quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

PPS, PSB, SD e PV lançam na Câmara o Bloco da Esquerda Democrática

Valéria de Oliveira Portal do PPS

O Bloco da Esquerda Democrática foi lançado na tarde desta terça-feira (16) na Câmara dos Deputados pelos presidentes, líderes e parlamentares do PPS, PSB, Solidariedade e PV, com a presença de lideranças da sociedade civil. Além de valer para as atividades dos partidos no Congresso, o bloco se estenderá a assembleias legislativas e câmara de vereadores.

Na próxima legislatura, a federação de partidos, nome pelo qual também é chamado o bloco, já que sua atuação vai além do Congresso, vai contar com 67 deputados federais (34 do PSB, 15 do SD, 10 do PPS e 8 do PV).

O presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire (SP), que presidiu a reunião, disse que aquele era um ato histórico e que o empreendimento que os partidos estavam começando não era um sonho pequeno, mas um grande desafio, no momento de crise por que passa o Brasil. “Tempos difíceis nos aguardam e nossa unidade nos faz grandes para enfrenar o recrudescimento dessa situação que já se mostra extremamente grave”.

Ao se referir aos desvios na Petrobras, afirmou que “o governo do PT é réu” e que “já roubaram tudo, até nosso orgulho”. Sobre a postura do partido do governo, disse que “o PT tacha todos os seus opositores de golpistas; pois queremos dizer que há uma esquerda democrática que faz oposição ao governo de um partido que enxovalhou a esquerda, ao levá-la para o caminho da corrupção”, disse.

O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), lembrou que o PPS sempre discutiu a união da esquerda democrática. “Esses quatro partidos têm quadros da melhor qualidade para propor alternativas para problemas graves do país, como a violência que assola os brasileiros, a educação, cujo modelo de ensino em tempo parcial se mostra ineficaz, a saúde sucateada que submete milhões de brasileiros à indignidade e tantos outros dramas do nosso povo”.

Para Rubens Bueno, este é o momento de consolidação de propostas de políticas públicas e de resgate da ética na política. O deputado criticou “o amadorismo total” do governo na economia, a intervenção no setor elétrico, “que gerou fuga de investidores”, a inflação próxima de 7% e o baixo crescimento.

Todos os parlamentares do PPS estavam no evento: Arnaldo Jardim (SP); Sandro Alex (PR); Cezar Silvestri (PR); Arnald Jordy (PA); Stepan Nercessian (RJ). Os novos deputados federais eleitos Alex Manente (SP), Hissa Abrahão (AM) e o tesoureiro nacional Regis Cavalcante também participaram do ato.

PSB
Já o presidente do PSB, Carlos Siqueira, afirmou que é possível criar esperança para o povo e que o Bloco da Esquerda Democrática quer renovar a política nacional. Siqueira disse que “nosso movimento vai lutar por causas e mudanças na política brasileira e apresentar bandeiras progressistas”.

O líder do PSB na Câmara, deputado Beto Albuquerque (RS), disse que os partidos que formam o bloco acreditam “num Brasil decente, organizado, com gente séria, em instituições acima de interesses partidários”. A nova força, insistiu, lutará “por projetos de estado, não por projeto de poder de um partido”.

O parlamentar ressaltou a importância da unidade do bloco e adiantou que em 2016 os partidos proporão candidatos comuns. “Temos uma encruzilhada; se continuarmos separados não fortaleceremos a luta do povo contra o governo corrupto”, salientou. “Juntos, seremos como um partido grande, combatendo com cidadania, patriotismo, espírito público e democracia”.

Solidariedade
O presidente do Solidariedade, Paulo Pereira da Silva (SP), disse que o partido se uniu ao bloco porque, “como os brasileiros, está descrente das coisas”. O parlamentar criticou a escolha de Kátia Abreu e Armando Monteiro para os ministérios da Agricultura e Indústria e Comércio, respectivamente. “Se a situação já é ruim vai piorar, com juros altos, inflação, indústria paralisada”.

O líder do partido, Arthur Maia (BA), exortou os quatro partidos a perseverar na unidade e mostrar ao Brasil que o seu povo é digno de qualidades como a generosidade, necessária para a formação do bloco. “Temos que levar esse movimento a todo o Brasil, a cada município e não restringi-lo à Câmara; daremos grande contribuição ao processo democrático com nossa iniciativa”. Maia lembrou que a união das legendas interferirá nas eleições.

PV
Para o deputado José Luiz de França Penna (SP), presidente do PV, os dois polos a que está sujeita a política nacional atualmente são muito estreitos. “Há que se pensar no futuro, pensar nas próximas eleições fora desse espaço apertado; é hora de nos juntarmos num grupo sem perder nossa identidade, mas de forma a podermos influir de maneira mais incisiva nos destinos do país”, observou. O parlamentar condenou o “presidencialismo brasileiro” porque o Poder Executivo não respeita os demais poderes.

Leia a nota de criação do bloco

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