quinta-feira, 3 de julho de 2014

Disputa eleitoral em SP está voltando a ser PSDB contra Maluf, diz Alckmin

José Marques – Folha de S. Paulo

SÃO PAULO - Embora tenha evitado críticas aos adversários eleitorais em eventos públicos nos últimos meses, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), alfinetou seus dois concorrentes à eleição nesta quarta-feira (2), após cerimônia no Palácio dos Bandeirantes.

Em tom de brincadeira, Alckmin afirmou que a polarização de forças políticas no Estado está voltando a ser dividida entre os tucanos e os aliados do deputado Paulo Maluf (PP), ex-governador e procurado pela Interpol (polícia internacional), que o acusa da prática dos crimes de roubo, fraude e lavagem de dinheiro.

Maluf fechou apoio à chapa de Alexandre Padilha (PT) no dia 30/5 e, um mês depois, recuou da decisão e se aliou ao peemedebista Paulo Skaf na disputa ao governo.

Questionado se o crescimento da chapa de Skaf encerraria a polarização de forças entre o PSDB e o PT no Estado, o governador disse que "São Paulo sempre foi caracterizada por um quadro pluripartidário". "Se você verificar uns dez, quinze anos atrás, [a disputa] nunca foi polarizada entre PSDB e PT, mas entre PSDB e Maluf. De repente, estamos voltando", riu.

Com a afirmação, o tucano também minimiza a concorrência de Padilha, que apareceu com 3% das intenções de votos na última pesquisa Datafolha. Skaf tem 21% e Alckmin 44%.

PTB
Alckmin também afirmou que "abriu mão" do PTB na coligação eleitoral para não prejudicar o tempo de José Serra (PSDB), candidato ao Senado pela legenda.

O presidente estadual do PTB, deputado Campos Machado, disse na tarde desta terça-feira (1º) que seu partido deixou oficialmente a aliança para poder lançar candidato próprio ao Senado. Campos quer viabilizar a candidatura de sua mulher, Marlene Machado.

O desembarque do PTB ocorre porque, segundo a legislação eleitoral, se um partido quebra a coligação majoritária para lançar candidato próprio ao Senado, todos as outras legendas que compõem a aliança e têm candidato ao posto são obrigadas a lançá-lo apenas com o próprio tempo de propaganda.

Segundo Alckmin, para não prejudicar a candidatura de José Serra, Campos Machado sai "juridicamente" da coligação, mas "não mudou nada" em relação ao apoio do petebista ao governo. "Perco o tempo de televisão deles para que o candidato ao Senado não perca o tempo de todos os partidos", disse Alckmin.

O governador afirmou que não sobe no palanque de Marlene para pedir votos. "Os nossos candidatos, isso vale para o Senado e presidente da República, são o do meu partido. É o Aécio [Neves] e o [José] Serra", disse.

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