terça-feira, 2 de setembro de 2014

Governo reage a Marina e apoiará lei pró-igrejas

• No fim de semana, Marina recuou sobre o tema, que estava contemplado no programa de governo do PSB

• Dilma se encontraria com Lula e a equipe de campanha para discutir seu desempenho e novas estratégias

- Folha de S. Paulo

SÃO PAULO - Após o final do debate entre presidenciáveis promovido pelo SBT em parceria com a Folha, UOL e Jovem Pan, realizado no início da noite desta segunda-feira (1º), a candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), defendeu a criminalização da homofobia, tema polêmico entre os eleitores e lideranças evangélicas.

Dilma aproveitou que a questão veio à tona no último final de semana, com o recuo que o PSB fez no programa de governo de Marina Silva. Segundo nota da campanha oficial da presidente, Dilma se posicionou contra a violência a que a população LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transgêneros e transexuais) é vítima no Brasil.

"Sou contra qualquer forma de violência contra pessoas. No caso especifico da homofobia, eu acho que é um ofensa ao Brasil. Então, fico triste de ver que temos grandes índices atingindo essa população. Acho que a gente tem que criminalizar a homofobia, que não é algo com o que a gente pode conviver", disse Dilma.

Durante o debate, Marina Silva foi confrontada pela candidata Luciana Genro (PSOL), que a questionou sobre mudança em suas propostas de governo para a comunidade LGBT.

No sábado, a ca,panha da ex-senadora anunciou uma revisão do programa de governo divulgado na véspera. O PSB eliminou trechos em que a presidenciável se comprometia com a aprovação da lei de identidade de gênero --que permite alteração de nome e sexo na documentação-- e em articular no Congresso a aprovação de leis que criminalizam a homofobia e regulamentam o casamento gay.

"Não durou quatro tuítes sua política para casamento igualitário", disse Luciana, em referência a críticas feitas pelo pastor Silas Malafaia na internet.

Marina repetiu discurso de que a mudança ocorreu "em função de um erro da equipe de campanha".

"Nós defendemos as liberdades individuais e qualquer forma de discriminação a quem quer que seja", afirmou a Marina.

Encontro
Após participar do debate, a presidente Dilma Rousseff se reuniria na noite desta segunda com o ex-presidente Lula e o comando da campanha para avaliar o desempenho da petista na TV.

Segundo a Folha apurou, participariam da reunião, em um hotel na capital paulista o ex-ministro Franklin Martins, o marqueteiro João Santana, o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) e o presidente do PT, Rui Falcão.

Diferentemente do debate da Bandeirantes, na semana passada, Dilma partiu para o ataque contra Marina Silva no confronto entre presidenciáveis no SBT nesta segunda. A campanha de Dilma já vê a ex-senadora como a principal adversária do PT e discute novas estratégias de enfraquecê-la na corrida eleitoral.

O ex-presidente não acompanhou o debate no estúdio do SBT. Ele tem sido desaconselhado por assessores a participar de eventos do gênero para evitar tumulto nos estúdios de TV.

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