quinta-feira, 9 de outubro de 2014

PSB, PV e PSC anunciam apoio a Aécio

PSB declara apoio a Aécio no segundo turno

• Ex-aliado histórico do PT, partido se decide antes de Marina; PSC e PV também se aliam ao tucano

Júnia Gama, Maria Lima, Simone Iglesias, Cristiane Jungblut e Chico de Gois – O Globo

BRASÍLIA - O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, conseguiu ontem o apoio formal de três dos quatro principais partidos derrotados no primeiro turno das eleições. O PSB, maior partido fora da disputa presidencial desde que sua candidata, Marina Silva, foi derrotada no último domingo, com mais de 21% dos votos, decidiu por maioria aliar-se a Aécio. A ex-senadora deve anunciar sua posição no segundo turno ainda hoje. O PV de Eduardo Jorge, com 630 mil votos, e o PSC do Pastor Everaldo, com 780 mil votos, também definiram ontem o apoio ao tucano e os próprios ex-candidatos saíram em sua defesa.

Com a bênção da ala do PSB de Pernambuco, que era liderada por Eduardo Campos, Aécio tenta agendar para hoje um evento em Recife, ao lado da família do ex-governador, que morreu em agosto em acidente aéreo. Segundo interlocutores, o ato simbólico reforçaria a imagem do tucano como o "candidato da mudança", slogan que vinha sendo utilizado pelo pernambucano. Em seu discurso de agradecimento na sede do PSB em Brasília, após o anúncio do apoio à sua candidatura, Aécio homenageou Campos e terminou sua fala repetindo a frase que o então candidato do PSB usou em sua última entrevista, ao Jornal Nacional: "Nós não vamos desistir do Brasil".

- Sou a partir desse instante, dessa histórica manifestação de apoio do PSB, o candidato das mudanças verdadeiras. Sinto-me honrado e emocionado porque passo a ter, no limite das minhas forças, a responsabilidade de levar o legado de Eduardo Campos pelo Brasil inteiro. Trago um grande companheiro de caminhada que honrou a política brasileira como poucos fizeram. Seus sonhos, Eduardo, passam a ser os meus sonhos - afirmou Aécio.

Alianças ficam liberadas nos estados
A vitória de Aécio pelo apoio do PSB se deu por 21 votos favoráveis, contra 1 a favor de Dilma Rousseff (PT) e 7 que defenderam a neutralidade do partido, o que, na prática, beneficiaria a presidente. Por outro lado, ficaram liberadas as alianças nos estados em que há segundo turno para governador, onde há casos de alianças com petistas, como na Paraíba, onde Ricardo Coutinho (PSB), que ontem recebeu Dilma e declarou seu apoio a ela, disputará o segundo turno contra o tucano Cássio Cunha Lima.

Mais cedo, em um encontro com aliados em Brasília, Aécio disse que enfrentará a "campanha da mentira" com "coragem e com a verdade". No evento, realizado no Memorial JK, onde estão os restos mortais do ex-presidente Juscelino Kubitschek, e com a presença de governadores eleitos, senadores, deputados e dirigentes partidários do PSDB, PMDB, DEM, PDT, PTB, PSC, PV e PP, o tucano voltou a pedir à presidente e candidata à reeleição que faça uma campanha "em alto nível" e propositiva. Os tucanos escolheram o memorial como uma referência histórica ao ex-presidente, mineiro.

- Estou pronto para fazer uma campanha à altura dos desafios do país, falando a verdade, não me acovardando com ataques menores. Responderei a cada ataque com uma proposta para melhorar a educação das pessoas, a saúde das pessoas, a segurança - declarou.

Durante seu discurso a antigos e novos aliados, como os ex-candidatos à Presidência Eduardo Jorge (PV) e Pastor Everaldo (PSC), Aécio disse que deixa de ser candidato do PSDB e dos partidos que integram sua coligação, para ser "o representante da esperança, da mudança, de valores e eficiência na máquina pública". O candidato do PV à Presidência, Eduardo Jorge, foi chamado ao palco por Aécio logo que chegou ao Memorial JK. Foi aplaudidíssimo pelos tucanos. Ele justificou a decisão do partido afirmando que, apesar das divergências, o programa da legenda se aproxima mais do programa dos tucanos, e criticou a falta de propostas de Dilma.

- Há um vazio de ideias de Dilma, que nem apresentou programa. No campo social, há uma certa confluência com Aécio e mesmo com Dilma. No caso do PT, no seu governo, teve praticamente uma aversão ao equilíbrio ambiental - disse o verde, que deu uma alfinetada em Aécio ao dizer que o tucano demorou a apresentar as propostas, mas que ao menos o fez.

Pastor Everaldo pediu a Aécio que não descuide dos pobres, que tire o Brasil das páginas policiais, e que dê atenção às Forças Armadas.

- Fomos enfáticos em dizer que a mudança que o Brasil precisa, que foi demonstrada nas pesquisas, e nós do PSC entendemos, é você quem encarna, para tirar o país do mar de lama de corrupção que estamos - disse o pastor.

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