sexta-feira, 27 de junho de 2014

PPS exibe programa partidário sem citar Campos

Vandson Lima – Valor Econômico

BRASÍLIA - Sem qualquer referência à candidatura presidencial de Eduardo Campos (PSB), apoiada pela sigla, a propaganda televisiva do PPS que foi ao ar na noite de ontem - o Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor teve acesso exclusivo ao programa - investiu essencialmente nas críticas à administração do PT e num genérico pedido de mudança, sem necessariamente apontar em que ou para onde.

A peça é toda adornada por um jingle, em ritmo de samba, e imagens de pessoas girando dedos no ar, como quem pede uma alteração. Parlamentares e lideranças da sigla condenam a atual administração federal, com queixas gravadas com populares nas ruas de cidades Brasil afora. "O governo Dilma é muito incompetente para administrar o país, para conter a corrupção e para evitar que o Brasil entre em profunda recessão econômica, onde o trabalhador, sempre, é o mais sacrificado", prega o presidente da sigla, deputado Roberto Freire (SP).

A economia aparece como alvo preferencial. Crescimento baixo, desaceleração da atividade da indústria e queda no consumo são citados como indícios de fracasso na administração federal. "A desordem na economia é fruto da incompetência do PT", acusa o deputado Rubens Bueno (PR), líder da bancada na Câmara.

Palavras fortes são usadas ao falar de supostos casos de corrupção. "Escândalos estão na ordem do dia, na Petrobras e nos ministérios. É a maior rede de corrupção da história do Brasil. Os mensaleiros estão nos presídios, mas os petistas perseguem até o presidente do STF", segue a peça, em referência ao ministro Joaquim Barbosa.

Nem a Copa do Mundo de futebol escapa. Na fala do vice-prefeito de Manaus (AM), Hissa Abrahão, o país "deixou de investir em saúde e educação para realizar um evento que hoje se mostra desastroso".

Para as ações do próprio PPS, pouco tempo foi reservado. A administração do prefeito de Vitória (ES), Luciano Rezende, colocada como modelo de gestão, recebeu apenas 40 segundos de espaço na peça de dez minutos.

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