domingo, 14 de setembro de 2014

Marina pede 'dia de trégua' na campanha ao lembrar um mês da morte de Campos

• Em campanha no Nordeste, presidenciável diz que vai 'falar somente das propostas para o Brasil'

Leticia Lins e Cássio Bruno – O Globo

RECIFE - A candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, afirmou que quer "estabelecer um dia de trégua na campanha" ao lembrar a morte do então candidato do partido, o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, que completa um mês neste sábado. Marina foi criticada pela presidente Dilma Rousseff e pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva por ter chorado ao desabafar sobre as críticas que tem recebido de petistas.

- Hoje é um dia muito especial para todos nós. Neste dia, quero estabelecer um dia de trégua na campanha e quero falar somente das propostas para o Brasil. Nada de agressões - disse Marina. - Esse dia é um dia simbólico para os partidos, para os candidatos do mesmo partido e de partidos diferentes, simbolizar esse espaço em diálogo e respeito. Então, em memória de Eduardo Campos ofereço neste dia a outra face. A face do diálogo, do respeito, de que acredito nas pessoas.

Marina e viúva prestam homenagem nas redes
Nas redes sociais, a candidata publicou uma carta aberta em homenagem ao ex-governador em que afirma "o Brasil perdeu uma liderança jovem, propositiva e vigorosa em defesa do desenvolvimento econômico e social". Segundo ela, a candidatura "expressava a esperança de uma desejada renovação no quadro político brasileiro".

"Mas a força do político residia, antes de tudo, no homem amoroso, devotado à mulher e aos filhos. O jogo bruto da política não o impedia de ser gentil até com os adversários, buscando o diálogo e o debate respeitoso de ideias", escreveu Marina, que também publicou uma foto dela abraçada ao aliado. Neste sábado, haverá uma missa às 17h, no Recife, com a presença de familiares, amigos e políticos.

A viúva de Campos, Renata, também escreveu um texto lembrando a data da tragédia no Facebook. Citando versos de um poeta de Mário Quintana, a viúva perguntou: "Dudu, lembra do nosso último dia dos namorados?". Em seguida, a própria Renata mesma respondeu:

"Você me presenteou com esses versos: 'As pessoas não se precisam, elas se completam. Não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida'. Parece que Mário Quintana sabia direitinho tudo que vivemos desde que começamos nossa vida juntos, eu com 13 anos e você, 15".

Cartazes são depredados e jogados em frente à casa de Campos
Apesar do dia de homenagens, dezenas de cartazes com propaganda da Frente Popular amanheceram rasgados e atirados na frente da residência da família do ex-governador, localizada no bairro de Dois Irmãos, na Zona Norte da capital. A Frente Popular é a coligação de 21 partidos, liderada por Paulo Câmara (PSB), candidato à sucessão estadual, ex-Secretário de Campos e por ele indicado para a disputa.

Segundo a assessoria de imprensa do PSB o caso ainda não havia sido denunciado à polícia nem ao TRE até as 15h deste sábado.

"Não bastasse o sofrimento pela perda de um ente querido, a viúva de Eduardo, Renata Campos, e seus cinco filhos ainda tiveram que passar por esse constrangimento", diz a nota do PSB. "Os vândalos não respeitaram a dor da família, dos amigos e correligionários de Campos".

De acordo com o PSB, houve depedração de material nas avenidas Dezessete de Agosto, Rosa e Silva e Estrada do Arraial, três das principais vias de acesso à Matriz de Casa Forte, local da missa de trigésimo dia. No bairro de Casa Forte, onde fica a paróquia, também foi observada a destruição de propaganda, que normalmente ficam em cavaletes, nas calçadas.

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