terça-feira, 10 de junho de 2014

O futuro da aliança

• O PMDB faz convenção hoje para ratificar o arranjo com o PT no plano nacional, mas enfrenta problemas nos estados. No Rio, por exemplo, o partido já declarou apoio a Aécio

Paulo de Tarso Lyra – Correio Braziliense

PMDB e PDT inauguram hoje, em Brasília, a série de convenções partidárias para definir as candidaturas e as alianças para a disputa eleitoral de outubro. Ambos devem aprovar a coligação com o PT, da presidente Dilma Rousseff, mas, nos estados, estudam deixar os respectivos pré-candidatos aos governos locais livres para os acertos que lhes forem mais convenientes. No caso do PMDB, a aprovação à chapa Dilma/Michel Temer deve se dar com uma votação entre 55% e 65% dos convencionais, mas sem o apoio do diretório fluminense, que está fechado com Aécio Neves (PSDB). A petista visita o evento do PDT no fim da manhã. À tarde, ela deve passar na convenção do PMDB.

Comandado por Jorge Picciani no Rio, o diretório estadual flerta com a candidatura de Aécio. Na semana passada, o tucano participou de ato na capital fluminense, batizado de Aezão, em referência a Aécio e ao governador Luiz Fernando Pezão (PMDB), que disputará a reeleição. Pezão, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, e o ex-governador Sérgio Cabral, todos peemedebistas, não participaram do evento, mas tampouco se empenharam em convencer os correligionários a apoiar Dilma em vez de Aécio.

Os problemas se repetem nos estados. Na Bahia, o PMDB apoiará Aécio. Em Pernambuco, a sigla fechou com o presidenciável Eduardo Campos (PSB). Paraná, Piauí e Goiás devem abrigar os demais votos dissidentes. No caso goiano, o ex-governador Iris Rezende considerou uma traição o fato de Temer ter promovido, com o incentivo do Planalto e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a filiação de José Batista Júnior ao PMDB. Mais conhecido como Júnior da Friboi, o empresário seria o candidato peemedebista para tentar impedir a reeleição de Marconi Perillo (PSDB). Com o PMDB na mão, entretanto, Iris implodiu a iniciativa.

Antes rachado, o Ceará vai votar pela aliança nacional. "Estou oferecendo um gesto de ajuda para, quem sabe algum dia, receber alguma reciprocidade", provoca o senador Eunício Oliveira, pré-candidato do PMDB ao governo cearense, que ainda busca aliança com o PT e o Pros.
No PDT, a situação está pacificada. Ninguém apresentou outra proposta (alternativa à aliança), não acredito que tenhamos surpresas", afirmou o presidente nacional do partido, Carlos Lupi, ex-ministro do Transporte.

Sem "indelicadezas" contra adversário
O pré-candidato do PSDB à Presidência, senador Aécio Neves (MG), afirmou ontem, em entrevista a rádios pernambucanas, que não vai rebater as críticas do presidenciável Eduardo Campos (PSB). "Não vou perder tempo com indelicadezas. Espero que ele (Campos) possa fazer uma bela campanha, como fez um belo governo em Pernambuco", disse Aécio. O tucano também negou que pretenda romper o apoio do PSDB a Paulo Câmara (PSB) em Pernambuco. "Não tenho motivos para mudar meu compromisso, minha palavra foi dada. Não vou sacrificar companheiros por conta de uma candidatura presidencial", declarou

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