terça-feira, 19 de agosto de 2014

Presidente admite que saúde no país não é razoável

• Ao "JN", Dilma se recusou a comentar defesa do PT a condenados no mensalão

• Entrevista teve clima tenso e, em mais de um momento, presidente discutiu com os apresentadores

Mariana Haubert e Andreia Sadi - Folha de S. Paulo

BRASÍLIA - Em uma entrevista tensa ao "Jornal Nacional", na qual discutiu com os apresentadores William Bonner e Patrícia Poeta, a presidente Dilma Rousseff admitiu nesta segunda-feira (18) que, após 12 anos de governo PT, a situação da saúde pública no país não pode ser considerada minimamente razoável.

Dilma afirmou que os primeiros passos para enfrentar o problema foram dados com a contratação de médicos cubanos para atuação na assistência básica, por meio do programa Mais Médicos.

"A senhora diria aqui aos telespectadores, que enfrentam filas e filas, que a saúde do país, hoje, é minimamente razoável depois de 12 anos?", questionou Poeta.

"Não, não acho", respondeu Dilma. Antes de mudar de assunto, ela finalizou: "Nós temos que melhorar a saúde, eu não tenho dúvida".

Dilma foi interrompida pela dupla da bancada do "Jornal Nacional" sempre que desviava do assunto central. Um desses momentos foi quando Bonner questionou a presidente sobre a reação de solidariedade do PT com condenados no mensalão.

A petista disse que não comentaria decisões do Supremo Tribunal Federal. O entrevistador insistiu: "Candidata, a pergunta que eu fiz é sobre a postura do seu partido". Ela se limitou a dizer que não iria emitir opinião porque ocupa a Presidência.

Os vários casos de corrupção que vieram à tona durante o governo petista foram lembrados pelos apresentadores, que perguntaram à presidente como fazer para que um futuro governo consiga combater o problema. Dilma lembrou que, em alguns casos, comprovou-se que o suspeito não teve conduta irregular.

A presidente foi questionada sobre os fracos resultados na área econômica. A petista afirmou que o Brasil conseguiu combater a crise internacional sem aumentar os índices de desemprego.

Neste momento, Bonner interrompeu a candidata e reiterou que os dados econômicos são negativos para o país. Dilma, então, rebateu: não sei de onde que estão seus dados".

Sem tempo para concluir sua fala, Dilma encerrou a entrevista pedindo voto para "o Brasil seguir mudando" e que "queremos continuar a ser um país de classe média".

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