sábado, 7 de junho de 2014

Painel - Bernardo Mello Franco (interino)

- Folha de S. Paulo

Segura o dragão
Cresce no Planalto o temor de que um novo repique da inflação agrave a queda de Dilma Rousseff nas pesquisas. Sondagens feitas pelo PT mostram que a rejeição ao governo sobe sensivelmente quando os eleitores são confrontados com cenários de alta de preços. Segundo auxiliares da presidente, a preocupação deve levá-la a sepultar de vez a possibilidade de um novo reajuste no preço da gasolina --pelo menos até 26 de outubro, data do segundo turno das eleições.

Passo em falso A campanha de Dilma não esperava a nova queda de 37% para 34% no Datafolha. Os últimos levantamentos indicavam estabilidade da intenção de votos na presidente, apesar do mau humor com a economia.

Pelo menos Auxiliares da petista dizem que o governo virou a batalha de comunicação sobre a Copa e ainda supera os rivais no debate de temas da área social.

Cegonha O ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência, tem se ocupado de um assunto mais alegre que a análise de pesquisas. Está para nascer sua primeira neta, Helena.

Pegadinha Em ato com Dilma em Porto Alegre, ontem à noite, Lula cumprimentou os jornalistas e avisou: "Hoje não vou falar mal da imprensa". Os petistas reagiram com desânimo: "Ahhhhhhh!". Para alegria da plateia, o ex-presidente não cumpriu a promessa.

Nova fase Com o encolhimento de Eduardo Campos (PSB), a campanha de Aécio Neves (PSDB) entende que é hora de antecipar a polarização com o PT e mirar no eleitorado cativo de Dilma.

Campo inimigo Após a convenção do dia 14, o tucano deve reorientar sua agenda "geograficamente para cima e socialmente para baixo". Isso significa priorizar as regiões Norte e Nordeste e o eleitorado mais pobre, segmentos dominados pelo PT.

Fora do ar Ontem não foi um bom dia para Campos. Além de cair no Datafolha, ele perdeu 10 minutos de uma entrevista a uma rádio do Nordeste por problemas na ligação telefônica. Ficou sem falar de suas propostas para mobilidade na região.

Quero ser grande Pastor Everaldo (PSC) ficou esfuziante com os 4% e o empate técnico com Campos, que caiu para 7%. "Desde 2011, quando o partido me lançou, eu acredito que vou ganhar esse negócio", jura o nanico.

Não basta orar O evangélico diz "acreditar 100%" que um milagre o levará à Presidência. "Mas tem que suar a camisa. Trabalhou? Aí Deus vai e faz o milagre!"

Inferno particular Randolfe Rodrigues, que não pontuou, culpa as divisões do PSOL pelo mau resultado. "Nosso partido tem perdido muito tempo com disputas internas em vez de falar para a sociedade", reclama.
Luta de classes O senador, que esperava liderar o bloco dos nanicos, aproveita para atacar Pastor Everaldo. "Enquanto nós da esquerda brigamos, a candidatura de ultradireita dele está se consolidando...", lamenta.

Engarrafado Zé Maria, o eterno candidato presidencial do PSTU, não se incomodou com o recorde de trânsito em São Paulo. Postou foto nas redes sociais com um cartaz de apoio à greve do metrô.

Visita à Folha Eduardo Campos e Marina Silva, pré-candidatos do PSB a presidente e a vice-presidente, visitaram ontem a Folha, a convite do jornal, onde foram recebidos em almoço. Estavam acompanhados de Alon Feuerwerker, Iris Campos e Nilson de Oliveira, assessores de comunicação.

Tiroteio
"O PSDB continua agredindo a inteligência alheia ao insistir na tese insustentável de que as denúncias do cartel são armação política."
DE SIMÃO PEDRO (PT), secretário de Serviços da Prefeitura de São Paulo, sobre ataques do PSDB após ter levado a Brasília papéis sobre o cartel do Metrô.

Contraponto
Vamos invadir sua praia

Dezenas de políticos se espremiam ontem no palco do mirrado auditório Leonel Brizola, na sede do PDT paulista, para selar a adesão do partido à pré-candidatura de Paulo Skaf (PMDB) ao governo do Estado.

Anfitrião, o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, disse ao peemedebista Michel Temer que sua presença engrandecia a sala. O vice-presidente lembrou que o auditório da sede estadual do PMDB também era pequeno, mas aproveitou para provocar Geraldo Alckmin (PSDB):

--Nós precisamos é daquele salão de eventos do Palácio dos Bandeirantes. E é para lá que nós vamos!

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