sábado, 31 de janeiro de 2015

PMDB sela apoio a Renan em disputa no Senado

• Correligionário, Luiz Henrique da Silveira (SC) será candidato 'avulso' à presidência

Gabriela Guerreiro – Folha de S. Paulo

BRASÍLIA - Com apoio da ampla maioria do PMDB, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) oficializou nesta sexta-feira (30) sua candidatura à presidência do Senado. Dos 19 integrantes da bancada na Casa, 15 declararam voto em Renan.

Se eleito, será a quarta vez que o peemedebista vai presidir o Senado Federal.

Nos bastidores, ele costurou apoios nos últimos meses e procurou senadores de todos os partidos --inclusive da oposição, que aderiram à campanha de seu adversário, o também peemedebista Luiz Henrique da Silveira (SC).

A decisão de Luiz Henrique de lançar candidatura provocou racha no PMDB. Com a decisão da sigla de apoiar Renan, ele sairá como "avulso" na disputa em votação secreta no próximo domingo (1º).

O dissidente é taxado na Casa como "candidato da oposição" por ter reunido apoio do PSDB, DEM e PPS --três siglas que se opõem ao governo Dilma Rousseff.

Dentro do PMDB, Luiz Henrique teve o apoio de apenas três senadores: Ricardo Ferraço (ES), Waldemir Moka (MS) e Dario Berger (SC). Nenhum deles compareceu à reunião que selou o apoio ao atual presidente do Senado.

Luiz Henrique encaminhou carta à bancada em que se declarou independente. No total, ele reúne apoio de sete partidos: PP, PDT, PSDB, DEM, PSB, PPS e PSOL.

Racha
Apesar da adesão formal dos sete partidos à candidatura de Luiz Henrique, líderes partidários admitem que deve haver defecções em favor de Renan, uma vez que a votação é secreta.

"Se não pela unanimidade, estamos aqui pela maioria expressiva desses partidos", disse o líder do DEM, José Agripino Maia (RN).

Renan minimizou o racha, afirmando que o PMDB é "democrático", mas criticou a candidatura do colega. "O Congresso não caminha por projetos pessoais. É fundamental não revogar as normas que fazem que o parlamento caminhe", disse.

Luiz Henrique, em contrapartida, apresentou-se como candidato capaz de retirar as "forças políticas" que há mais de 40 anos se revezam no comando da Casa. "Faremos uma gestão participativa, descentralizada, colegiada."

Aliados de Renan contam com cerca de 55 votos em favor do atual presidente no domingo, contra pouco mais de 30 para Luiz Henrique. Do lado do dissidente, a conta é diferente: o grupo espera ter o apoio de pelo menos 45 senadores.

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