segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Dilma vence com margem apertada e promete diálogo

• Presidente ganha novo mandato e dá ao PT chance de ficar 16 anos no poder

- Folha de S. Paulo

SÃO PAULO, BRASÍLIA e BELO HORIZONTE - Dilma Vana Rousseff, 66, foi reeleita neste domingo para um segundo mandato como presidente da República. Ao final da disputa presidencial mais acirrada da história brasileira, ela recebeu nas urnas 54,5 milhões de votos, o equivalente a 51,6% dos válidos.

Seu adversário, o senador mineiro Aécio Neves (PSDB), 54, obteve 51 milhões de votos, 48,4% dos válidos. A diferença entre os dois é a menor observada entre dois finalistas de uma eleição presidencial desde o fim da ditadura militar e a redemocratização do país.

A reeleição de Dilma representa um triunfo de ordem pessoal e outro de natureza política. Criticada por ministros do seu governo e dirigentes do próprio partido, o PT, a presidente venceu apesar do desempenho ruim na economia e ao final de uma campanha marcada pelo desejo de mudança da maioria do eleitorado.

A vitória de Dilma também é um troféu para o PT, que chegou ao poder com Luiz Inácio Lula da Silva em 2002 e agora ganhou o direito de ocupar o Palácio do Planalto por mais quatro anos, completando 16 anos no poder. Nenhuma outra força política do país alcançou essa marca desde a volta da democracia. Esta foi a sexta eleição presidencial em que petistas e tucanos se enfrentaram na final, e a quarta que o PT venceu.

"Esta presidenta está disposta ao diálogo e este é o meu primeiro compromisso", afirmou Dilma após a confirmação de sua reeleição, num discurso em que rejeitou a ideia de que o país saiu dividido da eleição por causa da agressividade da campanha eleitoral.

O maior desafio da presidente reeleita será recuperar a credibilidade de sua política econômica e reconquistar a confiança dos investidores. Outro será recuperar o apoio de partidos que a apoiavam no Congresso e se afastaram do governo durante a campanha.

As negociações ocorrerão em meio à tensão causada pelas investigações do escândalo na Petrobras, estimuladas pelos depoimentos de um ex-diretor da estatal e um doleiro que acusam o PT e seus aliados de montar um esquema para desviar recursos da empresa para os partidos que apoiam Dilma no Congresso.

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