sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Brasília-DF :: Denise Rothenburg

- Correio Braziliense

Balão de ensaio no ar
As excelências fazem ouvidos de mercador à campanha "vai trabalhar, deputado!". Na Câmara, o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-AL), deixa no ar a perspectiva de cancelamento do esforço concentrado marcado para 2 de setembro. Além das CPIs, tanto as da Petrobras quanto a do Metrô, há perigos na pauta. Nos bastidores, há quem diga ser melhor não convocar a passar pelo vexame de frustrar as reivindicações de categorias importantes do ponto de vista eleitoral, caso dos enfermeiros e a emenda constitucional que institui as 30 horas de trabalho.
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A oposição se mobilizou. Ontem mesmo, o líder do PPS, Rubens Bueno; o do PSDB, Antonio Imbassahy; e o DEM, Mendonça Filho, encaminharam ofícios ao presidente da Câmara cobrando sessões de votação e esforço concentrado na primeira semana de setembro. "Já é pouco e agora querem tirar esse pouco. Quem quiser que assuma por escrito", diz Cunha Bueno, bem dentro do espírito #vergonhaalheia.

2010, o retorno
Na enxurrada de projetos que vão ficar à espera do retorno das excelências, ficou também a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que deveria ter sido votada até 31 de julho. Agora, só sai depois da eleição, ainda que haja um esforço concentrado. Resultado: o Orçamento chegará ao Congresso em 31 de agosto sem as diretrizes que deveriam orientar a sua elaboração.

Cândido, o discreto
Depois de ajudar o PT em contatos para arrecadação de recursos em várias campanhas, o deputado Vicente Cândido (SP), desta vez, prefere a pose de estátua. Tudo para não levantar a lebre de denúncias anteriores envolvendo o nome dele. O partido tem sentido sua falta. Afinal, passado o primeiro mês de campanha, os números divulgados não chegaram perto daquilo que o partido previu.

Rescaldo da CNA
Os empresários ficaram meio desapontados com o discurso da presidente Dilma Rousseff há dois dias na Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Acharam que ela perdeu muito tempo com o balanço e não apontou novas metas. Não é à toa que ela tem dito precisar de mais tempo do que os adversários: "Eles chegam nos lugares e só prometem. Eu, além de prometer, tenho que mostrar o que fiz até agora", diz, invariavelmente.

Curiosidade
Em tempo de candidatos reunidos com a sociedade civil organizada, vale lembrar a proliferação de centrais sindicais no Brasil. Chega a ponto de o Ministério do Trabalho ter registrada uma central que aparece nas tabelas do órgão apenas como portadora de um CNPJ, sem número de trabalhadores ou filiados. É o caso da Central Nacional Sindical dos Profissionais em Geral (Cenasp). Em suma, ali cabe tudo.

Escolinha do professor Vital/ Assessores da CPI da Petrobras estão uma arara. A comissão já recebeu uma série de documentos a respeito dos sigilos fiscais dos envolvidos, mas simplesmente não consegue consultar os dados. Todos terão, agora, que se submeter a um curso para aprender a trabalhar com o sistema que armazena esse material. Ou seja, mais atrasos, para alívio do presidente das duas comissões, senador Vital do Rêgo Filho.

Quem será o Cebolinha?/ A presidente Dilma tem abusado da blusa vermelha nos eventos. Foi assim ontem, no almoço com os empreendedores e no dia anterior, no diálogo com o agronegócio. Já lhe rendeu até o apelido de Mônica, a personagem de Maurício de Sousa e brincadeiras sobre quem será o melhor amigo que vive arquitetando planos infalíveis contra ela. Piadas à parte, o vermelho tem uma razão de ser: passar a impressão de que tem orgulho da cor do PT na campanha.

Eunício, o fiel/ Candidato a governador do Ceará pelo PMDB, o senador Eunício Oliveira levou ao Planalto um santinho de campanha apenas para mostrar à presidente Dilma Rousseff que não tem essa história de fazer campanha para o PSDB. O PT, entretanto, trata o gesto de Eunício como pura encenação. Um senador dizia assim: "Esse já foi".

Ometto, o reservado/ O empresário Rubens Ometto, do grupo Cosan, informou, por meio de assessoria, que, oficialmente, não apoia o candidato do PSB, Eduardo Campos. O maior produtor de etanol do país apoia o processo democrático. Quanto ao voto, é secreto.

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