quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Aécio reforça atos de aliados nos estados

• Presidenciável tucano optou por percorrer locais em que correligionários disputam o segundo turno contra candidatos apoiados pela presidenta Dilma Rousseff (PT)

Leonardo Fuhrmann – Brasil Econômico

De olho em uma campanha conjunta com aliados que também estão nesta fase da disputa, o presidenciável Aécio Neves (PSDB) esteve ontem no Mato Grosso do Sul e Goiás — na noite de anteontem,já havia visitado o Pará. Foram três visitas rápidas, para atos conjuntos. No Mato Grosso do Sul, o tucano Reinaldo Azambuja enfrenta o petista Delcídio Amaral. O presidenciável também foi recebido pelo prefeito Gilmar Olarte (PP) e pelo ex-prefeito Nelsinho Trad (PMDB). A disputa entre tucanos e petistas pelo governo do Estado está apertada, segundo as pesquisas de intenção de voto. Em entrevista, Aécio ironizou o resultado da pesquisa do Datafolha, que apontou pela primeira vez no segundo turno a presidenta Dilma em vantagem numérica em relação a ele. "Pelo que vimos da pesquisa do primeiro turno, o Datafolha está me dando como eleito", atacou.

Segundo ele, os institutos de pesquisa "devem explicação aos brasileiros" pelos "erros grosseiros" que vêm cometendo — numa referência ao primeiro turno, quando as pesquisas o apontavam em uma disputa acirrada coma ex-ministra Marina Silva (PSB); nas urnas, ele acabou vencendo com grande folga. No segundo turno, sua assessoria tem destacado os resultados mais positivos apontados por institutos de menor expressão, como o Veritá, o Paraná Pesquisas e o Sensus. Em Goiás, o governador Marconi Perillo (PSDB) programou, para a noite de ontem, o maior evento de sua campanha. Na disputa pela reeleição, ele enfrenta o ex-governador Íris Rezende (PMDB), que conta com o apoio do PT. As pesquisas apontam boa vantagem para o tucano. Coincidentemente, o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, também esteve ontem em Goiás, para inaugurar três obras e fazer reuniões com empresários locais.

Acompanhado pelo ex-jogador Ronaldo Nazário e pela cantora Fafá de Belém, Aécio esteve na noite de anteontem em Belém (PA), para apoiar a reeleição do governador Simão Jatene (PSDB).Também participaram do ato o prefeito Zenaldo Coutinho e os senadores Flexa Ribeiro e Mário Couto, todos do PSDB. No segundo turno, Jatene enfrenta Helder Barbalho (PMDB), filho do senador Jader e da deputada federal Elcione. Com apoio do PT desde o primeiro turno, Helder leva pequena vantagem sobre o governador, segundo as pesquisas mais recentes. No palanque, Fafá recordou sua participação nos comícios das Diretas Já, nos anos 80, ao lado de Tancredo Neves, avô de Aécio. Ronaldo falou da sua amizade com o presidenciável e que o considera "honrado e preparado para mudar o Brasil".
O presidenciável conclamou "os homens e mulheres de bem" a tirar o PT do governo. A tentativa de "encarnar o desejo de mudança" também esteve no programa de TV do candidato. Ele citou Marina, que agora o apoia, para reforçar a imagem de união de diferentes projetos. Em disputa acirrada pelos eleitores, o PT e o PSDB lutam também pelo apoio de quem sequer vota no Brasil. Ontem, a modelo inglesa Naomi Campbell e a atriz hollywoodiana Lindsay Lohan publicaram no twitter o apoio ao candidato tucano. Lindsay deletou a mensagem horas depois. A citação de ambas a um canal de TV recém-inaugurado no país deu margem a comentários de que a ação era uma propaganda da empresa. A campanha do tucano não foi oficialmente informada do apoio de ambas e a informação causou piadas nas redes sociais, principalmente em razão das polêmicas em que ambas estiveram envolvidas ao longo da carreira.

Na semana passada, Dilma recebera o apoio do ator americano Danny Glover, conhecido também por sua militância política e humanitária. Defensores da campanha de Dilma também se apressaram ontem a divulgar outros simpatizantes, como os escritores Eduardo Galeano, uruguaio, e Mempo Giardinelli, argentino; o compositor cubano Silvio Rodríguez; e o jornalista francês Ignácio Ramonet, criador do jornal "Le Monde Diplomatique". No primeiro turno, o ator americano Mark Ruffalo também se envolveu em polêmica. Ele gravou um depoimento favorável a Marina Silva, mas depois voltou atrás ao saber que ela tinha uma posição contrária ao casamento homossexual e aos direitos reprodutivos da mulher. Ruffalo é um ativista das causas ambientais e humanitárias nos Estados Unidos.

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