditaram que seriam capazes de fazer uma grande Copa?" e "por que | insistiram em baixar a cabeça em um momento em que deveriam celebrar a entrada do país no primeiro mundo?" explica o interlocutor da presidente. O marqueteiro João Santana e a equipe dele pretendem encaixar o discurso de que é preciso confiar na gestão Dilma, pois ela será capaz, no próximo quadriénio, de promover as mudanças que o Brasil precisa para avançar.

Mesmo as dificuldades e os atrasos para o país entregar as obras prometidas parecem não preocupar os articuladores da campanha dilmista. "Lógico que seria melhor se as obras de mobilidade tivessem sido entregues um mês antes do Mundial para que, durante os jogos, os efeitos fossem ainda melhores. Mas a população vai ser beneficiada ao longo dos próximos anos", conclui o integrante do núcleo de campanha da petista. (PTL)

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