terça-feira, 15 de julho de 2014

Panorama político – Ilimar Franco

- O Globo

Crise no financiamento
Os candidatos para o parlamento estão em pânico. São escassos os recursos para dar a largada nas campanhas. A maioria das empresas está segurando as doações. Elas temem que o STF torne ilegal contribuições de pessoas jurídicas. O julgamento está 6 x 1 pela proibição. Faltam quatro ministros votar. A medida só não foi adotada ainda porque o ministro Gilmar Mendes segurou o processo.

O STF ocupa o lugar do Congresso
A reforma política é uma necessidade e todos os partidos defendem realizá-la. Desde a eleição de Fernando Collor, em 1989, o governo depende de alianças para ter maioria. O mesmo ocorre com a reforma. Nada anda porque nenhuma proposta tem maioria para ser aprovada na Câmara. Nesse vácuo, os ministros do STF, que não são eleitos pelo voto, adotaram o atalho de reinterpretar a lei e a Constituição. Aprovada a proibição pelo Supremo, não restará aos partidos outra proposta que não seja o financiamento público, proposta que é defendida pelo partido do governo, o PT. Em 2010, 71,7% das doações foram feitas por empresas. No caso do PT, 83%; e, do PSDB, 68%.

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“A campanha é irracional. Em 80 dias, vou visitar 120 municípios. Temos que adotar o voto distrital ou a lista fechada. O pior dos mundos é o modelo atual”
Marcus Pestana, deputado federal e presidente do PSDB de Minas
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Ocupando espaço
Os tucanos criticam a tentativa do governo Dilma de se apropriar eleitoralmente da Copa. Na Esplanada, o que incomoda é a atuação do ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) para assumir o protagonismo da ação do Executivo.

O que fazer?
Irritação grande no PT do Rio e do candidato ao governo Linbergh Farias. Surpresa com as desconcertantes declarações do candidato ao Senado da chapa, Romário. O aliado defende que o PT tem que deixar o poder. O mal-estar tomou conta do partido. Os dirigentes regionais do PT aguardam o presidente Rui Falcão para reagir.

Meia-sola
Os petistas se deram mal no Espírito Santo. Eles desistiram do governador Renato Casagrande (PSB) e foram abandonados por Paulo Hartung (PMDB). O ponto de apoio da presidente Dilma será o candidato ao Senado João Coser (PT).

Nos bastidores
Sobre eventuais divergências entre João Santana e Franklin Martins, um ministro comentou: “Eles têm gênios fortes e, às vezes, veem as coisas de forma diferente. Mas é a presidente quem decide”. Depois, ele ironiza dizendo que, se eles pensassem igual, não seria preciso contratar os dois. Seria mais barato ficar apenas com um deles.

Improviso
O senador Vital de Rêgo (PMDB), candidato a governador (PB), está no escuro. Todas as pesquisas para enfrentar o governador Ricardo Coutinho (PSB) foram feitas com seu irmão, Veneziano. Vital virou candidato na reta final.

Tocando flauta
O ministro Guido Mantega (Fazenda) assistiu ao jogo do Brasil, no último sábado, no camarote da Fifa. Sua expressão foi de perplexidade com a derrota. Por isso, um holandês, que também estava lá, aproximou-se e pediu desculpas.

ESVAZIADO. O Congresso não deve votar hoje. A presidente Dilma convidou alguns líderes para almoçar hoje, com os Brics, em Fortaleza (CE).

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