quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Trabalhadores de Abreu e Lima protestam

• Cerca de 300 contratados por consórcio para obras na refinaria cruzaram os braços em protesto contra atrasos nos pagamentos

Angela Lacerda - O Estado de S. Paulo

RECIFE - Cerca de 300 trabalhadores do Consórcio Coeg, contratado para obras na Refinaria Abreu e Lima, da Petrobrás, que está sendo erguida no município de Ipojuca (PE), paralisaram os trabalhos nesta terça-feira, 13, para protestar contra demissões e atraso de pagamentos.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplenagem em Geral no Estado de Pernambuco (Sintepav-PE), Aldo Amaral, 337 funcionários demitidos pelo consórcio em dezembro ainda não receberam as indenizações, enquanto os funcionários que continuam trabalhando reclamam de atrasos no pagamento dos salários de dezembro e da segunda parcela do décimo terceiro salário.

O Consorcio Coeg é responsável pela construção de uma tubulação que liga a refinaria ao Porto de Suape, permitindo a chegada de petróleo e a saída de derivados.

Hoje, os grevistas pretendem fazer uma passeata no município de Ipojuca, que fica na Região Metropolitana de Recife. "O objetivo é mostrar à população a indignação dos trabalhadores com essa situação que atinge obras da Petrobrás e do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que está empacado", afirmou Amaral.

Ele destacou que desde o início da construção da refinaria, em 2007, têm sido registrados problemas trabalhistas tanto com empresas de grande porte como as de pequeno porte que atuaram no empreendimento.

Envolvida em denúncias de desvio de recursos e superfaturamento - o custo da obra era previsto em US$ 2 bilhões em 2007 e já chegou aos US$ 18,8 bilhões -, a refinaria é investigada pela Polícia Federal dentro da Operação Lava Jato.

Sua primeira unidade (capacidade de 115 mil barris diários de derivados de petróleo) foi inaugurada no início do mês passado - mas os próprios operários fizeram denúncias ao Ministério Público do Trabalho de que as operações teriam sido iniciadas sem plano de segurança para trabalhadores da construção civil. Uma segunda unidade, com igual capacidade de produção, tem previsão de entrar em operação ainda neste primeiro semestre.

Nenhum comentário:

Postar um comentário