sexta-feira, 25 de julho de 2014

Ex-diretor da Petrobras contesta decisão do TCU

• Ildo Sauer diz ter menos responsabilidade que Dilma na compra da refinaria de Pasadena

Eduardo Bresciani – O Globo

BRASÍLIA - O ex-diretor de gás e energia da Petrobras Ildo Sauer disse ao GLOBO ter menos responsabilidade na compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, do que os integrantes do Conselho de Administração da empresa na época da aquisição, entre eles a presidente Dilma Rousseff. Sauer e outros ex-diretores foram incluídos pelo Tribunal de Contas da União (TCU) no rol de responsáveis pelo prejuízo, enquanto os conselheiros ficaram de fora.

- O conselho tem responsabilidades maiores, até pelo que diz o estatuto da Petrobras. A ele cabe privativamente tomar a decisão, e deve fiscalizar os diretores. Eu não indiquei nenhum diretor que conduziu isso. Não participei da condução do negócio. Cabia a mim analisar a documentação e se o negócio estava de acordo com o plano estratégico e a política de governança - disse Sauer

Atualmente diretor do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (USP), Sauer disse receber com "perplexidade" a inclusão de seu nome sem que tenha sido notificado ou ouvido previamente pelo TCU. Ressaltou que a negociação foi conduzida pela diretoria internacional, então comandada por Nestor Cerveró, teve a participação de outras áreas da companhia com a emissão de pareceres, mas que sua diretoria apenas participou da reunião da diretoria executiva em fevereiro de 2006 que referendou o acordo.

A Petrobras pagou, em duas parcelas, US$ 1,25 bilhão pela refinaria, que tinha sido comprada pela belga Astra Oil por US$ 42,5 milhões em 2005. O TCU abriu uma tomada de contas especial para debater a necessidade de ressarcimento de US$ 792,3 milhões pelo prejuízo. Além de Sauer e Cerveró, foram responsabilizados o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli, o ex-diretor Paulo Roberto Costa, além de funcionários da companhia. Os conselheiros foram excluídos porque os ministros do TCU concordaram com o argumento de Dilma sobre a fragilidade do resumo executivo, que omitiu cláusulas de compra pela Petrobras da segunda metade da refinaria.

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