quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Plebiscito sobre reforma política é inexequível, diz Roberto Freire

Valéria de Oliveira - Portal PPS

O presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP), classificou de “inexequível” a proposta de realização de plebiscito sobre a reforma política feita pela presidente Dilma Rousseff. “São assuntos diversos e muito complexos, que não podem ser resolvidos com a simplicidade de uma resposta “sim” ou “não” que caracteriza um plebiscito”, afirmou o parlamentar.

Freire lembrou que Dilma fez a proposta quando irromperam as jornadas de junho do ano passado e tanto a sociedade quanto o Congresso refutaram-na por não se aplicar ao tema. “Se queremos consultar a população sobre a reforma política, podemos lançar mão do referendo, uma das formas de democracia direta que eu defendi na Constituinte”, lembrou. "Congresso e sociedade não apoiarão essa iniciativa de plebiscito", reforçou.

A reforma política, observou Freire, é um conjunto de regras que precisa de uma lógica interna firme e “que não pode ficar ao sabor do “sim” ou não””. "Nenhum país pode ter suas leis complexas submetidas a plebiscito", avaliou. Dentre os temas da reforma, estão financiamento de campanhas eleitorais, voto distrital, voto distrital misto, lista aberta ou fechada de candidatos, fim da reeleição, das coligações nas eleições proporcionais e da suplência para senador.

“A presidente Dilma precisa, em vez de estar querendo buscar o diversionismo equivocado, enfrentar a crise econômica que já está dentro da casa dos brasileiros”, afirmou Freire. “Ela tem que resolver essa crise”, insistiu.

Petrobras
Outro assunto do qual, segundo Freire, Dilma não pode se esquivar é o escândalo de corrupção na Petrobras. “Ela tem de dar resposta ao doleiro (Alberto Youssef) que afirmou que ela e Lula sabiam dos contratos superfaturados e da distribuição de propina a partidos, principalmente ao PT, e a políticos”.

Freire salientou que “não é o processo eleitoral que vai interromper (as denúncias relativas ao escândalo) como se tivesse havido um esquecimento da dura realidade brasileira”.

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