domingo, 22 de junho de 2014

Painel - Bernardo Mello Franco (interino)

- Folha de S. Paulo

Ritmo de campanha
A presidente Dilma Rousseff duplicou sua exposição em eventos oficiais nos últimos três meses. Em um esforço para estancar a queda nas pesquisas e turbinar marcas de sua gestão, ela foi a 66 cerimônias pelo Brasil e discursou por um total de 29h56min entre 20 de março e 20 de junho deste ano. No mesmo período de 2013, a petista apareceu bem menos: foi a 29 eventos e falou por 14h31min. A partir de julho, a lei eleitoral limitará sua participação em atos do governo.

Pesca-voto Nos últimos meses, Dilma inaugurou obras, visitou canteiros, entregou máquinas e participou de formaturas 20 vezes no Sudeste e 15 no Nordeste.

Marca registrada A presidente foi a 19 eventos ligados a obras de infraestrutura e mobilidade urbana e a 11 formaturas de alunos do Pronatec, uma de suas principais vitrines eleitorais. Também compareceu a nove atos do Minha Casa, Minha Vida.

Braços do povo A petista aproveitou algumas das viagens, bancadas pela União, para dar entrevistas a rádios locais e fazer corpo a corpo com eleitores recrutados por políticos aliados.

Valerioduto O ex-ministro Walfrido dos Mares Guia começou a montar a estrutura da campanha de Dilma em Minas. Amigo de Lula, ele se livrou do processo do mensalão mineiro ao completar 70 anos. Agora, foi escalado pelo ex-presidente para comandar a campanha no Estado.

Regra três Após declarar apoio a Lindberg Farias, que vive às turras com Dilma, o presidenciável Eduardo Campos (PSB) quer tratar a candidatura do petista ao governo do Rio como palanque próprio no Estado.

Tudo nosso Um aliado do pernambucano lembra que Dilma já conta com Anthony Garotinho (PR), Marcelo Crivella (PRB) e Luiz Fernando Pezão (PMDB) no Rio. "Ela tem muito palanque, não precisa se preocupar com mais um do Lindberg", ironiza.

Confie em mim O senador petista, ainda eufórico com a adesão de Campos, promete lealdade total à presidente. O governador Pezão, cujo partido aderiu em peso a Aécio Neves (PSDB), repete o mesmo juramento a Dilma.

De virada Assessores do Planalto estão exultantes com pesquisa interna que afirma que cerca de 60% dos brasileiros consideram a Copa boa ou ótima até agora.

Obrigado, bola Para o governo, o bom humor é impulsionado pelo engajamento da população com o Mundial. Cerca de 40% dos brasileiros dizem ter assistido a "todos os jogos que puderam", e não só aos da seleção.

Rei do camarote Escalado para acompanhar mandatários estrangeiros, o ministro Luiz Alberto Figueiredo (Relações Exteriores) se deu bem na Copa. Até a sexta-feira, ele já havia assistido a seis jogos nos estádios.

Hermanos O Planalto recebeu sinais de que a Argentina ainda manterá portas abertas para negociar com credores e saldar sua dívida de mais de R$ 3 bilhões.

Honra ao mérito Mais uma para o currículo de José Roberto Arruda (PR), que foi preso na Operação Caixa de Pandora e agora quer voltar ao governo do Distrito Federal. Em 2007, ele condecorou o general José Antonio Nogueira Belham com a medalha Imperador Dom Pedro 2º.

Folha corrida O oficial comandou o DOI-Codi do Rio no período mais brutal da ditadura militar. No mês passado, virou réu na Justiça Federal sob acusação de participar da morte, sob tortura, do ex-deputado Rubens Paiva. Ele se declara inocente.

Tiroteio
Alckmin usou o Procon como arma de negociação política. Agora que o órgão foi rifado, a quem o consumidor vai recorrer?
DE ALEXANDRE PADILHA, candidato do PT ao governo paulista, sobre a entrega do Procon ao PRB em troca do apoio do partido a Geraldo Alckmin (PSDB).

Contraponto
Apelo ao padre

O candidato do PMDB ao governo paulista, Paulo Skaf, não poupa orações para tentar atrair novos aliados. No último domingo (15), ele foi a uma missa em Tambaú com o deputado Guilherme Campos (PSD-SP), aliado de Gilberto Kassab. Os dois rezaram lado a lado na celebração do padre Donizetti, famoso na região.

-Tenho certeza de que o padre Donizetti vai interceder pela nossa aliança -brincou Skaf.
Descrente, uma assessora de Campos retrucou:

-Se essa aliança der certo, o padre vai ser beatificado. E se ganhar a eleição, ele merece ser canonizado!

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