quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Oposição apresenta relatório paralelo sobre investigação da Petrobrás

• Até a noite dessa terça-feira, não havia consenso entre os tucanos sobre pedir ou não o indiciamento da presidente da estatal

Erich Decat - O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA - O relatório paralelo da oposição que será entregue hoje na CPI da Petrobrás deverá incluir a presidente da Petrobrás, Graça Foster, entre os responsáveis pelo esquema de corrupção na estatal. Até a noite de ontem, porém, os deputados não tinham certeza se pediriam ou não o indiciamento de Graça. A dúvida também envolvia a presidente Dilma Rousseff. A ideia predominante era apontá-la como responsável solidariamente, por ter sido presidente do Conselho de Administração da empresa durante a compra da refinaria de Pasadena.

A condução do texto tem sido feita pelo deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), que foi coordenador jurídico do partido na campanha presidencial. "Um ou outro caminho será tomado", disse o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), após encontro com integrantes da cúpula do partido em Brasília. Além de Graça e funcionários da estatal, também devem ser citados no relatório alguns parlamentares.

Na saída de uma reunião com integrantes do partido, o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), não quis dar detalhes sobre o documento. Questionado se Dilma faria parte da lista de nomes com pedido de novas investigações, o tucano foi evasivo. "É possível." Ele, porém, defendeu a saída da atual direção da Petrobrás e acusou Graça Foster de mentir em depoimento na comissão.

"O relatório vai propor indiciamentos e vai dizer de forma muito clara que essa direção não tem mais condições de permanecer. Até porque a presidente Graça Foster mentiu à CPMI no momento em que ela disse que não tinha qualquer informação em relação à denúncia de corrupção. Constatou-se depois que ela já havia recebido da empresa holandesa SBM um relatório confirmando o pagamento de propina a servidores", afirmou Aécio.

O senador voltou a criticar o relatório apresentado na semana passada pelo relator da comissão, deputado Marco Maia (PT-RS), após sete meses de trabalho. O texto não prevê nenhum indiciamento. A comissão se reúne hoje para discutir e votar o relatório final.

Minoria no colegiado, integrantes da oposição dificilmente terão apoio para aprovar o documento alternativo. Mesmo com a previsão de derrota, os opositores irão encaminhar o documento para o Ministério Público, junto com o que for aprovado pela base aliada.

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