quinta-feira, 17 de julho de 2014

Brasília-DF :: Denise Rothenburg

- Correio Braziliense

Tempo de reformas
Nem política nem tributária. A reforma que começa na próxima semana é a do plenário da Câmara, uma bela desculpa para os parlamentares ficarem longe da Casa no período eleitoral. Nos próximos três meses, as reuniões serão no Auditório Nereu Ramos, no subsolo do Anexo III, bem menor do que o plenário. O motivo da reforma é garantir a acessibilidade à Mesa Diretora. Atualmente, o elevador para cadeirantes só chega até a tribuna do lado direito, ou seja, se a deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP) fosse escolhida para compor o colegiado, não teria como presidir uma sessão, salvo se fosse carregada até a presidência.
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A ideia é rebaixar o palco em 30 centímetros e chegar a Mesa da Casa um pouco mais para frente, de forma a permitir a movimentação de cadeira de rodas atrás do móvel. O preço da obra está diluído no valor global das despesas correntes e investimentos da Câmara, que até julho chega a R$ 632 milhões. Ou seja, dinheiro, garante a área técnica, não vai faltar. A ideia é inaugurar o novo plenário em 7 de outubro, logo depois do primeiro turno da eleição.

7 x 1
Esses poucos dias de Congresso na ativa deixaram o Ministério do Planejamento em pânico. Na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, passou, em caráter terminativo, a jornada de 30 horas para psicólogos. No plenário, passou a redução da contribuição previdenciária das dona de casa de baixa renda. Quanto mais o Congresso trabalha, mais vai faltar dinheiro para o caixa do governo. É a lei da irresponsabilidade eleitoral em vigor.

Os trabalhos de Michel, parte I
Michel Temer assume o comando do PMDB com outras atribuições, além de segurar os rebeldes do próprio partido, conforme dito ontem aqui. A esperança dos peemedebistas alinhados ao Planalto é a de que Michel tenha mais voz ativa perante a candidata e o PT. Na eleição de 2010, o coordenador do PMDB na campanha da eleição de Dilma era o atual ministro da Secretaria de Aviação Civil, Moreira Franco. Há quem jure que Moreira só foi chamado para as reuniões de cúpula no segundo turno.

Os trabalhos de Michel, parte II
Os aliados do vice-presidente da República apontam ainda um interesse interno para essa volta de Michel Temer à guerra do PMDB. Os parlamentares já perceberam uma certa movimentação do partido no Rio de Janeiro, leia-se o líder na Câmara, Eduardo Cunha, e o ex-governador Sérgio Cabral. O deputado planeja comandar a Câmara. E Cabral se colocaria como candidato à sucessão de Temer no comando partidário. É muito Rio para um PMDB de tantos caciques.
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"Encerrada a Copa das Copas, teremos a eleição das eleições"
Do deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), prevendo uma dura disputa até outubro
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Cabos eleitorais/ O deputado Hugo Motta (foto), do PMDB-PB, um dos mais novos na Casa, desfilava ontem com ares de "eu sou o cara". Tudo porque conseguiu aprovar uma emenda constitucional que regulamenta a profissão de agentes de trânsito. Agora, dizem os amigos dele, terá um exército para apitar a favor da campanha dele pela reeleição.

Padrão Fifa/ Quem mandava ontem no plenário do Congresso era a segurança chinesa. Por ordem deles, foi vetado o acesso de servidores ao plenário durante a estada do presidente Xi Jinping e, ainda fez várias vistorias na Casa. Inclusive nos holofotes.

Por falar em Xi Jinping.../ Ele e o vice-presidente Michel Temer almoçaram sozinhos numa sala do Itamaraty, bem antes dos demais chefes de Estado. Tudo para não chegarem atrasados à sessão solene no Congresso. Foi a hora de reforçar os laços que começaram há dois anos, quando Temer chefiou uma delegação brasileira a Pequim.

...Os congressistas não perdem a piada/ Enquanto o presidente chinês se arrumava para ir à tribuna da Câmara discursar, alguns políticos faziam graça com o nome dele: "Imagine a mãe dele dizendo, Xixizinho, desce daí, meu filho!!!". Realmente, brasileiro faz piada com tudo. Ainda bem que não brincaram com a infância do russo Vladimir Putin... Com todo o respeito.

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