quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Campos diz que vai tirar Ministério da Agricultura do 'balcão político'

• Em sabatina organizada por representantes do setor agropecuário, candidato do PSB promete fortalecer pasta e ampliar reforma agrária

Nivaldo Souza, Erich Decat, Daiene Cardoso, Bernardo Caram, Ricardo Della Coletta – O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA - O candidato à Presidência Eduardo Campos (PSB) afirmou nesta quarta-feira, 6, em sabatina na Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que um dos compromissos caso seja eleito será reformular o Ministério da Agricultura. "Quero fortalecer o Ministério da Agricultura e tirá-lo do balcão político", afirmou.
Diante de uma plateia de representantes do setor, o candidato prometeu uma "composição dessa área no governo com recomposição de quadros (técnicos)". "É preciso que quem olhe Brasília enxergue um ministro que possa falar com o presidente da República", disse.

Campos vem defendendo a redução do número de ministérios, mas não disse quais cortaria. Atualmente a Agricultura é comandada por Neri Geller, filiado ao PMDB, principal partido da base aliada do governo Dilma.

Durante a sabatina, Campos afirmou que o crédito rural no País precisa ser "modernizado e tem de ser ágil". "Não adianta ter R$ 200 bilhões em crédito e fazer conta de palito na hora de avaliar os subsídios e a subvenção", disse.

Ele defendeu ainda a institucionalização de políticas de preço mínimo para o setor e disse que, caso eleito, liderará a negociação no Congresso para regulamentar ainda em 2015 o artigo da Constituição Federal (CF) que diz respeito às cooperativas. "A não regulamentação da CF afeta a capacidade e a competitividade dos cooperados, responsáveis por 40% da produção brasileira", disse. Ele defendeu ainda a criação de um conselho para o desenvolvimento agrário que seja voltado ao "diálogo constante" com esse segmento.

Reforma agrária. Após a sabatina, o candidato disse que o "estresse" no campo se deve à paralisação da agenda de demarcações de terras indígenas e assentamentos para reforma agrária, no governo da presidente Dilma Rousseff. "Houve uma paralisação da reforma agrária no País", disse.

Para Campos, a falta de diálogo do atual governo e a ausência de atenção voltada ao setor gera conflito no campo.

"Temos de proteger a vida de índios e agricultores; é preciso evitar embates e mortes". Sobre a reforma agrária, ele disse que, além de indenizar o dono da terra, é preciso também garantir recursos para o reassentamento das pessoas. Para o candidato, a justiça social no campo é um desafio assim como a sustentabilidade.

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