sábado, 10 de janeiro de 2015

Coluna do Moreno - Jorge Bastos Moreno


- O Globo

O partido de subministérios
O comando do PMDB considera vital para a sua própria sobrevivência a manutenção das presidências da Câmara e do Senado. Com o comando do Legislativo preservado em suas mãos, o partido acredita que só assim poderá fazer frente à tentativa de isolamento que se esboça no novo governo da presidente Dilma, com o PT optando por alianças mais seguras com outras legendas da base.

O senador Renan Calheiros conseguiu convencer seus companheiros de que o PMDB não tem seis ministérios coisa nenhuma, pois dois deles que merecem esse nome, o da Agricultura e o de Minas e Energia, foram escolhas pessoais da presidente, que destinou ao partido apenas quatro secretarias com status de ministérios.

- O PMDB é o partido de subministérios - enfatizou Renan na célebre reunião, que ele nega, no Jaburu, quando pareceu, segundo um dos presentes, "estar com o diabo no corpo contra o governo Dilma ".

Ensaio
Ninguém no Congresso deve temer as denúncias do policial federal afastado Jayme Alves de Oliveira Filho, tido como fanfarrão pela própria PF, que recusou a sua oferta de delação premiada.

E, sim, aguardar a lista do doleiro Alberto Youssef, esta, sim, considerada de respeito pela Justiça Federal.

Talvez, aí sim, aquele deputado que diz que ri todas as vezes que dizem que seu nome está na Lava-Jato não terá mais motivo para continuar rindo.

Trapalhão
Aliás, o policial em questão jamais poderia trabalhar como estafeta dos Correios: vive errando de endereços nas entregas.

E que entregas!
Nenhum dos delatados por Jayme mora nos endereços nos quais ele diz ter entregue pessoalmente quantias em dinheiro a mando de Youssef.

Nitroglicerina
Fernando Baiano, operador da Lava-Jato, fraquejou.

Recentemente, chamou um advogado especialista em delação premiada.

O movimento criou forte expectativa entre os investigadores da operação. Uma eventual delação de Baiano poderia ter resultado ainda mais explosivo que a do ex-diretor Paulo Roberto Costa.

Sem acordo
As negociações entre a força-tarefa da Operação Lava-Jato e o executivo Eduardo Leite, da Camargo Corrêa, estão congeladas.

O executivo sinalizou com uma possível delação, mas circunscrita a alguns casos. Os procuradores rejeitaram. Querem delação ampla e geral.

Chorão
Rui Falcão, que não foi ao coquetel do Itamaraty, estaria reclamando por não ser ouvido no Planalto.

Acordo
Enquanto em Brasília Dilma escanteou o PMDB em sucessivos movimentos da formação do novo governo, em São Paulo o PT elegeu o partido como parceiro preferencial para 2016 e 2018. Em reunião da qual participaram Michel Temer e Fernando Haddad, Lula comandou pessoalmente o trabalho de convencimento para que Gabriel Chalita aceitasse ser secretário de Educação da prefeitura paulistana.

De saída, a costura tira do jogo um dos potenciais adversários do petista Haddad na disputa por um segundo mandato na capital. No plano apresentado pelos petistas, Chalita seria o vice da chapa. Em caso de vitória, dois anos depois um deles ficaria na prefeitura, e o outro disputaria o governo estadual numa aliança PT-PMDB. A ordem dos fatores, claro, será deixada em aberto tanto quanto possível.

Definição
Nessa mesma reunião, ao fazer uma avaliação crítica do governo de sua sucessora, Lula saiu-se com esta:

- O Mercadante sequestrou o governo.

A bela e a fera
Lançada ontem no Fiorentina, no Rio, a candidatura de Arlindo Chinaglia à presidência da Câmara teve como principal atração um discurso contundente de Clarissa Garotinho contra Eduardo Cunha, candidato do PMDB.

Na onda
Na reunião dos cortes, Jaques Wagner anunciou que abriu mão do direito de usar aviões da FAB para voltar para Salvador nos fins de semana. E já começou a executar essa decisão. Neste fim de semana voltou em voo comercial.

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