sábado, 2 de agosto de 2014

Para Eduardo, Dilma fará tarifaço

- Correio Braziliense

O candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, criticou ontem o discurso do ministro da Fazenda, Guido Mantega, descartando um possível "tarifaço" em 2015. "O ministro da Fazenda vai para os jornais dizer que é conversa para boi dormir que não vai ter "tarifaço". Primeiro, o ministro da Fazenda não deveria usar esse tipo de termo. Segundo, se ele está dizendo que não vai ter tarifaço, é porque vai ter. É só examinar o que ele anda dizendo e tudo o que ele diz acontece o contrário", criticou o presidenciável em um evento com militantes do PSB em Pelotas (RS).

Campos comparou os últimos discursos do ministro para qualificar a falta de credibilidade da população com a economia no país. "Ele (Mantega) disse que o juro não ia subir e o juro explodiu. Ele disse que o Brasil ia crescer, e o Brasil está caindo. Ele disse que não ia ter desemprego e está tendo. Se ele está dizendo que não vai ter tarifaço, pode anotar aí que já está na gaveta para depois da eleição", atacou. Em seguida, Campos afirmou que, se eleito, vai "passar confiança" para o mundo, porque o país será "bem governado" na macroeconomia.

Ao falar de Mantega, o presidenciável referiu-se à entrevista concedida pelo ministro ao jornal Estado de S.Paulo que criticou a postura de candidatos da oposição ao afirmarem a necessidade de um ajuste forte na economia do Brasil. "Esta história de que não reajustamos as tarifas é conversa para boi dormir. Como alguns falam aí de dar um tarifaço, não há necessidade. Sei que não faria nenhum tarifaço em 2015. Não procede a ideia, não recomendo", disse Mantega.

O ministro culpou o "pessimismo artificial" com a política econômica pela real situação do país. "Tem um pessimismo artificial, gerado por fatores extraeconômicos. Tivemos isso antes da Copa também. Se tivesse mais otimismo na economia, talvez ela fosse melhor", alfinetou. Mantega também comparou à política monetária do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso. "Nosso juro real é baixo, mesmo com a alta recente. Tinha gente no passado que praticava 10% de juro real."

No evento em Pelotas, nem a candidata a vice, Marina Silva, poupou os maiores partidos do país de ataques. Marina disse que o "PMDB pragmático" se uniu a "velhas raposas para dar continuidade à comilança no galinheiro".

Jovens
Além das críticas à economia, Campos chamou a juventude às ruas. De acordo com o presidenciável, para o país mudar de verdade, os jovens precisam estar mobilizados nas ruas, nas universidades e nas redes sociais. "A história nos ensina que nada de novo, de bom, na direção da construção de um Brasil mais democrático e justo, foi feito sem a energia, participação e militância da juventude brasileira", comentou o ex-governador de Pernambuco.

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