Diogo Martins e Ana Conceição – Valor Econômico
RIO - (Atualizada às 9h32) A produção industrial caiu 0,2% em setembro na comparação com o mês anterior, na série com ajustes sazonais. Em agosto, a produção subiu 0,6% sobre julho, dado revisado de alta de 0,7%. Os dados constam da Pesquisa Industrial Mensal divulgada nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado da produção geral ficou abaixo da média prevista por 17 instituições financeiras e consultorias consultadas pelo Valor Data, que apontava aumento de 0,2%. O intervalo das estimativas ficou entre queda de 0,5% e alta de 1,5%.
A principal influência de queda foram os bens intermediários, responsáveis por cerca de 55% da produção da indústria brasileira. A fabricação desses produtos recuou 1,6% em setembro sobre agosto. Nesse período, o IBGE observou recuo nos setores de produtos de metal (-2,6%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustível (-1,3%) e celulose, papel e produtos de papel (-0,5%) e indústrias extrativas (-0,2%).
Na comparação com setembro de 2013, a produção industrial brasileira caiu 2,1%. No acumulado do ano até setembro, o setor teve baixa de 2,9% e, em 12 meses, caiu 2,2%.
A comparação entre setembro e agosto mostrou, além da queda de 1,6% em intermediários, alta de 1,9% na produção de bens de capital, já com ajustes sazonais. Na mesma base de comparação, a produção de bens de consumo duráveis avançou 8% e a de bens de consumo semi e não duráveis avançou 0,8%.
Em relação a setembro de 2013, a produção de bens de capital recuou 7,9%, a de bens intermediários caiu 1,7%, ao passo que a produção de bens de consumo duráveis recuou 7,3% e a de bens de consumo semi e não duráveis avançou 1,6%.
No acumulado do ano até setembro, a produção de bens de capital caiu 8,2%, a de bens intermediários recuou 2,5%, enquanto a de bens de consumo duráveis caiu 9,6%, e a dos bens de consumo semi e não duráveis avançou 0,2%.
Nos 12 meses encerrados em setembro, a produção de bens de capital caiu 4,3%, a de bens intermediários recuou 2,2%, enquanto a de bens de consumo duráveis caiu 7,6%, e a dos bens de consumo semi e não duráveis avançou 0,2%.
Produção de veículos
Por outro lado, a produção de veículos automotores, reboques e carrocerias cresceu 10,1% em setembro, sobre agosto, na série que desconta os efeitos sazonais. Esse é o melhor resultado desde desde fevereiro de 2012, quando subiu 12,1%.
"Essa melhora recente não suplanta as quedas de março a julho. É um crescimento que se dá por uma base de comparação mais baixa", afirmou o gerente da coordenação da indústria do IBGE, André Macedo.
Em relação a setembro de 2013, a produção de veículos automotores teve queda de 14,3%. De acordo com o IBGE, no acumulado do ano até setembro, a produção do setor teve queda de 18,1%, ao passo que, em 12 meses, a atividade caiu 14,9%.
Terceiro trimestre
A produção da indústria brasileira caiu 3,7% no terceiro trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período em 2013. O recuo se segue à queda de 5,3% no segundo trimestre e ao aumento de apenas 0,6% no primeiro trimestre, ambos sobre os mesmos períodos do ano passado.
Todas as categorias registraram produção negativa no terceiro trimestre, embora o recuo tenha sido menor que no segundo. A produção de bens de capital caiu 9,9% entre julho e setembro após retração de 14,4% entre abril e junho. Nessa categoria, se destaca a queda de bens de capital para indústria, único segmento em que a queda do terceiro trimestre foi maior que a do segundo: 5,2% contra 3,3%. A fabricação de bens de capital para transporte caiu 16,1%, de recuo de 18,7% no trimestre anterior.
A produção de bens intermediários, que representa cerca de 55% da indústria nacional, saiu de queda de 3,6% para recuo de 2,9% no período. A fabricação de bens duráveis, que inclui automóveis e eletrodomésticos, por exemplo, saiu de retração de 18,4% para queda de 12,6%, e a de bens de consumo semi e não duráveis, que agrega produtos como vestuário e alimentos, foi de queda de 1,7% para recuo de 0,4%.